TEXTO PRINCIPAL
“O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Pv 18.24)
Entenda o Texto Principal:
– Este provérbio tem sido interpretado de duas maneiras diferentes: amizades que fazem mal versus amizades que fazem bem (Perowne), amizades rasas versus amizades profundas (Toy).
RESUMO DA LIÇÃO
No relacionamento entre Davi e Jônatas temos um grande exemplo de uma amizade inspiradora e edificante.
Entenda o Resumo da Lição:
– A amizade entre Davi e Jônatas é frequentemente considerada um modelo de lealdade, confiança e amor incondicional. Eles se tornaram amigos íntimos e a história de sua amizade é marcada por atos de coragem, proteção e apoio mútuo, mesmo em meio a perseguições e perigos.
TEXTO BÍBLICO
1 Samuel 18.1-6
1. E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jónatas se ligou com a alma de Davi, e Jônatas o amou como à sua própria alma
– que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo – Eles tinham quase a mesma idade. O príncipe tinha se interessado pouco em Davi como um menestrel; mas seu heroísmo e modéstia, masculinidade, piedade e alta dotação, acenderam a chama não apenas de admiração, mas de afeição, na mente agradável de Jônatas. [Jamieson; Fausset; Brown]
2. E Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que se tornasse para casa de seu pai.
– (1-2) O vínculo de amizade que Jônatas formou com Davi era tão evidentemente o ponto principal, que em 1Samuel 18:1 o escritor começa com o amor de Jônatas por Davi, e depois prossegue em 1Samuel 18:2 para observar que Saul levou Davi para ele mesmo daquele dia em diante; considerando que é muito evidente que Saul disse a Davi, no momento de sua conversa com ele ou imediatamente depois, que ele deveria permanecer com ele, ou seja, em seu serviço.
“A alma de Jônatas se ligou (lit. se acorrentou; compare com Gênesis 44:30) à alma de Davi, e Jônatas o amou como sua alma”.
O Chethibh ויּאהבו com o sufixo ו anexado ao imperfeito é muito raro e, portanto, o Keri ויּאהבהוּ (vid., Ewald, 249, b., e Olshausen, Gramm. p. 469). לשׁוּב, para retornar à sua casa, em outras palavras, para se envolver em sua antiga ocupação como pastor. [Keil e Delitzsch]
3. E Jônatas e Davi fizeram aliança porque Jônatas o amava como à sua própria alma
– E Jônatas fez um acordo de amizade com Davi – Tais convênios de fraternidade são frequentes no Oriente. Eles são ratificados por certas cerimônias, e na presença de testemunhas, que as pessoas que fazem convênio serão juradas por toda a vida. [Jamieson; Fausset; Brown]
4. E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.
– Jônatas tirou o manto que estava vestindo e deu-o a Davi – Receber qualquer parte do traje que tivesse sido usado por um rei, ou seu filho mais velho e herdeiro, é considerado, no Oriente, a mais alta honra que pode ser conferido a um sujeito (veja em Ester 6:8). O cinto, estando conectado com a espada e o arco, pode ser considerado parte do traje militar, e grande valor é atribuído a ele no Oriente. [Jamieson; Fausset; Brown]
5. E saía Davi aonde quer que Saul o enviava e conduzia-se com prudência e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e era aceito aos olhos de todo o povo e até aos olhos dos servos de Saul.
– E David saiu, isto é, para a batalha; aonde quer que Saul o enviasse, ele agia com sabedoria e prosperidade (ישׂכּיל, como em Josué 1:8: veja em Deuteronômio 29:8).
Saul o colocou acima dos homens de guerra em consequência, fez dele um de seus comandantes; e ele agradou a todo o povo, e também aos servos de Saul, ou seja, os cortesãos do rei, que são invejosos como regra geral. [Keil e Delitzsch]
6. Sucedeu, porém, que, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e em danças, com adufes, com alegria e com instrumentos musicais.
– as mulheres saíram de todas as cidades de Israel – na marcha de volta da perseguição dos filisteus. Esse é um traço característico das maneiras orientais.
No retorno de amigos há muito ausentes, e particularmente no retorno de um exército vitorioso, bandos de mulheres e crianças saem das cidades e aldeias, para formar uma procissão triunfal, para comemorar a vitória e, à medida que avançam, para gratificar os soldados com danças, música instrumental e canções improvisadas, em homenagem aos generais que obtiveram a mais alta distinção pelos feitos de bravura.
As mulheres hebréias, portanto, estavam apenas pagando os costumeiros elogios a Davi como o libertador de seu país, mas cometeram uma grande indiscrição ao elogiar um assunto à custa de seu soberano. [Jamieson; Fausset; Brown].
INTRODUÇÃO
Nessa lição falaremos sobre a amizade tendo como foco de análise a história de Davi e Jônatas. O primeiro, filho de Jessé, cresceu pastoreando ovelhas O segundo, filho de Saul, foi educado na corte sendo preparado para a guerra e para o poder.
Em comum, temiam a Deus, eram fiéis aos seus princípios e cultivavam uma inspiradora amizade. Devemos saber escolher nossas amizades e companhias, pois elas exercem grande influência sobre nossas vidas. Esse será o fio condutor de nossas reflexões. Bons estudos.
– Uma das maiores amizades de todos os tempos é descrita como a que se desenvolveu entre Davi e um filho de Saul, Jônatas. Saul conservou Davi consigo, como um membro da sua corte, e desde o início a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi (1).
Os dois eram jovens de intrépida coragem. Os dois tinham espírito puro e não eram egoístas. Jônatas e Davi fizeram aliança (3) – em hebraico, berith, um acordo compacto e fechado, voluntariamente feito entre duas pessoas que antes não estavam associadas.
