O livro de Malaquias mostra-nos que a família tem um valor sagrado diante de Deus.
INTRODUÇÃO
– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos o livro de Malaquias, o décimo segundo e último livro no cânon do Antigo Testamento, o terceiro profeta pós-exílico.
– No livro de Malaquias, o valor sagrado da família é realçado.
I – O LIVRO DE MALAQUIAS
– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos hoje o livro de Malaquias, o décimo segundo livro do cânon, encerrando, assim, o estudo destes livros.
– Depois dos ministérios proféticos de Ageu e de Zacarias, que foram de grande valia para que o povo reedificasse o templo de Jerusalém, o Senhor levantou dois valorosos homens para a conclusão da tarefa da reconstrução nacional de Israel, Esdras e Neemias.
Após o período destes homens, entretanto, o povo reiniciou uma perigosa onda de indiferentismo e de formalismo religioso, que poderia comprometer (como acabou comprometendo) a própria manifestação de Deus no meio do povo.
Diante deste novo estado de indiferentismo, Deus, então, levanta mais um profeta, o último antes do chamado “período de silêncio”, a saber, Malaquias.
– Malaquias profetiza numa época em que o templo já está edificado e quando já existe um regular sistema cerimonial (cfr. Ml.1:6-8), mas havia uma série de abusos e um menosprezo pelo culto a Deus, a refletir um indiferentismo e um formalismo que, mais uma vez, ameaçavam a comunhão de Deus com o Seu povo.
Este estado de coisas faz com que alguns estudiosos entendam que o ministério de Malaquias tenha se dado no período de ausência de Neemias na Palestina, quando o governador retornou para a Pérsia (cfr.Ne.13:6).
Outros, porém, diante da não referência alguma do profeta a Neemias, que, afinal de contas, restaurou as coisas conforme a lei do Senhor, seja ao profeta Malaquias nos livros de Esdras e Neemias (livros que mencionam Ageu e Zacarias), entendem que Malaquias é posterior a estes dois homens valorosos, de forma que seria o livro mais recente das Escrituras hebraicas.
– Malaquias, em hebraico “Mala’kh-Yah” (יכאלמ), que significa “anjo ou mensageiro de Jeová” , ou ainda, “seu mensageiro”, que, aliás, foi a tradução dada pela Septuaginta (“angelou autou”- άγγέλου αυτου), que, assim, não considerou a expressão como a de um nome próprio.
Isto fez alguns estudiosos a acharem que o livro é anônimo, ou seja, não se saberia quem seria o autor do livro, que teria se identificado apenas como “mensageiro de Deus” e muitos até entendem que o livro teria sido escrito por Esdras (assim foi considerado no Targum de Jônatas, ideia que foi acolhida por Jerônimo), no período de ausência de Neemias, sem identificação de autoria.
A tradição judaica, entretanto, sempre afirmou ter existido um profeta com o nome de Malaquias e não seria a única vez em que Deus teria levantado alguém cujo próprio nome indica a natureza de seu ministério diante do Senhor.
Malaquias foi o último mensageiro antes do silêncio de quatrocentos anos, o último escritor do Antigo Testamento.
– Como temos visto nas duas lições anteriores, Malaquias toca o grande problema que surgira no meio do povo de Deus depois do cativeiro da Babilônia.
Curado da idolatria, cujo remédio fora o cativeiro (cfr. II Cr.36:14-16), Israel passa a sofrer de um mal tanto ou mais perigoso: o indiferentismo, ou seja, a insensibilidade para com as coisas de Deus.
Tão mau ou pior do que adorar a outros deuses, é não dar a Deus o devido louvor e adoração, é achar que as coisas de Deus são comuns e não devem ser tratadas com prioridade e dedicação.
Este mal que afligia o povo de Israel nos dias de Malaquias é, também, o mal que acomete a Igreja do Senhor.
Assim como nos últimos dias antes do silêncio de Deus na antiga aliança, o povo estava despercebido e tratava as coisas do Senhor com desdém, também, nos últimos dias de nossa dispensação, antes do terrível silêncio da grande tribulação, muitos estarão insensíveis ao Senhor e à Sua obra.
“Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”(Mt.24:12). Por isso, acordemos, despertemos enquanto é dia, para que não sejamos apanhados, como foi a geração de Malaquias, pelas trevas da noite ! (Jo.9:4; Ef.5:14-17).
– O livro do profeta Malaquias, que tem 4 capítulos, pode ser dividido em sete partes, a saber:
a) 1ª parte – primeiro oráculo – Ml.1:1-5
b) 2ª parte – segundo oráculo – Ml.1:6-2:9
c) 3ª parte – terceiro oráculo – Ml.2:10-16
d) 4ª parte – quarto oráculo – Ml.2:17-3:5
e) 5ª parte – quinto oráculo – Ml.3:6-12
f) 6ª parte – sexto oráculo – Ml.3:13-4:3
g) 7ª parte – conclusão – Ml.4:4-6
– Na Bíblia Hebraica, o livro de Malaquias tem apenas 3 capítulos, pois o quarto capítulo de nossa Bíblia corresponde aos versículos 19 a 24 do terceiro capítulo da Bíblia Hebraica, ou seja, aqui acontece o contrário do que se fez no livro de Joel, em que se considerou parte do nosso capítulo 2 como sendo o capítulo 3. Em Malaquias, o nosso capítulo 4 corresponde a Ml.3:19-24 na Bíblia Hebraica.
