Jovens – Lição 5 – Libertos para viver em santidade

INTRODUÇÃO

Para refletir sobre o tema deste capítulo, primeiro faremos uma análise de 1 Pedro, cujos destinatários eram marginalizados e viviam em extrema pobreza, mas são convidados a serem santos, assim como Deus é santo.

A manutenção da santidade recebida na justificação e regeneração é exigida, pois para isso o cristão foi salvo, e o preço do resgate para a sua liberdade somente será eficaz ao cristão que mantiver uma vida de santidade

O Contexto da Primeira Carta de Pedro

Os Destinatários da Primeira Carta de Pedro

A primeira Carta de Pedro foi destinada aos estrangeiros espalha­dos pelas regiões da província romana da Ásia Menor: Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia (região ocidental da Ásia Menor) e Bítinia (1.1; 2.11).

A população concentrava-se na zona rural ou em vilarejos — pequenos povoados. Além disso, eram estrangeiros, uma condição de não cidadãos naquela sociedade, uma posição não privilegiada entre os habitantes (1.17).

Ainda temos a expressão grega parepidemoi (1 Pe 2.11), uma mino­ria de estrangeiros que nem sequer tinham o direito de permanecer no país; uma referência a escravos domésticos oiketai (1 Pe 2.13-17).

A ausência da menção de senhores pode sugerir que não havia pessoas ricas na comunidade. Era, portanto, uma situação de pobreza e mar­ginalidade social.

Judeus da Diáspora espalhados pelo mundo, escolhidos como povo exclusivo segundo a presciência de Deus Pai (At 7.6; 13.17; 1 Pe 1.1,2), resgatados pelo sangue de Cristo e novas criaturas (1 Pe 1.18-23).

Eles são “agentes de libertação”, diferentemente do antigo concerto de sa­cerdócio centralizado, pois agora todos são sacerdotes (1 Pe 2.5-10).

Um povo desprezado pela sociedade e considerado como a escória daquele povoado, pessoas que eram humilhadas e não tinham boa qualidade de vida; viviam para sobreviver.

Todavia, esse povo que Deus escolhe para ser o seu povo exclusivo (santo), no qual Ele poderia agir com liberdade e conviver entre eles, pois eram pessoas que o tinham como Deus e Se­nhor das suas vidas, apesar das grandes dificuldades das suas rotinas.

Não bastasse a condição social da comunidade cristã nessas regiões, eles enfrentavam três tipos de perseguição:

1. Pelos romanos que os consideravam como povo de desprezível superstição e pervertedores da moral e da ordem romana, uma inversão de valores.

2. Pelos judeus — que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos. Os cristãos não se submetiam a algumas práticas judaicas e outras práticas romanas.

Os judeus, em algumas situações, para manterem a boa relação de poder e política com os romanos, denunciavam os cristãos às autoridades romanas (At 13.45-52; 14.2; 17.6,7).

3. Pela própria população local — quer por motivos sociais (grande maioria de pobres) ou pela diferença de práticas religiosas e políticas.

Os destinatários da carta recebem a orientação de praticarem o bem a todos, pois, se os opositores falassem mal deles ou os perseguissem, veriam as boas obras de santidade deles. Assim, o sofrimento deles não seria em vão, pois estavam dentro da vontade de Deus (1 Pe 2.12; 3.13-17).

Era comum os cristãos serem caluniados injustamente (1 Pe 4.12,15,16; 5.9), e o principal motivo das calúnias era o estilo de vida separado da sociedade (1 Pe 4.3,4).

Os destinatários, portanto, faziam parte de um grupo que vivia debaixo de grande opressão e sofrimento, cuja esperança estava em Deus e no seu seu Filho Jesus, cuja resignação ao sofrimento eles tinham por modelo (1 Pe 2.19-25).

Tudo isso é tido pelo autor como motivo de alegria por estarem participando dos sofrimentos de Cristo (1 Pe 4.13).

Ser um povo alegre em meio a tantas adversidades somente é possível por pessoas que experimentam uma vida de santidade, uma vida separada e de grande intimidade com Deus, o Senhor.

O Sofrimento Imposto pelo Poder Imperial como Tema Principal da Carta

O problema do sofrimento é o tema central da carta. Ao conhecer os destinatários da carta, já foi evidenciado como a comunidade cristã, receptora do escrito e espalhada pelas cinco províncias da Ásia Menor era marginalizada e sofria por identificar-se com a fé cristã.