É a mesma palavra usada com respeito ao concerto ou aliança de Deus com o seu povo, de onde deriva a palavra “testamento” no Antigo e no Novo Testamento. O ato de Jônatas de apresentar as suas roupas e armas a Davi foi um sinal público de grande afeição e respeito (4).
A natureza da aliança não é declarada explicitamente. Mais referências à aliança entre Jônatas e Davi incluem 20.8, 13 17:42-22.8; 23.18.
Despojou-se Jônatas da capa. Como príncipe herdeiro (20.31), era de se esperar que sucederia seu pai como rei. Em 13.22, Jônatas e Saul tinham sido distinguidos do restante do povo por possuírem espadas e lanças.
Nesse caso, Jônatas, ao doar a Davi sua capa e suas armas não somente quis demonstrar a sua lealdade, mas também o seu reconhecimento de Davi como sendo a escolha de Deus para ser o próximo rei. Ver a confissão explícita de Jônatas em 23.17.
I. UMA AMIZADE INSPIRADORA
1. Quem era Jónatas?
Quando Jônatas entra em cena (1 Sm 13.3). já é um comandante de tropas do exército de Israel e pouco se sabe sobre sua infância.
No entanto, podemos imaginar como deve ter sido: nascido na corte, filho do rei, cercado de privilégios e educado da forma mais assertiva para os futuros desafios de um possível rei.
Era um guerreiro ousado e corajoso, tendo participação decisiva em muitos conflitos e trazendo vitórias importantes para o reino (1 Sm 14.1-15).
A essa altura, Jônatas era uma unanimidade em Israel sendo admirado e naturalmente pretendido por muitos como sucessor de Saul.
Algo que nos chama a atenção é o fato de que a fé, o caráter, as qualidades, a bondade e o senso de justiça encontrados em Jónatas contrastam de forma impressionante com a ausência desses destaques em seu pai, o rei Saul.
Mesmo sendo diferente do rei em muitos aspectos. Jonatas foi fiel ao seu pai até o fim quando, juntos, tombaram no campo de batalha. Mesmo quando apoiava e socorria a Davi, sempre buscou honrar o pai e convencê-lo de que no belemita não havia uma ameaça, mas sim, um forte e fiel aliado.
Um detalhe importante para conhecermos melhor Jônatas pode ser observado a partir do momento em perceberam em Davi o ungido do Senhor.
Enquanto Saul se revoltou profundamente e começou a prossegui-lo com intenção de vê-lo morto. Jônatas aceitou honradamente o direito de Davi ao trono. O filho de Saul percebeu nitidamente a realidade que estava diante de seus olhos (1 Sm 18.1-4).
– Dez homens chamados Jônatas são mencionados na Bíblia, mas veremos aqui o Jônatas filho do rei Saul.
Esse Jônatas era um homem nobre, de verdadeiro caráter, fé e integridade. Apesar do ódio de Saul por Davi, Jônatas e Davi eram amigos muito próximos (1 Samuel 18:1-3), e Jônatas protegeu Davi e o ajudou a escapar de Saul (1 Samuel 19:1-2).
Como Davi era casado com a irmã de Jônatas, Mical, Jônatas também era cunhado de Davi. Em 1 Samuel 14, vemos o bom caráter de Jônatas em contraste com a insensatez de seu pai. Saul e seus homens estavam lutando contra os filisteus, e Jônatas decidiu invadir um posto avançado filisteu (1 Samuel 14:1).
Ele levou consigo apenas seu jovem escudeiro e não contou a mais ninguém sobre seus planos (versículo 3).
A bravura de Jônatas ao se aproximar da guarnição inimiga estava enraizada na fé, pois ele disse ao seu escudeiro: “Vamos atravessar a guarnição desses incircuncisos; talvez o SENHOR nos defenda, porque nada impede o SENHOR de livrar com muitos ou com poucos” (versículo 6).
O Senhor estava de fato com Jônatas, e ele e seu companheiro mataram cerca de vinte filisteus (versículo 14).
Então Deus enviou pânico ao acampamento inimigo, juntamente com um terremoto, e o inimigo foi derrotado (versículos 15, 20, 23).
Enquanto isso, o rei Saul havia colocado suas tropas sob um juramento: ninguém poderia comer nada o dia todo (versículo 24).
Jônatas, que não estava presente quando Saul fez essa exigência tola, encontrou um pouco de mel depois da batalha e o comeu (versículo 27). Quando Saul descobriu que seu filho havia comido o mel, exigiu que ele fosse morto (versículo 44).
Foi somente com a intervenção do restante do exército que o fiel e corajoso Jônatas foi poupado naquele dia (versículo 45).
Jônatas não era muito parecido com o seu pai. Jônatas era conhecido por seu profundo amor, amizade leal e fé em Deus, enquanto Saul demonstrava repetidamente insensatez, orgulho e desobediência a Deus (1 Samuel 13:8-13; 14:24-30; 15:1-34).
Por fim, Deus rejeitou a realeza de Saul e o substituiu por Davi (1 Samuel 16:11-13). Jônatas foi fiel ao Senhor e se posicionou politicamente contra o seu pai, pois sabia que Deus havia escolhido Davi para ser o próximo rei.
Ele fez uma aliança com a casa de Davi e, portanto, reconheceu a família de Davi, e não a sua, como a linhagem escolhida para a realeza (1 Samuel 20:16).
Jônatas e Saul obviamente não se davam bem, pois Jônatas realmente desejava que o Senhor se vingasse dos inimigos de Davi (1 Samuel 20:16), e Saul, quando suspeitou da traição de Jônatas em favor de Davi, atirou uma lança em seu filho na tentativa de assassiná-lo (1 Samuel 20:33).