– Em Malaquias, Deus mostra Seu desagrado com diversos aspectos da vida cotidiana de Seu povo e conclama Israel a retornar aos estritos caminhos da Sua vontade.
Também é feita a promessa de um outro profeta, que, como Elias, chamaria o povo ao arrependimento, numa referência ao último profeta, João Batista, como nos explana a respeito o próprio Jesus, bem como de que, em breve, viria o “Sol da justiça”(Ml.4:2) para promover o reatamento definitivo entre Deus e o Seu povo.
Assim, mesmo a um povo indiferente e formal, Deus não deixa de manter vivas na memória as Suas promessas.
OBS: ” O Livro de Malaquias ante o Novo Testamento – Três trechos específicos de Malaquias são citados no NT.
(1) As frases ‘amei a Jacó’ e ‘aborreci a Esaú’ (1.2,3) são registradas por Paulo em suas considerações sobre a eleição (Rm.9.13(…).
(2) A profecia de Malaquias a respeito do ‘meu anjo, que preparará o caminho diante de mim’ (3.1; cf. Is.40.3) é citada por Jesus como referência a João Batista e Seu ministério (Mt.11.7-15);
(3) Semelhantemente, Jesus entendia que a profecia de Malaquias a respeito do envio do ‘profeta Elias’, antes do ‘dia grande e terrível do Senhor'(4.5), aplicava-se a João Batista (Mt.11.14; 17.10-13; Mc.9.11-13).
Além destas três claras referências a Malaquias no NT, a condenação que o profeta faz do divórcio injusto (2.14-16), antevê o ensino do NT sobre o tema (Mt.5.31,32; 19.3-10; Mc.10.2,12; Rm.7.1-3; 1 Co.7.10-16,39).
A profecia de Malaquias a respeito do aparecimento do Messias (3.1-6; 4.1-3) abrange tanto a primeira quanto a segunda vinda de Cristo.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1369-70).
“Cristo Revelado – No último livro do AT, nós encontramos claras elocuções proféticas com respeito ao repentino aparecimento de Cristo – o anjo do (novo) concerto (3.1).
Aquele dia será um tempo de julgamento. ‘Quem subsistirá, quando ele aparecer ?’ (3.2).
Ninguém, por suas próprias forças, pode, mas, para aqueles que temem ao Senhor, ‘o sol da justiça [; o anjo do concerto’, Jesus (3.1)] nascerá e salvação trará debaixo das suas asas’, isto é, em triunfo vitorioso (4.2). (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.930).
– Segundo Finnis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Malaquias tem
4 capítulos,
55 versículos,
27 perguntas,
32 pecados de Israel,
5 ordenanças,
5 promessas,
30 predições,
19 versículos de profecias,
6 versículos de profecias cumpridas,
13 versículos de profecias não cumpridas e
28 mensagens distintas de Deus (1:2,6,7,8,9,10,11,12,13,14; 2:1,4,8,11,16,17; 3:1,5,7,8,10,11,12,13,14,17; 4:1).
– Segundo alguns estudiosos da Bíblia, o livro de Malaquias, o 39º livro da Bíblia, está relacionado com a décima sétima letra do alfabeto hebraico, “pey” ( פ), cujo significado é “boca” e que é utilizado como raiz para a palavra “pessoa”, ou seja,
aquele ser de onde vem o som (“persona”). O livro de Malaquias mostra o contraste entre a honra devida à Pessoa divina e o desdém, o desprezo a Ela dado pelo povo judeu.
II – OS DOIS PRIMEIROS ORÁCULOS DE MALAQUIAS – A INGRATIDÃO DO POVO E O FORMALISMO DOS SACERDOTES
– Malaquias apresenta seis mensagens ao povo, denunciando, assim, a sua indiferença religiosa.
A lição, dentro da proposta do comentarista já anunciada no início do trimestre, enfoca a questão da sacralidade da família. Sem descuidar deste ponto, apresentaremos, ainda que sucintamente, todo o conteúdo do livro do profeta, visto que seus oráculos são atualíssimos.
– Malaquias inicia seu livro trazendo à lembrança do povo judeu o amor de Deus para com eles. “Eu vos amei, diz o Senhor” (Ml.1:2).
O Senhor mostra aos judeus que Seu amor a Jacó precedeu, inclusive, ao nascimento do patriarca, um desígnio divino, como, aliás, explicaria, mais tarde, o apóstolo Paulo em Rm.9:11-13.
– Esta recordação do profeta tinha o objetivo de mostrar aos judeus que deveriam ser eles extremamente gratos ao Senhor, visto que haviam sido escolhidos para ser a propriedade peculiar de Deus dentre todos os povos, por mera escolha soberana do Altíssimo, sem qualquer merecimento ou valor que tivessem os judeus em si mesmos.