A carta tem o propósito de encorajar os destinatários a manterem a sua fé mesmo diante das adversidades e perseguições. A referência era o sofrimento de Cristo.

Para muitos parece uma loucura ou uma vida fanática. Muitas palavras e orientações da carta são difíceis de ouvir, principalmente por alguém do século XXI, época em que a defesa dos direitos humanos tem avançado nas discussões entre as principais nações do mundo.

A Igreja é incentivada a manter a sua fidelidade a um homem com base na promessa de que teriam uma vida eterna com Deus. Para reforçar a fé e a perseverança da comunidade, o autor evoca a memória e a tradição do apóstolo Pedro.

Uma pessoa que experimentou o mesmo destino de Cristo, o sofrimento por martírio. Afinal de contas, ele foi “testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que vai ser revelada” (5.1). O sofrimento é visto como uma virtude, uma demonstração de perseverança e fé cristã.

O exemplo de Pedro é fortalecido por um exemplo superior, o de Je­sus. Inspirado no texto de Isaías 53, conhecido como o cântico do “servo sofredor” e relido no Novo Testamento como referência ao sofrimento de Cristo. Jesus sofreu injustamente e deixou o exemplo a ser seguido.

Ele não havia cometido pecado algum e falava a verdade; mesmo assim, foi condenado sem ameaçar ou revidar, confiando naquEle que julga com justiça.

Nogueira (2012, p. 48) afirma que o sofrimento pode “ser comparado a uma semente que morrendo, dá vida. […] O exemplo de Jesus diz como devem se comportar os cristãos que sofrem. Diz também que é um sofrimento que dá vida a outros”.

Comentar sobre o sofrimento dos cristãos primitivos e reforçar as orien­tações da carta parece ser utopia.

O autor, no entanto, afirma veemente­mente que o sofrimento por causa da justiça (3.14) é a vontade e o projeto de Deus para a igreja cristã (3.17; 4.19), como consequência de fazer-se o bem e praticar a justiça de Deus (2.15; 4.12,13), a exemplo de Jesus (2.24).

A Santificação Recebida na Justificação Deve Ser Mantida

A Salvação Produz uma Santidade que Liberta (1 Ts 4.17; 1 Pe 1.13,14)

A perícope que estamos estudando (1 Pe 1.13-21) faz parte de uma seção maior (1 Pe 1.13-2.10) que fala sobre o novo status do cristão e as suas consequências.

Esta seção é construída por uma sequência de indicativos e imperativos, sendo que os primeiros servem como funda­mentação para os imperativos.

O indicativo enfatiza o escatológico agir salvífico de Deus por meio de Cristo para a libertação da humanidade por meio da cruz, enquanto o imperativo determina que o cristão tome posse dessa liberdade por meio da fé na cruz de Cristo, tornando eficaz na sua vida o sacrifício perfeito de Cristo.

Após a indicação das bênçãos da salvação e o louvor prestado a Deus pela sua bondade e misericórdia em concedê-la pela sua graça, destaca­dos nos indicativos nos versículos anteriores (1 Pe 1.3-12), nos versos 13 a 16, vemos os imperativos que alertam para o desenvolvimento de uma santidade contínua e progressiva que liberta o cristão da antiga vida de escravidão do pecado.

O autor inicia o versículo 13 com a conjunção conclusiva, usada, portanto, para demonstrar que a exortação que ele introduzirá tem como base o conteúdo do trecho anterior (1 Pe 1.3-12), que fala sobre a dádiva da salvação.

Como visto anteriormente, esse é o momento da justificação e regeneração que é acompanhada da santificação inicial, que deve levar o cristão salvo a uma conduta santa, o processo da santificação contínua e progressiva.

O autor utiliza uma expressão que era comum e compreensível para os leitores da época, “cingir os lombos”, ou seja, colocar um cinto para cingir a túnica comprida solta sobre o corpo, o que era feito geralmente antes de uma caminhada ou de começar a traba­lhar.

Ele acrescenta “cingindo os lombos do vosso entendimento”, que, ao analisar o sentido original da expressão, se chegará ao entendimento, pelo contexto, que o autor está aconselhando a tirar conclusões apropriadas, estar atento ao que foi falado para aplicação na vida cristã.