Saul também insultou Jônatas e sua mãe, chamando-o de “filho da mulher perversa e rebelde” (1 Samuel 20:30).
Em uma batalha posterior contra os filisteus, Jônatas foi morto ao lado de dois de seus dois irmãos, Abinadabe e Malquisua (1 Samuel 31:2). O próprio Saul também foi gravemente ferido e disse ao seu escudeiro que o matasse.
Quando o escudeiro não quis tirar a vida do rei, Saul caiu sobre sua própria espada, e seu escudeiro, aflito, seguiu seu exemplo. Mesmo na morte, a retidão de Jônatas superou a de seu pai. Dessa forma, a linhagem de Saul terminou, e a linhagem de Davi continuou como profetizado.
O filho de cinco anos de Jônatas, Mefibosete, ficou aleijado no dia em que sua família recebeu a notícia da morte de Jônatas (2 Samuel 4:4).
Mais tarde, o rei Davi honrou Mefibosete e o tratou como seu próprio filho por causa de seu amigo Jônatas (2 Samuel 9).
2. Saul ou Davi, eis a questão!
A sucessão de eventos na vida de Jônatas foi tomando um rumo bastante desafiador. À medida em que a amizade com Davi se fortalecia, sua relação com o pai ficava delicada.
Davi era cada vez mais reconhecido e celebrado, já Saul, corroído pelos ciúmes, colhia os frutos de sua negligência e rebeldia para com o Senhor. Diante da postura intolerante e ameaçadora de Saul contra o seu amigo Davi, Jônatas foi obrigado a fazer uma escolha reconhecendo Davi como o ungido do Senhor (1 Sm 23.17), passou a apoiá-lo abertamente.
Diante de seu pai, Saul defendeu Davi e conseguiu dirimir, ainda que por pouco tempo, as intenções do pai em matá-lo. Preocupava-se com o seu amigo, visitando-o e acolhendo-o. Jônatas era um grande amigo de Davi em todos os momentos, inclusive nas adversidades (Pv 17.17. 1 Sm 21 a 31).
Vale destacar que, embora Jônatas fosse amigo de Davi, não traiu o seu pai, nem conspirou contra ele, ficando ao seu lado até o fim, quando ambos morreram no campo de batalha no monte Gilboa (1 Sm 31.1-6): Jonatas, morto pelos inimigos. Saul, lançando-se sobre a própria espada.
– Saul, ao remover Davi da corte e também do alto comando militar, talvez tenha pretendido diminuir a visibilidade e popularidade deste, além de aumentar seu risco de morrer numa batalha.
No entanto, o efeito das tramas de Saul, acabou resultando no inverso. Davi é levado a um contato mais estreito com o povo, de modo que “todo o Israel e Judá amavam Davi” (v. 16).
O versículo 6 parece referir-se a uma vitória posterior à derrota de Golias por Davi, pois o intervalo indicado no versículo 5 seria uma referência a outras disputas.
O rei e os seus soldados receberam as boas-vindas, no seu retorno, das mulheres das cidades que cantavam e dançavam, tocando adufes (6), um tipo de pandeiro associado, no Antigo Testamento, à alegria e à felicidade; e instrumentos de música — em hebraico, shalosh, provavelmente um instrumento de três cordas.
As mulheres… respondiam umas às outras (7), que cantavam em duas vozes, com um grupo que citava a primeira frase:
Saul feriu os seus milhares e o outro declarava: porém Davi, os seus dez milhares. O rei irou-se ao perceber a diminuição da sua popularidade e a fama crescente de seu jovem capitão.
Para alguém que prezava a opinião do povo como Saul, parecia que Davi já tinha tudo, exceto a própria coroa, e, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita (9), isto é, “vigiava-o com ciúme”.
3. Uma amizade que não foi esquecida.
O início do reinado de Davi foi marcado por muitas guerras e disputas territoriais. Com o passar do tempo, já com o reino unificado (2 Sm 5.1-4). os inimigos foram sendo vencidos e iniciou um tempo de estabilidade, prosperidade e progressiva paz (2 Sm 7.1).
Em um tempo em que Davi poderia usufruir de suas conquistas, mais uma vez demonstrou o seu valoroso coração ao lembrar da aliança feita com seu amigo Jônatas muitos anos antes (1 Sm 20.15 e 42).
Davi busca saber se havia algum descendente de seu amigo para agir com bondade, retribuir a amizade recebida nos anos passados e cuidar da sua família (2 Sm 9.1)..
– Davi e Jonatas se conheceram em uma condição extremamente conturbada, pós-guerra. Jonatas era filho do rei Saul, o mesmo que Davi substituiria, o qual o havia designado como seu general para aquela batalha no lugar do seu filho Jonatas.
Davi vence a guerra, aparentemente sob o impulso desta vitória, Jonatas se achegou a Davi, firmaram uma aliança de amizade, a ponto de Jonatas se despir de suas armaduras, armas e entregá-las a Davi.
O ato de Jonatas foi mais que generosidade espontânea, era um reconhecimento de valor deste novo amigo, a quem estava disposto a doar tudo que possuía, inclusive o trono.
Davi continuou a exibir uma lealdade amorosa em relação a Jônatas (ISm 20.42), cuidando das necessidades físicas de seu filho aleijado, Mefibosete (cf. 2Sm 4.4)
SUBSÍDIO I
Professor(a), explique que “as verdadeiras amizades não cedem às conveniências ou pressões do momento Amigo que muda de lado facilmente, ao sabor dos seus interesses, não é amigo verdadeiro. A amizade de Rute e Noemi mostrou-se realmente profunda e surpreendente.