– A expressão do amor de Deus para com Israel deveria se traduzir numa gratidão extrema e em uma fidelidade.
Gratidão não se expressa com meras palavras, mas com atitudes concretas, até porque o amor não se expressa por palavras, mas por gestos, por comportamento (I Jo.3:18).
“…O Senhor pesa a nossa gratidão pela harmonia entre nossas ações exteriores e nossas atitudes interiores. Quando o que falamos não concorda com o que fazemos, Deus não Se agrada de nós.…” (MIKI, Mário. Ser grato. Pão diário, n. 15, 29 out. 2012).
– O amor de Deus para com os judeus era comparado com o ódio divino em relação a Edom, cuja destruição é, uma vez mais, anunciada pelo profeta Malaquias, que, neste ponto, repete a profecia de Obadias.
A destruição de Edom seria mais uma demonstração de quanto Israel deveria ser grato a Deus.
– No entanto, diz o profeta, apesar deste gesto de amor divino para com os judeus, os sacerdotes não davam ao Senhor a devida honra, desprezando-O.
E como se dava este desprezo? Mediante a oferta de pão imundo no altar, mediante o desprezo que se dava à mesa do Senhor.
Os sacerdotes permitiam que o povo trouxesse animais cegos, coxos e enfermos para o sacrifício, havendo muito menos temor a Deus do que às autoridades humanas.
– O Senhor diz ao povo que não aceitava tais ofertas e que, por causa do desprezo que sofria dos judeus, mostraria a Israel que Seu nome era grande e que receberia ofertas puras da parte de todas as nações.
O que para os israelitas era uma canseira, um enfado, seria motivo de alegria por parte das nações.
– O Senhor, então, conclama os sacerdotes a que reavaliassem o seu comportamento, que desse a Ele a devida honra, sob pena de serem amaldiçoados, maldição, aliás, que já tinha vindo sobre o povo diante do comportamento desonroso e de desdém para com as coisas santas, restabelecendo-se, então,
o concerto que o Senhor havia feito com Levi, a tribo que havia sido escolhida para o sacerdócio, depois do episódio do bezerro de ouro, já que haviam sido zelosos para com as coisas do Senhor.
– Esta mesma realidade temos contemplado nos dias hodiernos. Infelizmente, não são poucos os que também desonram a Deus oferecendo ao Senhor aquilo que não é digno. Muitos têm levado diante de Deus “pão imundo”, “animais cegos, coxos e enfermos”, desprezando o que é sagrado, profanando as coisas do Senhor.
– Lamentavelmente, não são poucos os que, na atualidade, também veem o culto a Deus como uma mera formalidade, como uma “canseira”, como um enfado, a ponto de, por exemplo, não verem a hora de o culto terminar para que possam, então, retornar às suas casas ou ir a locais de entretenimento.
Sem falar que muitos já chegam atrasados às reuniões justamente porque estavam entretidos com coisas desta vida que lhes dão mais prazer do que as coisas de Deus (v.g., quantos que não vão ao culto aos domingos somente depois de assistirem aos jogos de seu time de futebol?).
– São pessoas que perderam o temor a Deus, que não sabem avaliar o grande privilégio que temos de termos sido alcançados pelo amor de Deus, de termos sido alvo de Sua graça e misericórdia.
Pessoas que não sabem avaliar o enorme preço que o Senhor Jesus pagou pela nossa salvação, que foi o preço do Seu precioso sangue vertido na cruz do Calvário, muito mais precioso do que ouro ou prata (I Pe.1:18,19).
– Deus não muda, como diz o próprio profeta Malaquias (Ml.3:6) e, por isso, este comportamento Lhe é extremamente desagradável, visto que as pessoas não dão o devido valor ao que é sagrado, ao que é santo, ao que foi determinado e santificado pelo próprio Deus.
– E o que dizer da forma irreverente com que se cultua a Deus em quase todas as nossas igrejas locais, onde se tem confundido liberdade no Espírito Santo com irreverência, falta de respeito com o sagrado, a ponto de se introduzir na liturgia o profano,
a começar de músicas mundanas, de ritmos musicais criados para o sensual, quando não para a própria adoração a Satanás, como também de danças e outras condutas que em nada louvam ao Senhor, mas tão somente tornam “a mesa do Senhor desprezível”.
– Mas, mais grave ainda do que isto, é o que muitos andam fazendo com a ceia do Senhor.
O apóstolo Paulo mostra-nos que não podemos ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios (I Co.10:21), ou seja, somente participar da ceia do Senhor se estivermos em santidade, em comunhão com o Senhor e com a
Igreja, mas, infelizmente, muitos têm tido esta “dupla participação”, fazendo com que a mesa do Senhor seja considerada desprezível.
– Há, ainda, alguns que, de forma irresponsável e totalmente antibíblica, têm distribuído a ceia do Senhor a todos indistintamente, sejam, ou não, batizados nas águas, numa banalização que nada mais é senão a profanação condenada pelo profeta Malaquias.
