Jovens – lição 9- A Santidade é a Marca do Crente

INTRODUÇÃO

A santidade é exigida tanto no Antigo como no Novo Testamento. O NT, todavia, dá um salto qualitativo em relação ao AT.

No Antigo Testamento, o povo era considerado santo por meio de rituais realizados por intermediários na estrutura do Tabernáculo, da prática de justiça e a sua identifi cação com Yahweh, o Deus de Israel.

No NT, o povo é considerado santo por ter acesso direto a Deus por meio do sacrifício perfeito de Cristo, oferecendo um culto racional, com a mente renovada segundo à vontade de Deus.

I- A Santidade como Marca do Crente no Antigo Testamento

Um dos primeiros textos do Antigo Testamento que vem à mente para falar sobre santidade é “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).

A frase faz parte de uma série de orientações que Deus dá a Moisés e está inserida no conjunto de capítulos do livro de Levítico, que é conhecido como o Código da Santidade (Lv 17-26), relacionado com passagens paralelas em Êxodo 21.13,14, Levítico 11.43,45 e Números 15.37-41.

O livro de Levítico é dividido em duas partes principais:

1) os quinze primeiros capítulos tratam, de modo geral, de princípios e procedimentos sacrificiais que dizem respeito à remoção do pecado e à restauração da comunhão das pessoas com Deus;

2) os onze últimos capítulos enfatizam a ética, a moral e a santi­dade (HARRISON, 1983, p. 12).

O contexto do livro traz como fundo a comparação com os povos que habitavam anteriormente na mesma região geográfica em que estavam o povo hebreu e os seus vizinhos.

A forma como o texto foi construído demonstra o cuidado para destinar a um povo específico e em determinado momento histórico.

Assim sen­do, fica evidenciado que o texto trata da aliança do povo israelita com Yahweh e tem como base o projeto de vida que este Deus tem para com o povo hebreu, que passa a representá-lo diante dos outros povos.

Por isso, as proibições e exortações para que esse povo não se misturasse com as práticas daqueles povos. Os hebreus deveriam ter uma vida em separado com relação ao estilo de vida, ou seja, praticar a santidade, que se torna a identidade peculiar, a marca, do povo conhecido como o povo de Yahweh (NEVES, 2019, pp. 95-96).

No Antigo Testamento, alguns lugares e objetos são considerados e tratados como sagrados. O lugar onde Moises pisa quando recebe a revelação de Deus por meio da sarça que queimava e não se consumia é considerado como Terra Santa (Êx 3.5). O local do acampamento do povo é lugar santo (Dt 23,15).

Sião é Monte Santo (Sl 48,2). O Tabernáculo (Êx 25-30) e depois o Templo de Jerusalém são considerados habitação santa de Deus (Is 63.15). O tempo é santo, como o dia de sábado (Êx 16.23) ou das assembleias (Lv 23.3,4).

A Arca da Aliança é santa, inclusive não poderia ser tocada sob pena de morte (2 Sm 6.2). Os sacerdotes tinham a função de intermediar e interceder pelo povo e são considerados santos (Lv 21.6). O dízimo também é considerado santo ao Senhor (Lv 27.32). O povo hebreu é chamado por Yahweh para formar uma nação santa (Êx 19.6).

A própria Escritura dos hebreus é reconhecida como santa. Ela é aclamada como a Palavra do Senhor por 242 vezes no Antigo Testamento.

A idolatria, considerada como prostituição espiritual no Antigo Testa­mento, é veementemente proibida tanto no código da aliança (Êx 20.22,23.19) como no código deuteronômico (Dt 12–26) e no código da santidade (Lv 17–26).

A recomendação contra a idolatria, que é considerada uma das piores afrontas à santidade de Deus, está presente em todas as divisões do Antigo Testamento (Lei, Profetas e Escritos).

Yahweh tem a prioridade sobre todas as coisas, e nada poderia ser colocado antes dEle. Ele é o único Deus, Criador de todas as coisas, e somente Ele deve ser adorado.

A Santidade Continua Sendo Exigida no Novo Testamento

Vimos que, no Antigo Testamento, a santidade estava diretamente relacionada à Lei de Moisés, ao Tabernáculo e à prática da justiça.