O segundo verbo utilizado “sede sóbrios” leva adiante o pensamento anterior, ou seja, considerando o evento da salvação, o cristão não deve embaraçar-se com nada que não seja relevante para a vida cristã. O verbo utilizado nefontes significa “alguém que não está embriagado”.

Em um sentido figurado, de acordo com o contexto, tem o sentido de não estar “embriagado” por coisa alguma, ter o pleno domínio da capacidade, de forma a não ser dominado por ela.

Esse equilíbrio deve levar o cristão à obediência, de modo que não tome mais a forma do mundo fazendo as mesmas “concupiscências que antes havia em vossa ignorância” (1 Pe 1.14).

Aqueles cristãos, os destinatários da carta, antes de conhecerem a Cristo, eram dominados por paixões, período da ignorância da graça e da verdade do Evangelho.

O autor quer dizer que aquele comportamento era peculiar de quem vive distante da graça de Deus; porém, agora co­nhecendo o caminho da santidade, não poderiam mais viver da mesma maneira.

Eles não poderiam tomar a forma de outrora, mas, sim, viverem em conformidade com a vontade revelada de Deus. Essa é a santidade que liberta da vã maneira de viver para aguardar livre a redenção definitiva e a glorificação (santificação final).

Deus É Santo (1 Pe 1.15,16)

No versículo 15, o autor continua a exortação, parafraseando: não tome a forma do mundo, cedendo às suas paixões, mas sede santos, como santo é aquEle que vos chamou para a santidade que liberta.

Como visto anteriormente, a origem da palavra santidade tem a conotação de estado daquilo que pertence à esfera do que é sagrado e que se distingue do que é comum ou profano.

Segundo Sproul (1997, p. 48), no que se refere à santidade de Deus, esse sentido pode ser entendido como um ser separado e distinto de tudo o que é visível e conhecido ao homem, ou ainda acima de toda a criação.

Um ser transcendente, exaltado, que está acima de todas as criaturas, com uma majestade infinita. Contudo, também está relacionado com o sentido de um ser que possui uma per­feição moral e existencial em todos os sentidos.

O intelecto limitado do ser humano não consegue entender a santidade de Deus na sua plenitude, pois esse entendimento transcende tudo o que lhe é possível conhecer e compreender.

Dessa forma, a compreensão possível ao ser humano sobre a santidade de Deus foi sendo revelada ao longo da história por meio do que conhecemos hoje como Bíblia Sagra­da, por meio do seu relacionamento com os patriarcas, com o povo que surgiu a partir deles, o povo de Israel, dos profetas de demais escritos, sendo a maior revelação por meio do seu próprio Filho encarnado, Jesus Cristo.

Segundo Berkhof (1990, p. 68): “A suprema revelação da santidade de Deus foi dada em Jesus Cristo, que é chamado ‘o Santo e o Justo’ (At 3.14). Ele refletiu em Sua vida a perfeita santidade de Deus”. Assim, a melhor forma de entender a santidade de Deus é observar a vida e a obra de Jesus.

A santidade faz parte da essência de Deus de forma que o distingue totalmente da criação no sentido de perfeição em santidade.

Todavia, essa distinção, devido à sua transcendência, não o torna inacessível, pois Ele também é imanente, ou seja, mesmo sendo santo na plenitude do termo, Ele comunica-se com as suas criaturas por amor e por mise­ricórdia.

Por isso, convida-as a também ser separadas, buscar a pureza de uma vida santa, separando-se das práticas pecaminosas e injustas e fazendo a diferença na sociedade.

Deus É o Único Juiz Justo e Imparcial (1 Pe 1.17)

A santidade de Deus está diretamente relacionada à sua própria justiça, em que Ele é o único Juiz que julga de forma plenamente justa e julgará todos os seres humanos que já viveram durante a história da humanidade e que ainda viverão.

O julgamento tem a garantia da jus­tiça plena porque será conforme o seu padrão de santidade (Mt 7.21-23; 12.36,37; 25.31-46; Ap 12.12).

Deus conhece todas as coisas, inclusive as intenções e motivações de cada pessoa, por isso pode tomar decisões justas e imparciais (Gn 18.25; Sl 9.4; 67.4; 96.10; 1 Sm 16.7; Sl 44.20,21; Jr 11.20).