– Por fim, temos aqueles que, sem motivo justo, participam da ceia do Senhor fora do culto específico, de forma apressada e não poucas vezes irreverente ao término de um outro culto, numa simples formalidade que não deixa nada a dever ao comportamento daquele povo dos dias de Malaquias.
Uma tal participação na ceia do Senhor é abominável aos olhos do Senhor, não passa de desprezo e desdém para com uma ordenança divina.
– Esta profanação tem como causa a indiferença com as coisas sagradas, com o próprio Deus. Somente quem não dá valor algum ao que se refere ao Senhor age desta maneira.
Para ele, “tanto faz quanto fez”, não vê qualquer valor na soberania divina, tem um projeto de vida completamente independente do Senhor, “não está nem aí” com Deus.
São tais pessoas que têm o comportamento condenado pelo profeta Malaquias, que acham que estão fazendo “um grande favor” ao Senhor quando Lhe veem “cultuar”.
Tomemos cuidado, amados irmãos, pois o Senhor nos mostra que quem age desta maneira está debaixo da maldição. Cuidado!
II – O TERCEIRO ORÁCULO DO PROFETA MALAQUIAS – OS CASAMENTOS MISTOS E O DIVÓRCIO
– A terceira mensagem de Malaquias diz respeito ao tema central abordado pelo comentarista, atinente ao mau procedimento vivido pelo povo judeu no tocante à vida familiar.
– O profeta Malaquias denuncia a profanação do concerto entre Deus e o povo de Israel, chamando de deslealdade o fato de que os judeus estavam a se casar com estrangeiros, “profanando a santidade do Senhor” (Ml.2:10,11).
– O mal dos casamentos mistos era uma recorrência no período pós-exílico, ou seja, após o cativeiro da Babilônia.
Os livros de Esdras e de Neemias mostram como estes homens de Deus tiveram de combater o casamento dos judeus com os povos gentios que estavam à sua volta e o que se percebe é que o profeta denuncia também estes abusos, que teriam voltado anos depois do ministérios daqueles homens de Deus.
– É interessante notar que, antes de falar dos casamentos mistos, o profeta afirma que o povo judeu tinha um mesmo Pai e um mesmo Deus.
O casamento é mostrado, portanto, como um sinal da aliança firmada entre Deus e Israel, como um símbolo da aliança, do pacto que fazia com que o povo de Israel fosse reino sacerdotal e povo santo do Senhor (Ex.19:5,6).
– Não podemos entender a doutrina bíblica a respeito da família se não compreendermos isto.
A família foi criada pelo Senhor para ser o ambiente propício para que se tenha o relacionamento entre Deus e o homem, para que o home cumpra o propósito estabelecido para ele pelo seu Criador, pelo próprio Senhor.
– A família não é um simples grupo social, a família não é tão somente a “célula mater” da sociedade, o que já não é pouca coisa e dá à família um papel importantíssimo na própria vida humana.
Mais do que isto, porém, a família é o ambiente pelo qual o Senhor quer fazer cumprir todo o seu propósito para o homem.
– Não foi por outro motivo, aliás, que a primeira bênção de Deus à humanidade se deu somente depois da formação da família, como se verifica de Gn.1:28, quando é dito que “o Senhor OS abençoou”, ou seja, a bênção somente veio ao homem depois que macho e fêmea haviam sido criados, ou seja, depois que a família surgira (Gn.2:24).
– A família é uma instituição divina, é a obra-prima da criação sobre a face da Terra, visto que é o ambiente especialmente criado para que o homem possa cumprir o desiderato do Senhor.
Não há como haver frutificação, multiplicação, enchimento da Terra e domínio sobre a criação terrena (Gn.1:28) sem que haja a família como base, ambiente para proporcionar os meios e condições para que sejam cumpridas as tarefas dadas por Deus ao ser humano.
– Ora, diante deste quadro do que significa a família, vemos, claramente, que a vida familiar é sagrada, visto que decorre diretamente de uma ação divina.
Por isso, não se pode conceber um relacionamento seguro, firme e pleno para com Deus se não se partir da família, pois a própria Igreja é chamada de “família de Deus” (Ef.2:19).
– Não é por outra razão que um dos requisitos para o exercício do ministério na casa de Deus é o de se ter uma boa vida familiar (I Tm.3:4,5), pois é inconcebível que se possa governar a casa de Deus se não se tem condições sequer de governar bem a sua própria casa.
– Dentro desta concepção sagrada da família, vemos, também, que o ato fundador da família só pode ser o casamento, este máximo compromisso que se firma entre um homem e uma mulher em que ambos assumem uma comunhão de vida, comunhão esta que é marcada pela fidelidade, exclusividade e perpetuidade.
– Sendo a família o ambiente criado para que se possa ter um profícuo relacionamento com Deus, não se pode ter como ato fundador da família outra instituição senão o casamento, pois, em nosso relacionamento com Deus, temos de assumir um compromisso de fidelidade ao Senhor, pois Ele é fiel e temos de também ser fiéis para podermos nos relacionar com Ele;
temos de assumir um compromisso de exclusividade para com o Senhor, pois só há um Deus e não podemos servir senão a este Deus; temos de assumir um compromisso de perpetuidade, pois Deus é eterno e devemos servi-l’O para sempre.