No Novo Testamento, a função da Lei no plano de salvação da humanidade vai ficando mais clara, principalmente nos escritos do apóstolo Paulo.

O apóstolo, doutor da Lei, deixa claro que esta era insuficiente para salvar. Bom, então, qual era a função da Lei afinal de contas? Paulo deixa mais evidente a função da Lei quando escreve a Carta aos Gálatas (Gl 3.23-25). A Lei serviu como aio para chegar-se a Cristo.

A palavra grega aio significa “uma pessoa que conduz uma criança”, tutores responsáveis por proteger os filhos dos seus senhores, educá-los, bem como corrigi-los.

O aio, portanto, tinha uma função transitória e não definitiva, pois, quando o filho chegava à sua maturidade, não tinha mais função a desenvolver.

Dessa forma, a função da Lei era dar consciência tanto a judeus como gentios da sua culpabilidade e conduzi-los a Cristo. Assim, a Lei por si só era insuficiente para salvação, mas tinha a sua função: conscientizar o ser humano da sua miserabilidade e apontar para aquEle que realmente salva, Cristo.

Abre-se, portanto, o caminho para apresentar a grande revelação da justiça de Deus para a humanidade, as Boas Novas da salvação para uma humanidade em pecado e que não têm como pagar a sua dívida. Paulo está preparando o leitor para receber a doutrina da justificação pela fé (NEVES, 2015, p. 46).

A morte de Jesus é acompanhada de sinais (Mt 27.51-56), o que de­monstra que ela não foi em vão, mas tinha atingido o principal objetivo (o véu da separação do Templo rasga-se em dois, terremoto, as rochas fendem-se, e muitos mortos ressuscitam).

Vamos, então, ater-nos aqui no primeiro sinal para demonstrar a grande barreira que foi quebrada com a morte de Jesus.

O véu do Templo é o símbolo de inacessibilidade do ser humano comum a Deus, necessitando de intermediário para en­trar no lugar “Santo dos Santos”. Como já visto, o acesso era permitido somente ao sumo sacerdote uma vez ao ano.

A morte de Jesus rasgou o véu da separação, dando o livre acesso do ser humano a Deus. Essa doutrina seria uma grande afronta à elite religiosa judaica.

Os judeus acusaram Jesus de desrespeitar a Lei e a tradição judaica. Mateus, contudo, demonstra que, na realidade, por meio da sua própria vida e obra, Jesus estava cumprindo a Lei, os profetas e os salmos.

Assim, o cumprimento da Lei por meio do sacrifício vicário de Jesus inutilizou qualquer forma de sacrifício para justificação, pois o sacrifício de Cristo foi perfeito e único.

A obra de Cristo satisfaz a necessidade da justiça de Deus pelo pecado da humanidade, pois anulou a sentença de morte.

Assim, conquistou o direito da justiça perfeita, que é atribuída a todo o que crê e aceita o sacrifício vicário de Jesus. A justiça de Cristo, con­quistada por meio da sua morte, é imputada gratuitamente ao pecador que crê.

O fato de a justiça de Cristo ser a base da justificação acentua amplamente a graça de Deus. A graça tem como centro a cruz de Cristo para onde tudo se converge, e os justificados são perfeitamente recon­ciliados e santificados (santificação inicial).

Jesus apresentou um sacrifício perfeito e suficiente no Santo dos Santos, diante do Pai, por meio do seu próprio sangue, garantindo a remissão de todo pecado.

Assim, quem está em Cristo não precisa de intermediários como no Antigo Testamento, pois tem o privilégio de entrar na presença de Deus por meio do sacrifício de Cristo (Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).

A Santidade da Igreja de Cristo como Identificação de Propriedade Peculiar de Deus

Jesus cumpriu a sua missão e retornou ao Pai. Ele, porém, não re­tirou a Igreja do mundo (Jo 17), mas deixou-a para representar-lhe, anunciando o seu evangelho.

A Igreja, mesmo estando no mundo, não pode deixar-se vencer pelo mal (Jo 17.15). O cristão guiado pelo Espírito Santo torna-se embaixador de Cristo, conforme Paulo afirma à igreja de Corinto (2 Co 5.20).