A Lei Mosaica teve o seu papel na apresentação da santidade de Deus para o ser humano, bem como para apontar a imperfeição humana. Paulo, quando escreveu aos Gálatas, destacou esse papel da Lei ao afirmar:

“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.

Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio” (Gl 3.24,25). Jesus, por meio do seu sacrifício, cumpriu a Lei estabelecida no Antigo Testamento (Hb 9.11-12), mas a lei moral e ética continua sendo exigida do ser humano.

A justiça exige a punição do pecado, com a finalidade de vindicar a justiça e a santidade de Deus.

Mueller (1988, p. 105) afirma que o temor do salvo que vive em santidade é acompanhado de certa dose de confiança em relação ao julgamento de Deus, enquanto de quem vive uma vida sem santidade é acompanhada de sensação de terror (Ap 6.15-17; cf. Lc 23.30; Os 10.8).

O julgamento de Deus não tem somente o sentido escatológico. Ele constantemente, por meio do Espírito Santo e da sua Palavra, esquadrinha o coração do ser humano para que haja consciência dos pecados come­tidos, com vistas ao arrependimento, à mudança de comportamento e ao crescimento da vida em santidade.

Essa prática é que dá confiança ao cristão de apresentar-se diante de Deus, com a garantia de estar remido pelo sangue de Cristo, justificado e santo.

A Santidade que Liberta

O Preço do Resgate pela Liberdade em Cristo (1 Pe 1.18)

O fundamento para a liberdade é o resgate. Esse processo de resgate de alguém que não tinha liberdade era muito comum na época da escrita dos livros bíblicos.

A escravidão e a servidão eram práticas comuns, e havia várias formas para uma pessoa tornar-se um escravo.

Na época do Novo Testamento, imperava o modo de produção escravista que começou com os gregos. Na realidade, escravos sempre existiram na Bíblia, mas o modo de produção escravista foi implementado pelos gregos devido à produção em excedente que visava a exportação de produtos e bens.

Assim, o escravo ficava submetido ao controle de outra pessoa e não tinha nenhuma liberdade para fazer uso da sua vontade ou tomada de decisão.

Quem decidia por ele era o seu dono. Isso ocorria porque não possuía recursos adequados para comprar a sua liberdade, o que seria possível somente mediante a intervenção de um terceiro por meio do pagamento do resgate.

No Novo Testamento, essa situação é comparada com a posição do ser humano sem Deus. A grande novidade do Evan­gelho é a apresentação de Cristo como o terceiro que teria condições de pagar pelo resgate de toda a humanidade.

O autor, para destacar o valor de nossa redenção, afirma: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais” (1 Pe 1.18).

O autor chama os metais preciosos de “coisas corruptíveis”, ou seja, diante da grandiosidade do valor da salvação, tais coisas não têm valor.

Essa menção parece também destacar a inversão de valores para os destinatários, que viviam na pobreza extrema.

Não tinham bens de valor, mas o autor da carta afirma que as riquezas deste mundo não são comparáveis ao que o Senhor tem reservado àqueles que se preservarem santos, separados para Deus, independentemente das circunstâncias.

O resgate é pago por aquEle único que tinha os recursos necessários, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), que se oferece a si próprio pelos pecados de todo o mundo (1 Jo 2.2), que leva sobre si a culpa que pesa sobre a humanidade. Por efeito desse sacrifício, o ser humano é comprado de volta para Deus (Ap 5.9).

Somos, portanto, resgatados “com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e inconta­minado” (1 Pe 1.19). Esse é o preço do resgate para a liberdade em Cristo.

O Cristão É Resgatado para Ser Livre (1 Pe 3.20)

O plano de resgate do ser humano foi elaborado antes mesmo de ele ser criado (1 Pe 1.20). O cordeiro imaculado e incontaminado foi conhecido antes da fundação do mundo devido ao plano de redenção da humanidade previsto na presciência de Deus.

O autor afirma que o cordeiro imaculado e incontaminado somente foi “manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós” (1 Pe 1.20).

Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), surge na plenitude dos tempos, no momento exato em que estava planejado por Deus o resgate da humani­dade.

O cristão é redimido por meio do sacrifício de Cristo para a vida de santidade que liberta da vida de escravidão do pecado em que vivia.

Eldredge (2018, p. 11), ao comentar sobre a santidade que liberta, afirma que, para entendê-la, primeiro devemos começar com a pergunta: “o que o cristianismo deve, supostamente, fazer com uma pessoa?”.