– Destarte, cabimento algum têm os pensamentos que andam surgindo nestes dias difíceis, segundo os quais é possível formar-se validamente uma família sem que se tenha o casamento.
A única instituição criada por Deus como fundadora da família foi o casamento, precisamente porque o casamento é o sinal, o símbolo do relacionamento que deve haver entre Deus e o homem, relacionamento este que deve ser caracterizado pela fidelidade, exclusividade e perpetuidade.
– Assim, não tem qualquer fundamento bíblico querer considerar como igualmente legítimos outros tipos de relacionamento como a união estável, o concubinato, a união livre ou, mesmo, a chamada “união homoafetiva”.
Somente o casamento foi criado por Deus como forma legítima e válida de constituição da família. Somente o casamento agrada a Deus e nada mais!
OBS: estabelecida com o objetivo de constituição de família” (art.1723 do Código Civil); o concubinato, como sendo “as relações não eventuais entre o homem e a mulher impedidos de casar” (art.1727 do Código Civil); a união livre é nome que é dado para outras formas de união e as “uniões homoafetivas” são as uniões de pessoas do mesmo sexo.
– O casamento, e nenhuma outra figura, é o que dá nascimento válido e legítimo a uma família, casamento este que é um compromisso firme, que somente pode ser dissolvido pela morte de um dos cônjuges (Rm.7:1-3; I Co.7:39) ou, então,
quando surge um impasse entre o relacionamento conjugal e o relacionamento com Deus, o que se dá nos casos de impureza sexual, da chamada “porneia” (Mt.19:9).
– No caso da morte de um dos cônjuges, poderá haver novo casamento, porquanto, embora seja o casamento um sinal, um símbolo da aliança entre Deus e o homem, não devemos nos esquecer que o casamento é uma realidade atinente a este mundo, ou seja, algo que passa, algo que não perdura na eternidade, pois ali não haverá casamento (Mt.22:29,30).
– No caso da “porneia”, tem-se uma situação de impasse que autoriza o divórcio. Com efeito, exige a Palavra de Deus que os cônjuges mantenham relacionamento íntimo contínuo (I Co.7:1-5), mas, também, diz que não podemos manter relacionamento íntimo com quem se prostitui, sob pena de nos tornarmos participantes de seus pecados (I Co.6:15-20).
Assim, um cônjuge de alguém que tenha se enveredado pelo caminho da “porneia” fica num impasse: ou mantém relacionamento íntimo com ele e, assim, se torna participante de pecados;
ou não mantém relacionamento íntimo com ele e, assim, descumpre preceito das Escrituras.
Diante deste impasse, a Palavra de Deus permite o divórcio, caso o cônjuge prostituído não queira mudar a sua maneira de viver, permitindo-se, assim, o novo casamento.
– Vemos, portanto, que o único caso autorizado de divórcio é uma decorrência lógica da própria razão de ser do casamento e da família:
o de criar um ambiente em que se possa ter um eficaz e profícuo relacionamento com Deus.
O divórcio só é permitido precisamente para que o cônjuge possa continuar a servir a Deus e não entrar em “porneia”.
– Fora destas hipóteses, o divórcio será tão somente o que o profeta Malaquias bem chama de “deslealdade”, de “profanação do concerto de nossos pais” (Ml.3:10,14), será tão somente uma expressão de infidelidade, de desonra aos compromissos assumidos, de descumprimento de promessas assumidas quando do pacto conjugal.
– Por isso mesmo, o profeta Malaquias traz uma mensagem que precisaria ser melhor entendida e compreendida nos dias hodiernos:
“Porque o Senhor Deus diz que aborrece o repúdio, e aquele que encobre a violência com o seu vestido, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais” (Ml.2:16).
– O Senhor afirma categoricamente que odeia o divórcio. Ora, amados irmãos, se Deus odeia o divórcio, como podemos nos divorciar senão no caso extremo previsto pelo próprio Senhor Jesus? Como podemos querer agradar a Deus se fazemos algo que ele odeia?
– Nos dias em que vivemos, lamentavelmente, o número de divórcios entre os que cristãos se dizem ser está no mesmo nível dos que não professam o nome de Cristo, como afirmou recentemente, com base em estatísticas, o pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes.
Tal fato, chocante, mostra, com absoluta clareza, que vivemos os mesmos dias do profeta Malaquias, em que os que se diziam pertencer ao povo de Deus eram completamente indiferentes ao valor sagrado da família.
– Malaquias diz que o Senhor fora testemunha no compromisso assumido entre o sacerdote e a mulher da sua mocidade, com quem o sacerdote havia sido desleal, dela se divorciando, motivo pelo qual o Senhor não aceitava as ofertas apresentadas, visto que tais ofertas estavam cobertas de choros, gemidos e lágrimas das mulheres que haviam sido abandonadas (Ml.3:13,14).