Salomão escreveu O amigo ama em todos os momentos é um irmão na adversidade (Pv 17.17-NVII). No período da monarquia judaica, temos o belo exemplo da amizade entre Davi e Jônatas (1 Sm 18.1) a despeito da fúria do rei Saul A disposição de Jónatas em ser amigo de Davi mostrou-se mais forte que as injustas investidas do seu pai (1 Sm 20:1-4).
Rute também estava disposta a enfrentar toda e qualquer dificuldade em nome do sentimento que devotava a Noemi. As expressões ‘onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu e ‘onde quer que morreres, morrerei eu (Rt 1.16.17) demonstram o grau de companheirismo e comprometimento da jovem moabita, que não ficou somente em palavras, mas transformou-se em atitudes concretas por toda a vida
Em dias de tanto individualismo, uma reflexão que precisamos fazer é quanto ao nível de nossos relacionamentos.
O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), que muito escreveu sobre modernidade líquida costumava apontar para as fragilidades das amizades atuais que são tão múltiplas e mostram-se tão ‘quentes no ambiente virtual, mas que são tão poucas e incrivelmente frias na vida real.
O tipo de companheirismo e comprometimento de Rute às vezes não é visto nem mesmo no ministério da igreja. O cristão tem o imperativo de amar uns aos outros (Jo 13:34), combustível indispensável para amizades verdadeiras e duradouras”
(QUEIROZ, Silas. O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família Rio de Janeiro CPAD 2024 pp 39-40)
II. AMIZADES QUE EDIFICAM
1. Uma amizade que agradou ao Senhor.
A amizade entre Davi e Jônatas nos ensina lições preciosas. Foi uma amizade que agradou ao Senhor, sendo edificante para ambos, permitindo que muitas vidas fossem abençoadas e estava em conformidade com a vontade de Deus.
Essa amizade transcende a esfera pessoal e, pelo significado e relevância, se tornou em um verdadeiro compromisso com Deus.
Quando buscamos amizades dentro dos padrões bíblicos, somos levados a uma verdadeira edificação em diversos sentidos, desde afetivos, psicológicos, espirituais, entre outros.
A Bíblia nos traz muitos exemplos fiquemos com dois: Noemi e Rute com sua comunhão, companheirismo e fé (Rt 1.16); Paulo e Silas com a unidade de propósitos em prol da obra missionária (At 15.40-41).
– No contexto que vivemos hoje, no qual o poder desempenha um papel extremamente importante, o que pensaríamos se um príncipe voluntariamente renunciasse o seu trono em favor de um amigo, cujo o caráter e fé eram inquestionáveis?
O que pensaria o povo e até mesmo a família real? Jonatas, este amigo verdadeiro, é capaz de reconhecer suas limitações e ceder o espaço para este amigo, que se mostrava muito mais capaz para governar do ele mesmo.
Jônatas, o primogênito de Saul, embora bem mais velho do que Davi, ama-o como a sua própria alma e faz aliança com ele.
O verbo “amar” aqui tem a conotação de “ser leal a” (20:16,17; 2Sm 1:26).3 Russel Norman Champlin diz que a alma dos dois guerreiros foi costurada uma à outra, como exemplo de uma amizade clássica.
2. A força da amizade verdadeira.
A Palavra de Deus nos revela que “aquele que tem muitos amigos, pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24).
Se alguém diz que tem muitos amigos, talvez não tenha nenhum. Ao longo da vida, vamos estabelecendo muitos contatos e criando vínculos com diversas pessoas. Mas quantas podemos chamar de amizade verdadeira? Davi e Jônatas nos ensinam as bases nas quais podemos construir amizades saudáveis e que nos ajudarão a cumprir com os propósitos divinos para nossas vidas.
Eles não permitiam que nada se colocasse entre eles, nem mesmo os problemas familiares: nos momentos difíceis, se aproximaram ainda mais e permaneceram amigos até o fim.
A amizade entre Davi e Jônatas era tão sólida que os levou a firmarem uma aliança (1 Sm 20.16-17) que perdurou por anos e foi honrada por Davi mesmo muito tempo após a morte de Jônatas.
Quem são as pessoas próximas a nós que podemos chamar de amigos verdadeiros? Elas passam no filtro apresentado acima?
– Essa aliança de amor entre Jônatas e Davi perdura até o fim, apesar das turbulências que surgirão no caminho, em virtude do ciúme doentio de Saul, pai de Jônatas.
A mesma expressão é usada para descrever o relacionamento de Jacó com Benjamim, seu filho caçula. Somos informados que a alma de Jacó estava ligada com a alma dele (Gn 44:30).
O amor de Jônatas por Davi não era apenas um sentimento, mas sobretudo um reconhecimento de que o filho de Jessé seria o novo rei.
Jônatas despoja-se de sua indumentária de guerra e a transfere a Davi numa clara transferência de poder, uma vez que, legalmente, seria o sucessor de seu pai. Era uma demonstração de sua lealdade política a Davi.
Nas palavras de Kevin Mellish, “os itens que Jônatas legou a Davi simbolizavam os atavios do poder real.
Em essência, Jônatas simbolicamente renunciou sua posição como legítimo herdeiro do reino de Saul em favor de Davi”.8 O ato de Jônatas foi um ato de fé, pois só a fé nos impulsiona a ser menos para honrar a quem amamos. Onde o pecado teria feito inimigos, a fé fez amigos mais chegados que irmãos.
3. O cristão e as amizades.
Somos uma média das pessoas com quem andamos. Se andarmos com pessoas sábias, agregaremos sabedoria (Pv 13.20)
Se andarmos com pessoas descomprometidas com a vida, amargaremos frustrações e insegurança (1 Co 15.33-34).