Para ser santo e propriedade peculiar de Deus, o cristão deve deixar de pecar? Não, isso é impossível, pois, “se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” e “se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.8,10).

Apesar de a santificação ir mortificando nossa natureza pecaminosa, ela não morre completamente, continua dentro de nós lutando para sobressair-se.

O cristão continua pecando, mas ele não sente mais prazer na prática do pecado. Mas, quando peca, ele, arrependido, confessa o seu erro a Deus para obter o perdão (1 Jo 1.9).

Há pessoas que, por equívocos de interpretação, acham que a santidade é algo impossível. No entanto, apesar das falhas, o cristão pode ter uma vida separada e de testemunho para influenciar o meio em que vive, tendo a santidade como marca na sua vida.

Os bons costumes devem ser preservados; todavia, o essencial é a manifestação do fruto do Espírito na vida do cristão.

Pessoas invejosas, dominadas por pensamentos impuros, que promovem discórdias e dis­sensões, entre outros comportamentos impróprios aos cristãos, podem demonstrar aparência de santidade.

A recomendação para os cristãos é “revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).

A Igreja, por meio dos discípulos, recebeu de Jesus uma vocação, devendo manter-se fiel a ela. Para isso, a Igreja deve ser capaz de esta­belecer conexões e influenciar a cultura e o mundo em que está inserida sem deixar-se influenciar, em uma atitude dialógica.

Como representante de Deus diante da humanidade, ela possui uma identidade definida e contrastante com a sociedade pós-moderna.

Ela é um organismo vivo, que, ao longo dos séculos, tem penetrado as mais diversas culturas e vem-se mantendo como mediadora para o Reino de Deus no porvir. O contraste entre a missão da Igreja e a sociedade pós-moderna não pode ser empecilho para o diálogo.

A principal marca que deve identificar a Igreja neste tempo pós­-moderno continua sendo a santidade. Ela está, sim, no mundo, mas deve ter um comportamento que inspira ser replicado e referenciado no trabalho, no comércio, na política, nos negócios, entre outras áreas.

A Igreja tem conquistado espaços em nossa sociedade, mas será que tem feito a diferença, tem sido santa (separada) na sua forma de agir?

O conceito de santidade está presente em todo o Cânon bíblico, esse tema é central não somente na teologia, mas também na ética cristã.

Pelo que já foi visto até agora, é possível constatar que a santidade é um atributo essencial de Deus, assim como a justiça e o amor.

No contexto do Antigo Testamento, a santidade de Deus tem um destaque especial relacionada com a sua justiça e misericórdia, enquanto no Novo Testa­mento o destaque é dado para o amor e a graça de Deus, que caminham de mãos dadas com a santidade.

No Pentateuco, está a famosa recomendação ao povo de Israel: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).

Esse texto, todavia, é citado na tradição cristã com a mesma reverência: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1.15,16).

O profeta Isaías nomina o Senhor como o “Santo de Israel” (Is 17.7; 41.14; 47.4). De forma semelhante, o apóstolo Paulo refere-se às igrejas cristãs como “povo santo” (Rm 1.7; 1 Co 1.1,2; Fp 1.1; Fm 1.5).

O Novo Testamento enfatiza a necessidade de viver em santidade e coloca-a como condição imprescindível para a experiência pessoal com Deus na vida presente e futura (1 Ts 4.3; Hb 12.14).

No tempo da graça, a Igreja tem uma responsabilidade maior, pois recebeu a revelação maior de Deus por meio de Cristo, bem como pôde vivenciar o cumprimento do que estava previsto no Antigo Testamento, a saber, a redenção por meio do sacrifício perfeito de Cristo como Sumo Sacerdote perfeito.

Seja você um representante de Deus nesta sociedade pós-moderna por meio de uma vida de santidade.

III- O Culto Racional no Novo Testamento

O grande diferencial entre o crente do AT e o crente do NT é a forma de adoração e da busca de santidade, conforme o apóstolo Paulo reco­menda em Romamos 12.1,2.

O culto racional mencionado por Paulo em Romanos 12.1 não é o culto oferecido semanalmente nos templos. Paulo vai além da cultura do AT, em que os sacrifícios eram realizados de forma mecânica e local­mente; o culto que ele menciona é a consagração diária, sem intervalos.