– Isto nos mostra claramente que não podemos servir a Deus, não podemos ser-Lhe agradáveis se não estivermos cumprindo com nossos deveres familiares, se não tivermos uma vida familiar digna, que leve em conta a sacralidade da família.
Como diria séculos mais tarde o apóstolo Paulo: não há como bem governarmos a casa de Deus, se não governarmos bem as nossas famílias.
– Este é um dos motivos principais pelos quais, atualmente, muitos ministros estão sem qualquer credibilidade espiritual, não são agradáveis ao Senhor, visto que possuem uma vida familiar destruída, marcada pela deslealdade e pela infidelidade.
Já há, inclusive, aqueles que, por terem fracassado na sua vida conjugal, estejam, inclusive, incentivando e estimulando os servos de Deus a seguirem o mesmo caminho, somente para terem “condições” de “apascentá-los”. A que ponto chegamos!
– Não podemos dissociar a vida familiar, a vida conjugal de nosso relacionamento com Deus, visto que aquela é decorrência deste, aquela é figura, símbolo, sinal deste.
É indispensável que tenhamos uma vida familiar de acordo com os preceitos da Palavra de Deus, a fim de que sejamos agradáveis ao Senhor e, deste modo, possamos estar em comunhão com Ele. Temos feito isto?
– Mas, além da deslealdade decorrente do divórcio indiscriminado, o profeta Malaquias, como já observamos, também apontava como grave falha existente na vida familiar os casamentos mistos que o povo judeu havia retomado, apesar das medidas que haviam sido tomadas por Esdras e Neemias.
– Os casamentos mistos eram feitos em expressa desobediência à lei de Moisés que, inclusive, mandava que todos os israelitas deveriam casar-se apenas com pessoas de sua própria tribo, a fim de evitar a alteração das heranças de cada tribo na terra que lhes havia sido dada por Deus (Nm.36:7-9).
– A razão de ser para a proibição dos casamentos mistos não era étnica. Deus não faz acepção de pessoas, mas o fundamento para que os israelitas não se casassem com pessoas de outras nações é que não poderia haver aliança, pacto, concerto entre o povo escolhido de Deus e as demais nações (Ex.34:12-16).
– Por isso, o profeta Malaquias começa sua mensagem lembrando que havia um concerto, uma aliança entre Deus e Israel, segundo a qual Deus era o Pai dos israelitas e não poderia haver outro.
Os casamentos mistos ocasionavam a mistura da semente santa com os povos das terras, o que levou os judeus a se misturarem com as abominações dos gentios (Ed.9:1,2).
– Os casamentos mistos representam a entrada do que não é agradável a Deus, do que Deus abomina no lar, na família, impedindo, assim, que a família seja o ambiente propício para a realização do propósito divino para o homem.
Os casamentos mistos formam famílias que não são santas, que não podem, portanto, servir e adorar ao Senhor, que impedem que o objetivo divino para a família se cumpra, que o homem possa fazer a vontade do Senhor.
– Nos dias hodiernos, não é diferente. O apóstolo Paulo mostra, com toda clareza, que não pode haver jugo desigual, que não há comunhão entre a luz e as trevas, de forma que não há como se permitirem casamentos mistos no povo de Deus (II Co.6:14-18).
– Se não atentarmos para o preceito bíblico de nossa separação do pecado e das abominações dos que não têm compromisso com Deus, de forma alguma poderemos ter a Deus como Pai, estaremos a violar o concerto que assumimos com o Senhor e a colocar em sério e grave risco a nossa própria salvação, já que, como já estudamos na lição referente ao livro do profeta Ageu, o santo não santifica outrem, mas o imundo torna o outro imundo (Ag.2:12,13).
– A mistura entre o santo e o profano sempre resulta em profanação, ou seja, o santo torna-se profano, mas o contrário não se efetiva. Ninguém pega saúde de outrem, mas muitos pegam doenças dos outros.
O pecado, o mau contagia, mas a santidade, não. Por isso, sempre que um santo se mistura com o profano, a tendência é de que haja profanação. Cuidado, amados irmãos! Precisamos nos manter separados do mundo, do pecado e do mal!
– Não é por outro motivo que a Bíblia, ao se referir ao casamento de Acabe com Jezabel, denomina este casamento misto de algo pior do que a idolatria dos bezerros de ouro, o chamado “pecado de Jeroboão”.
E, como resultado deste casamento misto, a Bíblia mostra que, em pouco tempo, o culto a Baal já praticamente destruíra o culto ao verdadeiro e único Deus (I Rs.16:31-33).
– Muitos, no entanto, na atualidade, estão a proceder como os judeus dos dias de Malaquias, pouco se importando se a pessoa desejada é, ou não, um genuíno e autêntico servo(a) do Senhor.
Não vislumbram o caráter sagrado da família e, assim, casam-se sem observar que um casamento misto é demonstração de deslealdade para com o Senhor.
Sejamos prudentes ao escolhermos os nossos cônjuges, lembrando, sempre, que o casamento é um sinal, um símbolo, uma figura de nosso relacionamento com Deus.
– Malaquias deixa claro que “o Senhor busca uma semente de piedosos; portanto guardai-vos em voso espírito e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade” (Ml.2:15).