O cristão deve ter bons critérios na hora de se relacionar (Ec 4.10). Ter amigos que compartilham de valores nobres é sempre um convite ao desenvolvimento saudável. A amizade com pessoas que seguem fielmente a Cristo é um convite ao mútuo crescimento espiritual e ao fortalecimento em Deus.
– A pressão e a influência de amigos podem ser boas! Jesus descreveu os seus discípulos como o sal da terra e a luz do mundo (Mateus 5:14-16).
Ele lhes disse que brilhasse “também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Devemos influenciar e afetar as vidas dos outros.
Influenciar e ensinar não são tarefas apenas para os santos mais velhos. Há algo especial sobre um jovem que dá um bom exemplo. Em 1 Timóteo 4:13, Paulo encoraja a todos os jovens que sejam bons exemplos.
Cada jovem tem a responsabilidade de dar um exemplo de piedade. Uma jovem se recusou a usar os shorts curtos e lisos que o seu técnico lhe deu. Como resultado de seu protesto, o uniforme da escola foi mudado.
Outro jovem cristão fez amizade com um colega de classe solitário e confuso. Como resultado da influência do cristão, o outro jovem encontrou respostas para a sua vida em Jesus Cristo. Jovens piedosos podem encorajar outros jovens tão bem quanto os santos mais velhos.
Um cristão deve se relacionar com amigos não cristãos da mesma forma que Jesus Se relacionava com aqueles que não O seguiam. Podemos observar algumas das maneiras como Jesus Se relacionava com as pessoas e imitá-lO ao nos relacionarmos com nossos amigos não cristãos:
1. Jesus era bondoso, mesmo quando as pessoas não O entendiam.
As pessoas estavam perpetuamente confusas sobre quem Jesus era e por que Ele estava no meio deles.
No entanto, Marcos 6:34 registra que, quando “viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas.” Os arrogantes O desafiaram; Ele respondeu com bondade (Lucas 10:25–26).
Os necessitados O esgotaram; Ele respondeu com bondade (Lucas 8:43–48). Soldados romanos e fanáticos religiosos O mataram; Ele respondeu com bondade (Lucas 23:34).
Jesus estava preparado para ser mal entendido, então Ele podia ter paciência e bondade com os não cristãos ao explicar como ter um relacionamento com Deus.
Precisamos lembrar que, como Seus seguidores, também seremos mal compreendidos. Jesus nos advertiu: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (João 15:18). Mesmo quando odiados ou incompreendidos, devemos sempre responder com bondade.
2. Jesus sempre falou a verdade.
Mesmo quando a Sua vida estava em jogo, Jesus sempre falava a verdade (Mateus 26:63–65). Quando estamos cercados por não cristãos que não adoram a Deus ou não defendem nossos valores, é tentador permanecer em silêncio ou transigir sobre as Escrituras para não ofender.
Às vezes vemos isso acontecendo com cristãos famosos quando são questionados sobre a homossexualidade ou o aborto. Em vez de se manterem firmes na verdade da Palavra de Deus, alguns cedem à pressão dos colegas.
A atração magnética para agradar àqueles que estão ao nosso redor é um problema humano universal. Mas, como cristãos, devemos ser “sal e luz” neste mundo escuro e sem sabor (Mateus 5:13-16).
Não devemos bater na cabeça das pessoas com nossos pontos de vista (veja o número 1, acima), mas também não devemos abrir mão da verdade. Jesus falou o que era necessário no dado momento, independentemente do custo pessoal. Ele falou o que as pessoas precisavam ouvir. Devemos fazer isso também.
3. Jesus nunca perdeu a Sua identidade.
Embora cercado por não cristãos todos os dias, Jesus não permitiu que a cultura ou suas opiniões alterassem a Sua identidade. Nem mesmo Satanás pôde abalá-lO (Mateus 4:1–10). Jesus sabia quem Ele era e por que estava aqui.
Como cristãos, devemos estar seguros em nossas identidades em Cristo para que mesmo o oponente mais vocal não possa nos abalar. Jesus comeu, bebeu e viajou com não cristãos todos os dias, mas nunca deixou de lado a Sua identidade como o Filho de Deus e pôde, portanto, dizer com verdade: “… porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 8:29).
4. Jesus conhecia o Seu propósito (Marcos 1:38).
Uma grande ameaça para nossas próprias almas ao fazer amizade com descrentes é que podemos facilmente perder de vista o nosso propósito. O mundo não compartilha nossos valores bíblicos e está ansioso para nos afastar da devoção a Cristo.
Embora possamos desfrutar de amizades com não cristãos, devemos fazê-lo com a consciência de que somos cidadãos de outro reino.
Estamos aqui como embaixadores do Rei (Efésios 2:19; Filipenses 3:20; 2 Coríntios 5:20). Podemos participar de atividades e relacionamentos com incrédulos, mas apenas até certo ponto. Devemos estar prontos para dizer um educado “Não, obrigado” quando solicitados a sair do nosso propósito.
Pode não ser o pecado descarado que somos encorajados a buscar, mas muitas outras coisas podem nos afastar da pura devoção a Cristo (2 Coríntios 11:3).
Materialismo, avaliações seculares, valores temporais, lazer, entretenimento: tudo pode ameaçar ou derrubar a busca do propósito de um cristão.
Quando mantemos nossos olhos no prêmio – como Jesus fez – nossos relacionamentos com não cristãos podem ser agradáveis e frutíferos para eles e para nós (Hebreus 12:1–2).