Na realidade, no Templo, o crente abastece a sua fé com a Palavra e a comunhão com Deus e com a igreja. O desafio, portanto, está em oferecer o culto racional no dia a dia, no qual devemos mostrar nossa santidade.

No Antigo Testamento, o povo tinha um rigoroso ritual para oferecer sacrifícios de animais, que não eram eficazes para remover pecados, ape­nas para apontar para Cristo (Hb 10.3,4).

Os cristãos foram justificados pelo sacrifício único e perfeito de Cristo, mas não elimina a necessidade de consagração a Deus.

A consagração deve ser autêntica e voluntária, e não simplesmente algo mecânico e repetitivo. Paulo esclarece como entrar em comunhão com o Senhor, uma vez que os antigos rituais não eram mais necessários.

O culto agora deveria ser realmente espiritual em que o adorador entrega a sua própria vida, seguindo o exemplo de Jesus. O corpo do crente passa a ser o lugar de encontro e de comunhão, lugar privilegiado na adoração, o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19).

No Antigo Testamento, a santidade era uma preocupação dos sacerdo­tes. O povo era responsável por levar o sacrifício a ser oferecido, mas era o sacerdote que o oferecia.

Ele que deveria tomar as precauções previstas na Lei Mosaica, tanto para quem oferecia como para o sacrifício em si (Êx 28.1-4; Lv 4.3; 21; 23.12; Hb 8.7,8).

Devido à sua limitação, o sacrifício deveria ser repetido várias vezes (Hb 10.3). No Novo Testamento, o cristão é orientado a oferecer o corpo como sacrifício vivo, mas ele acrescenta que deve ser um corpo santo.

Na Nova Aliança, o crente não precisa mais de intermediário, pois cada um possui um sacerdócio santo para oferecer o sacrifício espiritual e agradável a Deus (1 Pe 2.5). O crente passa a adorar ao Senhor de forma integral (espírito, alma e corpo) e exclusiva (separada) para Ele.

Deus está interessado pelo interior das pessoas, onde está o verdadeiro eu, mas é inegável que o interior se reflete no exterior.

Este é um bom momento para refletirmos sobre a mordomia do corpo, para que pos­samos consagrá-lo a Deus de forma agradável.

Dentre vários cuidados, pode ser citado a alimentação e exercícios físicos (Pv 23.2; Gl 5.22,23). Alguns crentes levam uma vida desregrada e, quando as consequências deflagram no corpo, correm para Deus, como se Ele tivesse a obrigação de curar. Devemos, no entanto, oferecer o melhor de nosso corpo para ao serviço. Isso é agradável ao Senhor.

Ryle (2009, p. 67) afirma que a santidade está diretamente relacionada com ter a mesma mente de Deus, e isso ocorre à medida que tomamos conhecimento da sua mente por meio da sua Palavra.

Assim, o cristão terá “uma decidida inclinação mental para Deus; o desejo no íntimo de cumprir a sua vontade; um maior temor de desagradar o Senhor do que de desagradar o mundo e um amor a todos os caminhos de Deus”.

Um dos campos de maior combate em busca da santificação é a mente. Por isso, a importância de mantermos a mente renovada em Cristo.

A cultura tem um poder expressivo na formação da cosmovisão e no comportamento das pessoas. O sistema dominante do mundo, que, segundo a Bíblia, “jaz no maligno” (1 Jo 5.19), tem os seus meios para manter a sua ideologia e controle sobre o comportamento das pessoas.

A educação, a mídia, a televisão, os jornais, entre outros meios de comunica­ção tornam-se ferramentas eficazes para moldar o pensamento dominante segundo os interesses do poder dominante.

Por isso, o crente deve estar atento, conhecendo a Bíblia e mantendo uma vida de comunhão com Deus para ser influenciado pelas coisas que são de cima (Jo 3), e não pelas forças que dominam o mundo secular, sem Deus.

Os jovens, pela sua rede de relacionamentos, estão mais expostos a essa influência. Dessa forma, precisam ser fortes para influenciar e não serem influenciados.

Só o Espírito Santo por meio da Palavra é capaz de renovar nossa mente, só que esse processo não acontece de forma passiva.