Esta semente de piedosos exige que casemos no Senhor (I Co.7:39), ou seja, de acordo com a Sua vontade, e um dos pontos principais desta vontade é que seja com alguém que seja um genuíno servo de Deus, um integrante do Seu povo.
III – OS TRÊS ÚLTIMOS ORÁCULOS DE MALAQUIAS – O ANÚNCIO DA VINDA DO SENHOR, O DESPREZO PARA COM OS DÍZIMOS E O DESCUIDO NA OBRA DE DEUS
– Conquanto nosso comentarista tenha se jungido à questão da sacralidade da família, ainda que sucintamente, também mencionaremos as três últimas mensagens do profeta Malaquias, que indicam o nível de indiferença religiosa que havia no povo judeu nos dias deste que é o último profeta antes do “silêncio profético” de quatrocentos anos.
– Após ter apontado a frivolidade da vida familiar dos judeus, o profeta Malaquias indica que os israelitas estavam, também, descrentes do juízo divino. Perguntavam eles: “onde está o Deus do juízo?” (Ml.2:17 “in fine”).
– Uma das maiores armadilhas do inimigo de nossas almas é fazer-nos crer de que Deus é inerte, de que a demora na execução da ira divina seria uma demonstração de que tal manifestação não virá.
É assim que agem os escarnecedores e os que vivem em concupiscência, pecadores contumazes, como nos faz lembrar o apóstolo Pedro.
Hoje em dia, não são poucos os que cristãos se dizem ser que já estão a dizer que “a vinda de Jesus é uma utopia” e que nada do que está predito nas Escrituras sobre os últimos tempos ocorrerá (II Pe.3:3,4).
– No entanto, nós temos de ser diferentes, sabendo que Deus, no momento certo, agirá e cumprirá a Sua Palavra e os que não creram nela sofrerão as duras consequências de sua incredulidade.
Malaquias, respondendo àqueles que diziam que Deus não agiria, diz que o Senhor viria, mas, antes d’Ele, viria um mensageiro, que prepararia o Seu caminho (Ml.3:1).
– O profeta, também, diz que, quando o Senhor viesse, viria para purificar e afinar os filhos de Levi assim como se afina e se purifica a prata, dizendo que não seria fácil suportar o dia da vinda do Senhor, pois viria Ele como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros (Ml.3:1,2).
– Somente depois desta obra de purificação, os sacrifícios e ofertas de Judá e de Jerusalém voltariam a ser aceitáveis diante do Senhor, Senhor que seria testemunha veloz contra os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente, os que defraudam o jornaleiro, os que pervertem o direito da viúva, do órfão e do estrangeiro, enfim, os que não temem ao Senhor (Ml.3:5).
– Aqui, mais uma vez, vemos uma profecia a respeito do “dia do Senhor”, do dia do acerto de contas com o nosso Deus, em que os que viveram pecando deverão ser alvo da ira divina. Será que temos temido ao Senhor?
Será que O temos respeitado? Será que Lhe obedecemos? Ou seremos alvo desta “testemunha veloz” que Se levantará contra todos os pecadores impenitentes? Arrependamo-nos enquanto é tempo, amados irmãos!
– O profeta lembra que Deus é imutável e que, somente por isso, o povo de Israel não tinha sido consumido (Ml.3:6), pois havia um compromisso da parte do Senhor de torná-los reino sacerdotal e povo santo.
Lembremos disto, amados irmãos, pois não passamos do zambujeiro que foi enxertado na oliveira (Rm.11:19-25).
– A quinta mensagem de Malaquias é uma das suas mensagens mais conhecidas, atinente ao desprezo que os judeus estavam dando aos dízimos.
Em mais uma demonstração da indiferença reinante no meio do povo, Israel não estava trazendo os dízimos à casa do tesouro, fazendo com que faltasse mantimento na casa do Senhor.
– O profeta, então, lembra aos judeus que tudo pertencia ao Senhor e que o fato de eles não entregarem nos dízimos fazia deles ladrões, visto que se apropriavam daquilo que não lhes pertencia, mas, sim, a Deus.
– O Senhor lembra-lhes que tinha o compromisso assumido no monte Sinai e, depois, nos montes Ebal e Gerizim, de dar o devido sustento ao povo de Israel na terra de Canaã para que eles pudessem cumprir a sua missão de ser reino sacerdotal e povo santo para todos os povos, mas que isto dependia da fidelidade que Israel tivesse na entrega dos dízimos, precisamente para sustento da tribo de Levi, que efetuava o serviço sacerdotal. Somente assim teriam os israelitas abundância material.
– Em nossos dias, não é diferente. Devemos, também, contribuir para que haja os necessários recursos materiais para a manutenção da obra de Deus, até porque estamos neste mundo para pregar o Evangelho e fazer com que todos glorifiquem o nome do Senhor.
Quem não contribui financeiramente para a obra do Senhor, está sendo indiferente com as coisas de Deus e, deste modo, cai, também, na maldição divina, pois tal comportamento reflete a mesma indiferença com que se oferece pão imundo ou se considera desprezível a mesa do Senhor.