5. Jesus foi seletivo sobre Seus companheiros mais próximos.
Apesar do fato de Jesus interagir constantemente com os incrédulos, Ele reservou a Sua conexão mais íntima com os Seus discípulos escolhidos a dedo. Mesmo entre os discípulos, Ele escolheu três — Pedro, Tiago e João — para compartilhar os momentos mais íntimos da Sua vida. Apenas esses três testemunharam a Sua transfiguração (Mateus 17:1–9).
Foram aqueles três que O acompanharam ao Jardim do Getsêmani na noite da Sua prisão (Marcos 14:33–34).
O modelo que Jesus nos deu é o da intimidade seletiva nos relacionamentos. Embora devamos ser gentis com todos, servindo da maneira que pudermos, devemos ter cuidado com aqueles que permitimos que se aproximem de nós.
Nossos amigos mais próximos exercem grande influência e podem desviar nossos corações do plano de Deus para nossas vidas. Se Jesus teve que ser cuidadoso com aqueles que Ele permitiu que se aproximassem dEle, nós também devemos ter cuidado.
Precisamos buscar aqueles que compartilham nossa fé e nosso amor pelo Senhor, lembrando-nos de que “somos santuário do Deus vivente” (veja 2 Coríntios 6:14–16). Podemos amar e servir nossos amigos não cristãos como uma forma de honrar a Deus e demonstrar o quanto Deus também os ama.
SUBSÍDIO II
“A amizade que Jesus nutre para com os três irmãos, Lázaro, Marta e Maria, é um exemplo de valor para que tenhamos amizades sinceras.
No caso desses três irmãos, a amizade tinha um caráter especial, porque Jesus era o amigo que eles precisavam em todas as circunstâncias de suas vidas. Todos sabemos que a amizade é um dos bens mais preciosos que uma pessoa pode usufruir em sua vida.
As lições que aprendemos com a família de Marta, Maria e Lázaro ao hospedar Jesus e seus discípulos são da maior importância para o contexto da vida cotidiana. Tanto Lucas quanto João relatam em seus Evangelhos um pouco da história dessa família que recebe Jesus em seu lar.
Naturalmente, não era somente essa família que recebe Jesus com atenção e hospitalidade, mas no caso de Marta, Maria e Lázaro, a história ganha um sentido especial.
A amizade de Jesus com essa família era um conforto especial porque seus irmãos, por não compreenderem a sua missão, o rejeitavam e o criticavam.
Na última semana antes da sua morte, foi nessa casa que Jesus foi confortado e encontrou amizade sincera. O texto bíblico diz que Jesus e seus discípulos estavam de caminho para Jerusalém indo para a Festa da Dedicação dos judeus. Jesus aproveitou a oportunidade da viagem para visitar seus amigos na vila de Betânia.
Na verdade, os três irmãos haviam descoberto em Jesus a resposta a todas as suas dúvidas, e entenderam que a sua relação com Ele deveria ser algo mais que mera relação social de hospitalidade. Entenderam que Jesus deveria ser recebido em sua casa com muito mais fidalguia do que um hóspede importante
Eles viam em Jesus um verdadeiro amigo da família. Havia nessa amizade um elemento mais forte do que mera religiosidade, pois Jesus, o Filho de Deus, era real e estava em sua casa. (CABRAL Elienai Relacionamentos em Família. Rio de Janeiro CPAD 2023, pp. 219-223)
III. AMIZADES VIRTUAIS
1. A fragilidade das relações virtuais.
Nas telas, podemos nos conectar com um número praticamente incalculável de pessoas em todo o mundo. Desde um grupo de amigos” mais seleto” em aplicativos até uma imensidão de seguidores difícil de mensurar, nas redes sociais, os relacionamentos virtuais, independente de seus claros benefícios na comunicação, são fortemente provocadores da fragilidade nas relações humanas.
Entre os fatores que levam a essa fragilidade, temos a ilusão de intimidade (uma armadilha para os mais vulneráveis; os relacionamentos superficiais (um campo fértil para relações falsas), a solidão (um vazio existencial em meio à multidão) o distanciamento da realidade (uma visão desconexa e enviesada do real) a idealização da imagem corporal (uma frustração com o próprio corpo levando a desconfortos psíquicos), os problemas emocionais (um reflexo das distorções de conceitos diante da ausência de vínculos saudáveis), os perigos (um campo aberto à fake news, fraudes. perseguições e bullying) entre outros.
Os amigos virtuais não conseguem suprir necessidades naturais do ser humano e, por isso, a prevalência desse tipo de relação é sempre insuficiente.
Essas relações frágeis enfraquecem a capacidade de lidar com as complexidades humanas pois promovem uma ilusão de estarmos sempre acompanhados e amparados enquanto, na verdade, estamos carentes da presença humana.
– Relacionamentos à distância podem ser difíceis, mas também têm o potencial de fortalecer o vínculo entre os dois se cada um estiver comprometido com o relacionamento.
O acesso à internet torna os relacionamentos à distância muito mais fáceis do que costumavam ser. Agora temos a opção de utilizar chamadas de vídeo e uma série de outros aplicativos em tempo real que nos permitem ver e ouvir uns aos outros como se estivéssemos na mesma sala.
A internet também abriu as portas para conhecer pessoas de lugares distantes, e alguns desses encontros resultam em relacionamentos à distância. Existem aspectos positivos e negativos de um relacionamento à distância, e vamos explorar alguns deles.
Os cristãos entendem a complexidade e as frustrações dos relacionamentos à distância melhor do que a maioria porque, em certo sentido, estamos em um relacionamento à distância com Jesus.
Embora Seu Espírito esteja sempre conosco, ainda desejamos vê-lo face a face (1 Coríntios 13:12). Paulo expressou o desejo do coração de todo verdadeiro seguidor de Cristo quando escreveu: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.
Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne” (Filipenses 1:21-24).
Os cristãos devem ter cautela ao entrar em um relacionamento à distância com um estranho. Jesus instruiu Seus seguidores a serem “prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” enquanto navegamos neste mundo enganoso (Mateus 10:16).
Embora muitas pessoas tenham encontrado o amor verdadeiro através de sites de namoro e salas de bate-papo, muitas outras foram enredadas em um pesadelo.
A cautela nos lembra que alguém pode digitar qualquer coisa na internet, sabendo que não há como validar as declarações.
Apesar de quão charmosa uma pessoa pareça ser online, na verdade não a conhecemos. Mesmo entre amigos que se conhecem, um romance à distância traz riscos. Existe um potencial para que cada um ou ambos encontrem outra pessoa nas proximidades.
O velho ditado é muitas vezes verdadeiro: “A ausência faz o coração crescer mais afeiçoado – por outra pessoa”. Os seres humanos anseiam por intimidade, e se um relacionamento à distância não atender a essa necessidade, a tentação de terminá-lo por outro romance está sempre presente.
Os casos extraconjugais são comuns em casamentos à distância devido a esse déficit de intimidade. Por essa razão, os cristãos casados que não podem estar fisicamente presentes com seus cônjuges precisam guardar seus corações e cuidar-se para que “nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Romanos 13:14).
Fazemos provisão para a carne quando atiçamos a chama dos desejos não atendidos e nos colocamos em situações em que esses desejos não possam ser satisfeitos a não ser pelo pecado. Outra desvantagem de um relacionamento à distância é que, sem proximidade, não podemos ver o comportamento em vários ambientes.
Ele pode ser maravilhoso em vídeo-chamadas, mas como trata a garçonete do restaurante? Como ela reage quando está com raiva – e o que a deixa com raiva? Como ele interage com seus parentes? Como ela interage?
Alguns aspectos importantes de um relacionamento simplesmente não podem ser conhecidos sem passar um tempo na presença de alguém.
Em um lado positivo, os relacionamentos de longa distância oferecem a oportunidade de se concentrar na comunicação de coração para coração sem as distrações da vida cotidiana. Casais que fazem parte do serviço militar experimentam isso quando um deles está viajando. Embora a separação seja dolorosa, eles podem apreciar os momentos que passam juntos.
Eles não se desvalorizam ou se cansam da companhia um do outro. Eles podem desenvolver novas maneiras de criar intimidade espiritual e emocional enquanto privados de proximidade física. Para casais não casados, um relacionamento à distância também ajuda a proteger contra a tentação sexual, minimizando as oportunidades para isso (1 Coríntios 6:18).
Os cristãos devem avaliar relacionamentos de longa distância como fariam com qualquer outro relacionamento. Se o relacionamento não é centrado em um compromisso com Cristo, não é um bom relacionamento.
Se não criar um desejo em cada pessoa de viver uma vida mais santa e dedicada, não é um bom relacionamento. Se os participantes não se “estimularem ao amor e às boas obras”, não é um bom relacionamento (Hebreus 10:24).
No entanto, se ambas as partes estão comprometidas uma com a outra e com o Senhor, elas podem ver seu período de separação como um campo de treinamento para o que Deus quer fazer em cada uma de suas vidas (Tiago 1:2–4).
2. Comportamento de rebanho.
Um conceito bastante conhecido no mundo dos negócios também pode ser percebido ao observarmos os efeitos das relações virtuais e seus perigos: falamos sobre o comportamento de rebanho, também conhecido como “efeito manada”.
Diante da nossa necessidade de nos socializarmos, somos constantemente acessados por pessoas sem princípios que buscam manipular os despercebidos submetendo-os às suas intenções maldosas (Tg 1.8).
Isso acontece tanto nos ambientes virtuais quanto nos espaços físicos como escola, trabalho, entre outros. No comportamento de rebanho, somos induzidos a negar nossos pensamentos e intenções para aceitar aquilo que é proposto em um grupo idealizado pelos manipuladores (1 Jo 2.15: Tg 4.4).
Nesse momento, somos levados a uma postura de “pensadores de pensamentos alheios “Os prejuízos do “comportamento de rebanho têm sido alarmantes: perda da capacidade de raciocinar e agir por si mesmos, necessidade de suprir carências que não são reais, propensão a comportamentos distorcidos e práticas pecaminosas: afastamento dos objetivos de vida, esfriamento na fé, entre outros tantos.
– O Comportamento de Rebanho, também conhecido como Efeito Manada, refere-se à tendência de indivíduos a seguirem o comportamento e as opiniões da maioria, sem uma análise crítica individual, ou seja, imitando as decisões de outros membros de um grupo.
Este comportamento é comum em diversas áreas, desde investimentos até decisões sociais, e pode levar a decisões não otimizadas ou a seguir tendências sem um fundamento sólido.
O efeito manada funciona de uma maneira extremamente simples, mas um pouco problemática. É um comportamento em que as pessoas tendem a reagir às ações dos outros e a seguir seu exemplo.
Isso é semelhante à maneira como os animais reagem em grupos quando fogem em uníssono do caminho do perigo — seja ele percebido ou não —, daí o seu nome. Se distingue pela falta de tomada de decisão individual ou introspecção.
Resumidamente, ele faz com que os envolvidos pensem e se comportem de forma semelhante a todos os outros ao seu redor. Esse fenômeno tem um histórico de iniciar grandes — e infundadas — altas e baixas no mercado, muitas vezes baseadas na falta de suporte fundamental para justificar qualquer uma delas.