Ele afirma que a maneira como se responde a essa pergunta “moldará seus pensamentos a respeito da igreja e da comunidade, do serviço e da jus­tiça, da oração e da adoração”. O cristão precisa entender quais são os planos de Deus para ele (Ef 1.3-10).

Eldredge (2018, p. 12) afirma que o plano principal de Deus é “tornar as pessoas íntegras e santas pelo seu amor”.

Ele destaca que algumas pessoas entendem que a integridade pode ser separada da santidade, e esta é opcional.

Porém, reforça: “íntegro e santo — este é o seu destino”. Ele afirma que, durante anos, pensava que a santidade era algo “austero, espiritualmente elitista e, francamente, bastante severo”.

O fato de as pessoas associarem a santidade com coisas e comportamentos inatingíveis distanciam-nas de uma vida verdadeira de santificação e tornam o assunto impopular.

Vamos a um exemplo prático na vida de Jesus para diferenciar como as pessoas veem a santidade. No Evangelho segundo João (Jo 5.2-16), temos o episódio do paralítico do tanque de Betesda, que foi curado no dia de sábado.

Para os judeus, a observância rigorosa da guarda do sába­do era uma das principais questões essenciais para a santidade pessoal. Jesus parece fazer questão de curar no sábado para demonstrar o que era mais importante para uma vida de santidade que agrada a Deus.

Os judeus religiosos não se alegraram com a cura do coxo; pelo contrário, enfureceram-se pela quebra da guarda do sábado.

Os judeus, tecnocratas religiosos, estavam presos nas tradições criadas pela má interpretação dos planos de Deus para o ser humano, enquanto Jesus vivia uma san­tidade que liberta, ou seja, a busca do propósito de Deus de restaurar a criação que Ele criou:

“Isto é o que o cristianismo deve fazer com uma pessoa: restaurá-la, como um ser humano” (ELDREDGE, 2018, p. 11).

Muitos cristãos estão envolvidos num amontoado de atividades eclesiásticas, pensando estar no caminho da santidade, mas têm-se esquecido do essencial, que é a cura do ser humano.

Algumas dessas pessoas estão precisando de cura, pois vivem uma suposta santidade sem saber o sentido da vida cristã. Eldredge (2018, p. 19) afirma:

“não há a menor possibilidade de você se tornar a pessoa que Deus lhe criou para ser sem a cura da sua humanidade”.

A Libertação Plena somente se Realizará com a Glorificação

A vida em santidade, além da gratidão, é movida pela fé e pela esperança (1 Pe 1.21). O autor aponta para a ressurreição de Cristo e a sua glorificação, estado importante para o estudo da santificação, pois simboliza o seu estado final.

O pleno descanso eterno com Deus, após a preservação de uma vida de liberdade na santidade de Deus. Em Cristo, a humanidade renasce para uma vida plena com Ele.

A graça tem muito mais a oferecer; ela, portanto, é infinitamente maior do que o tempo da escravidão no pecado e morte espiritual.

A participação na morte (justificação) e na ressurreição de Cristo (glorificação) faz-nos passar da morte para a vida.

Paulo, quando escreve aos coríntios para falar sobre a ressurreição dos salvos e a transformação espiritual do corpo, utiliza uma imagem citada por Jesus, o grão de trigo que deve morrer para gerar vida (Jo 12.24; 1 Co 15.35-38).

A esperança da ressurreição transcende a realidade, vai além do que se vê. Quem tem a fé na ressurreição é capaz de “ter esperança contra toda esperança” (Rm 4.18). Corpo e sangue não podem herdar o Reino de Deus, por isso o cristão ressuscitará em glória (15.42-50).

Quan­do Cristo manifestar-se, os cristãos salvos serão semelhantes a Ele (1 Jo 3.2), revestidos de incorruptibilidade e de imortalidade (1 Co 15.54).

Por isso, a insistência do autor (1 Pe 1.13-21) em exortar aquele povo sofrido em manter a santidade adquirida na sua justificação e regeneração, com liberdade em Cristo, reconhecendo o valor do resgate das suas almas, com vistas à vida eterna com o Deus Santo e Eterno.

Que Deus abençoe sua aula!

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Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/01/23/licao-5-libertos-para-viver-em-santidade/

Vídeo: https://youtu.be/nuXcwJYDuq8

Glória a Deus!!!!!!!