– A sexta mensagem do profeta diz respeito ao descuido no serviço do Senhor. Os judeus dos dias de Malaquias achavam que não havia qualquer benefício em servir ao Senhor, visto que os soberbos e os ímpios tinham prosperidade material sem que, para tanto, tivesse de trabalhar para Deus (Ml.3:14,15).
– Para quem pensava desta maneira, o profeta traz uma mensagem da parte de Deus em que o Senhor lembra que havia um memorial diante d’Ele e que, no final, veremos a diferença entre quem serve a Deus e quem não O serve, sendo certo que os tementes a Deus são seu “particular tesouro”, ou seja, estão escondidos em Deus, não sofrerão a Sua ira (Ml.3:16-18), como, aliás, vimos no livro do profeta Sofonias (Sf.2:3).
– Esta mesma realidade é a daquele que serve ao Senhor na atual dispensação. Temos a nossa vida escondida com Cristo em Deus (Cl.3:33) e, por isso mesmo, pensamos nas coisas que são de cima, estamos mortos para o mundo e nada dele pode nos atrair (Cl.3:1,2).
– Os judeus dos dias de Malaquias tinham perdido a visão do espiritual, do que estava além do material. Viam a prosperidade material dos soberbos e dos ímpios e os consideravam “bem-aventurados”, como se a vida se reduzisse apenas ao aspecto material, à dimensão desta Terra.
O profeta, porém, lembrava-lhes que há algo além desta dimensão e que ali se verá a diferença que existe entre o justo e o ímpio, entre quem serve a Deus e quem não O serve.
– Qual tem sido a nossa visão, amados irmãos? Será que estamos a contemplar a cidade celeste que nos aguarda, ou temos preferido correr atrás das coisas desta vida?
Se não temos a visão do espiritual, realmente será “inútil servir a Deus”, visto que o galardão, a recompensa que nos aguarda não se encontra neste mundo, mas está com o Senhor Jesus (Ap.22:12).
– O profeta, então, lembra, mais uma vez, a respeito do “dia do Senhor”, “aquele dia [que] vem ardendo como forno; todos os soberbos e todos que cometem impiedade serão como palha e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (Ml.4:1).
– Este mesmo dia, porém, para os que temem ao Senhor, será o dia do nascimento do sol da justiça “e salvação trará debaixo das suas asas, e saireis, e crescereis com os bezerros do cevadouro, e pisareis os ímpios, por que se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que farei, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml.4:2,3).
– Antes do grande e terrível dia do Senhor, o Senhor promete mandar o profeta Elias, que converteria o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que o Senhor venha e não fira a terra com maldição (Ml.4:5,6).
– Nesta promessa do Senhor feita pelo profeta, temos, mais uma vez, e terminando mais um livro de profeta menor, a promessa da restauração de Israel, restauração que se daria pela recuperação da família, pois se fala em pais e filhos, a observar que a renovação espiritual não se faria sem a restauração da família, que estava, como vimos, completamente desmantelada nos dias de Malaquias.
– A vinda do profeta Elias, o mensageiro que já fora anunciado no quarto oráculo do profeta (Ml.3:1), foi confirmada pelo Senhor Jesus como tendo sido a vinda de João Batista, que levou o povo ao arrependimento antes da primeira vinda do Messias (Mt.17:12; Mc.9:13).
No entanto, como vaticinado, o fato é que o povo não suportou a mensagem de Cristo Jesus, tendo-a rejeitado (Jo.1:11; 5:43), motivo pelo qual sofrerão terrivelmente antes de se converterem (Ml.3:2,3), o que se dará durante a Grande Tribulação.
– Alguns estudiosos, inclusive, entendem que esta profecia da vinda prévia de Elias se concretizará por completo quando da vinda das duas testemunhas durante a Grande Tribulação (Ap.11:1-14), que prepararão o caminho para que Israel, ao término da Grande Tribulação, possa se converter ao Senhor Jesus na iminência da batalha do Armagedom.
– Aos impenitentes, aqueles que não se recordassem do compromisso assumido com Deus no monte Sinai (Ml.4:4), sofrerão a maldição divina.
Que possamos, antes, nos converter, ouvir a Palavra de Deus, a fim de que não tenhamos este fim. Se hoje ouvirmos a voz do Senhor, não endureçamos os nossos corações para que não venhamos a ser alvos da ira divina.
– Qual é a nossa situação? Temos sido leais para com o Senhor? A lealdade com Deus exige não só o cuidado com a obra do Senhor, não só o cuidado com a entrega de recursos materiais ao Senhor, não só a pureza e santidade no culto a Deus, mas também uma vida familiar consonante com as Escrituras Sagradas. Será que estamos habilitados para escapar da ira de Deus? Que a nossa resposta seja afirmativa.
– Terminamos mais um ano letivo da Escola Bíblica Dominical. Que tenhamos podido não só aprender mas pôr em prática tudo quanto aprendemos neste ano e que, assim, tenhamos crescido na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. Feliz 2013!
Ev. Caramuru Afonso Francisco