O Espírito Santo auxilia-nos, porém, temos que querer e buscar ter uma mente renovada permanentemente. Depois da conversão, a mente deve ocupar-se das coisas de Deus (Fp 4.8) e receber o poder de discernir as coisas espirituais (1 Co 2.14-16).

Jesus disse que, onde estiver o tesouro do ser humano, aí estará também o seu coração e a sua mente (Mt 6.21-24). Enquanto as pessoas sem Deus vivem segundo o padrão estabelecido pelo mundo, os crentes devem viver uma vida de forma que tudo o que fizerem seja para a glória de Deus (1 Co 10.31).

O que se espera de uma pessoa que teve um encontro com Cristo é que ela viva de maneira digna para não ser oprimido pela sua própria cons­ciência, ou seja, ser irrepreensível.

Essa recomendação não é para o crente excluir-se do mundo, rejeitar os amigos, isolar-se dos relacionamentos, mas, sim, mudar a conduta, demonstrando o impacto do evangelho na sua vida.

Apesar da natureza corrompida e viver num mundo que “jaz no ma­ligno”, o crente precisa ter uma vida consagrada a Deus. A maneira como vemos o mundo interfere na maneira como agimos (Pv 23.7); por isso, devemos seguir a vida no espírito “de poder, amor e equilíbrio” (2 Tm 1.7), sendo fiel a Deus, independentemente das circunstâncias (Fp 4.11-13).

Existe a boa vontade universal de Deus, ou seja, a vontade de Deus que se aplica a todas as pessoas de forma geral. Por outro lado, existe a vontade de Deus que é específica para uma pessoa.

Pessoas que se dedi­cam ao campo missionário é algo que agrada a Deus, só que nem todas as pessoas têm o chamado específico para trabalhar num campo missionário; todavia, todas as pessoas podem participar contribuindo ou orando por um trabalho missionário.

Por outro lado, às vezes, o crente pode estar fazendo algo que agrada a Deus, mas não é a boa vontade dEle porque Ele tem outro propósito para o seu servo naquele momento (At 16.7).

A Bíblia exorta-nos a aprender como discernir o que é agradável a Deus (Ef 5.10). Existe, todavia, um procedimento que se tornou comum em algumas igrejas evangélicas que pode confundir as pessoas na hora de identificar o que agrada a Deus: porta aberta (tudo dá certo) ou porta fechada (barreiras na hora de realizar algo).

O fato de, ao buscar determi­nado objetivo, as coisas acontecerem conforme se esperava, bem como o contrário, não se constitui parâmetro para definir se é ou não a vontade de Deus.

As coisas podem acontecer da maneira como o indivíduo esperava e não ser da vontade de Deus. Por outro lado, as coisas podem acontecer de forma totalmente diferente do que se espera e ser a vontade dEle.

Ter uma vida consagrada é estar na vontade agradável a Deus, pois, mesmo que as coisas não aconteçam do jeito que se espera, o cristão terá força e persistência para continuar fazendo o que agrada a Ele.

O cristão que consagra a sua vida estará em harmonia com o Senhor, conectado com o Espírito Santo e saberá discernir o que é agradável a Deus (Ef 5.10).

A Bíblia revela a justiça de Deus e qual é a perfeita vontade dEle para a humanidade. No quesito da vontade moral, não resta dúvida, a defini­ção é clara.

A título de exemplo, temos a explicitação da vontade moral de Deus aos Tessalonicenses: “que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.1-3).

Esse é um parâmetro que todo cristão deve ter para a sua vida. Não importa o que a sociedade e as pessoas com quem se relacionam digam, essa é perfeita vontade de Deus.

Aos colossenses, a prescrição é frutificar em toda boa obra, crescer no conhecimento de Deus, perse­verar nas dificuldades, ter alegria do Espírito e dar graças em tudo (Cl 1.10-12).

Cristão, mesmo que a vontade do Senhor para você seja algo “inaceitável” por não ser do seu próprio interesse, confie em Deus, pois tudo contribui para o bem daqueles que amam a Ele (Rm 8.28).

Que Deus abençoe sua aula!

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Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/02/23/licao-9-santidade-e-a-marca-do-crente/

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