O efeito manada é um importante impulsionador de bolhas de ativos e quebras de mercado nos mercados financeiros. Como esse tipo de comportamento é instintivo, aqueles que não o seguem podem se sentir angustiados ou com medo. Se a multidão geralmente vai em uma direção, um indivíduo pode achar que está errado ao seguir o caminho oposto — ou pode ter medo de ser um alvo por não aderir ao movimento.
3. Identidades em crise.
Com o passar dos anos, as mudanças e transformações culturais, sociais e filosóficas vêm contribuindo para a criação dos conflitos entre as gerações. Os jovens são frutos de um mundo diferente daquele em que seus progenitores foram criados.
Diante de tantas transformações é vital o diálogo para um entendimento de que certos valores não prescrevem e assim possamos ter nas novas gerações a consciência de uma continuidade dentro dos propósitos divinos.
A falta desse diálogo tem causado crises de identidade e levado muitos jovens a se sentirem perdidos e incapazes de interagir positivamente em um universo tão dinâmico. Esse quadro tem gerado uma série de efeitos indesejados, entre eles, ansiedade, depressão e desvalorização de si mesmo.
A identidade do jovem cristão se fortalece a partir de sua relação com o Senhor e com o seu semelhante. A relação com Deus é um reflexo natural do ato da criação do homem por Deus (Gn 1.27) levando-o a uma responsabilidade ao agir no mundo e cumprir sua missão
– Enxergamos como uma questão natural que a adolescência seja uma época de crise de identidade. A juventude é um período em que você encontra a si mesmo, define-se em oposição a seus pais e a seu passado e explora as diversas identidades possíveis.
Essa crise é distinta do desconforto natural que muitos adolescentes sentem enquanto passam pela puberdade. Da mesma forma que os jovens estão aprendendo a sentir-se normais em um corpo que muda rapidamente, eles também estão debaixo de uma pressão cultural para descobrirem quem são.
Qualquer identidade que escolham (que quase sempre é definida pelo mercado), será contestada por aqueles que tenham identidades diferentes; por isso, eles nunca se sentem seguros.
Mas os adultos também não se sentem muito mais seguros em suas identidades. Apesar de nós gostarmos de apresentar essas dúvidas em uma linguagem que implica crescimento, e não exploração (que é coisa para os jovens), a ansiedade é a mesma.
Quando ela se manifesta na forma de uma crise de meia-idade (que ainda tem a ver, fundamentalmente, com redefinir quem você é), a ansiedade pode levar as pessoas a fazerem escolhas de vida drásticas e repentinas, que trazem profundas consequências.
A Bíblia nos revela que somos criados à imagem de Deus, que somos amados e que temos um propósito único e importante na vida. Ao nos lembrarmos dessas verdades, podemos encontrar a força e a esperança para superar as crises de identidade e viver uma vida de propósito e alegria.
Temos nas Escrituras diversos personagens que passaram por crises de identidade, como Pedro, Davi e Paulo. Esses exemplos mostram que a crise de identidade faz parte da jornada espiritual e que é possível superar esses desafios com a ajuda de Deus.
SUBSÍDIO 3
“É necessário saber utilizar o trigo, desprezando o joio dos meios de comunicação, ou aproveitar o peixe e jogar fora as espinhas.
Temos o direito de examinar tudo o que ocorre em nosso redor, mas só temos o dever de reter, ou aproveitar, o bem, ou o que é bom, útil edificante e desejável para a vida do servo ou da serva de Deus (1 Co 6.12: 10.23).
Nem tudo é lixo nos meios de comunicação. Há muita coisa útil até mesmo para a vida cristã Hoje, na Internet, encontram-se inúmeros sites que disponibilizam estudos bíblicos e mensagens que, antes, ficavam ao alcance apenas dos professores, nas escolas teológicas, ou dos pastores, nos púlpitos” (LIMA, Elinaldo Renovato de Perigos da Pós-modernidade Rio de Janeiro CPAD, 2007 p.166)
CONCLUSÃO
O maior amigo que podemos ter é sem dúvida nenhuma, Jesus. O Mestre deu a sua vida para nos salvar e, nos desafios da vida jamais nos desampara Ao longo dos Evangelhos somos agraciados com exemplos maravilhosos deixados por Jesus acerca da verdadeira amizade. Sigamos tais exemplos e sejamos a todo tempo, amigos edificantes e canais da bênção na vida dos que conosco caminham.
– 1º Samuel 18:1-5 é um dos breves e agradáveis interlúdios do livro, contando acerca do pacto de amizade que Jônatas, filho de Saul, fez com Davi, entregando-lhe a própria roupa e a armadura. Saul o promoveu e lhe deu um posto elevado no exército (v. 5), uma posição estimada.
Essa relação harmoniosa entre o rei e o jovem herói não estava destinada a durar. A inveja de Saul que ficara escondida até aqui veio à tona quando ouviu as mulheres cantando: Saul matou milhares, e Davi, dezenas de milhares (v. 7).
“Isso ameaçou tornar cada vez mais amargo para o rei todo o triunfo. Um ciúme cruel começou a ferver na sua alma” (F. W. Krummacher, David the King of Israel, p. 58).
Ele ficou irado e descontente, e Daí em diante Saul olhava com inveja para Davi (v. 9); é uma ótima descrição do seu estado paranóico.
Não obstante esse quadro difícil, a amizade perdurou e atravessou o reinado de Davi culminando com a benevolência a Mefibosete. Uma amizade verdadeira é imprescindível para qualquer pessoa, sobretudo, para aqueles que foram recriados em Cristo Jesus!
Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2025/04/ebd-jovens-licao-04-davi-amigo-fiel-2.html
Vídeo: https://youtu.be/ipikKr0RhGw