INTRODUÇÃO
Prezado(a) leitor(a), na lição deste domingo, nossa reflexão é a respeito do Salmo 104. Charles Spurgeon, importante pregador, afirmou que o Salmo 104 é “a versão do poeta de Gênesis.”
Trata-se de um hino que exalta o poder criador do Eterno, e uma das suas características é que ele começa e termina com Deus.
O Todo-Poderoso, de forma planejada e ordenada, criou os céus e a terra. Tudo foi realizado pelo poder da sua palavra.
Que fique claro que Deus não criou todas as coisas a partir de algo já existente, como na maioria das vezes acontece com as criações humanas, mas o Senhor criou tudo a partir do nada (Gn 1.2).
Não havia nada e nem ninguém em que pudesse orientar-se, e tal verdade revela o esplendor da sua glória, poder, soberania e majestade.
Observe o que nos falam os autores do Comentário Bíblico Moody a respeito do Salmo 104.
O Deus que criou o Universo e o homem é poderoso para sustentar-nos e guardar-nos. Foi Ele que nos fez, e é por isso que nos compreende como ninguém mais, pois conhece nossa essência e nos compreende de dentro para fora.
O Criador conhece nosso DNA, assim como conhece nossos ancestrais. Você não precisa temer; o Criador entende e sabe exatamente todos os seus passos.
Ele sabe o quanto a vida é complexa e que, sem a sua ajuda, sucumbimos diante das dificuldades, das lutas e dos inimigos. A vida, até mesmo para os que anelam por Deus, nem sempre é fácil.
Todavia, aquEle que tudo criou e que dá de beber a todos os animais do campo (v. 11) protege-nos, acolhe-nos e envolve-nos com a sua compaixão e amor de Pai. Que você permita que Deus fale ao seu coração e lhe ensine preciosas verdades a respeito do Salmo 104.
I. A GLÓRIA E A MAJESTADE DE DEUS (vv. 1-9)
1. Estrutura do Salmo 104
O Salmo 104 inicia-se e encerra-se com a seguinte expressão: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor!”. Essa belíssima poesia é um hino de celebração à criação quanto ao próprio Deus, que formou tudo o que há nos céus e na Terra e sustenta tudo por Ele mesmo.
Por que estudar esse Salmo? Porque o estudo dele ajuda-nos a refletir e responder a duas grandes perguntas da humanidade: “Quem criou o Universo?” e “De onde viemos?”.
O tema central do Salmo 104 encontra-se nos primeiros nove versículos, assim como a temática do livro de Gênesis encontra-se no primeiro capítulo e versículo: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Como é bom saber que aquEle que tudo criou tem cuidado de nós!
Essa verdade já é suficiente para afastarmos os temores de nosso coração e ficarmos tranquilos diante das dificuldades desse tempo trabalhoso que vivemos (2 Tm 3.1).
O salmista, usando uma linguagem repleta de figuras de linguagem, leva-nos além do relato da criação. Pela revelação e inspiração do Espírito Santo, desvenda a nós, seres tão pequenos, nossa origem e destino: viemos do pó da terra e um dia para lá retornaremos (Gn 3.19).
Logo na introdução, o salmista deixa bem explícita a seguinte verdade: é somente a partir da criação divina que temos condições de entender quem somos e de onde viemos (vv. 1-18).
O Universo, assim como toda a criação, não é o resultado de um acaso ou de uma explosão cósmica, como afirma a teoria do Big Bang, elaborada no início do século XX.
O Universo, segundo o salmista, também não é uma obra impessoal. Ele afirma que Deus estendeu os céus como uma cortina (v. 2) e lançou os fundamentos da terra (v. 5), dando a ideia de um artesão habilidoso que sabe trabalhar com tecidos.
O Salmo 104 “brotou” no coração de um adorador que, inspirado pelo Espírito Santo, “teceu” as palavras que afirmam ser a criação do Universo uma obra variada, de um Deus pessoal (v. 24).
O salmista, mesmo se utilizando de uma linguagem poética, revela-nos e dá-nos subsídios para que venhamos entender o Criacionismo a partir das Escrituras Sagradas.
A Bíblia inteira fala do Deus criador, mas, como já vimos, muitos salmos — e, dentre estes, o Salmo 104 — têm o propósito de revelar-nos o poder criativo do Senhor.
Temos um Deus que tudo criou e que se preocupa com as suas criaturas: “Os leõezinhos bramam pela presa e de Deus buscam o seu sustento” (v. 21).
2. Deus Está Vestido de Glória e Majestade
O salmista inicia a sua poesia afirmando que Deus está vestido de glória e majestade (v. 1). Ele utiliza-se de uma linguagem metafórica para revelar a glória e a majestade do Eterno, mostrando que os céus são uma “cortina”, as águas, “o vigamento da sua morada”, as nuvens, “o seu carro”, e os ventos, “os seus mensageiros” (vv. 3,4).
O salmista, semelhantemente ao profeta Isaías, revela que Deus está assentado sobre o globo da terra (Is 40.22). Deseja motivos para louvar a Deus, o Senhor? Basta uma leitura rápida dos quatro primeiros versículos do Salmo 104.
II. DEUS GOVERNA A CRIAÇÃO (vv. 10-18)
Todos temos necessidades. Algumas são de ordem física, como comer, beber, dormir. Outras estão relacionadas a sentimentos, como, por exemplo, ser aceito, sentir-se amado e seguro.
Com certeza, você compartilha algumas de suas necessidades com sua família e amigos, mas deve haver em sua alma anseios e necessidades que somente Deus conhece.
Temos necessidades que são enormes a nossos olhos, outras que consideramos pequenas, mas o ser humano sempre tem algum anseio, alguma necessidade.
O importante não é o tamanho, mas o fato de que o Deus criador deseja conhecê-las e suprir cada uma delas.
Logo, não há razão para vivermos ansiosos e preocupados. O salmista lembra-nos de que o Criador cuida dos pássaros, dando-lhe comida suficiente e abrigo.
Observe o que nos diz o versículo 17: “Onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa e nas faias (pinheiros)”. Os cabritos selvagens e as lebres também encontram abrigo nos rochedos que o Criador preparou para eles (v. 18).
1. A Ansiosidade pela Vida
O salmista deixa claro que nós, criaturas, não precisamos andar ansiosos pelo que comer, beber ou vestir, pois “os leõezinhos bramam pela presa e de Deus buscam o seu sustento; nasce o sol e logo recolhem e se deitam nos seus covis” (vv. 21,22).
Se Deus sustenta e cuida dos animais da selva, por que vivermos ansiosos, preocupados? No Novo Testamento, Jesus também ensinou a não nos tornarmos ansiosos, principalmente na busca pela nossa provisão:
“Por isso, vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?” (Mt 6.25).
O apóstolo Paulo, seguindo os passos do Mestre, teve o cuidado de ensinar a igreja que estava em Filipos a respeito da ansiedade.
A sua recomendação foi a seguinte: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças” (Fp 4.6).
Ao lermos toda a carta aos Filipenses, percebemos que os irmãos estavam passando por um momento difícil que estava gerando ansiedade, preocupação e medo.
O apóstolo, contudo, foi enfático e mostrou que a ansiedade era um sentimento desnecessário e que traria grandes prejuízos.
O salmista revela que o Senhor criou e controla a natureza e o tempo, então por que se preocupar? Muitos estão doentes porque se deixaram dominar pela preocupação excessiva com o seu sustento e com o da sua família.
Pessoas ansiosas costumam olhar somente para o que Deus ainda não fez, para as necessidades, mas são incapazes de contemplar o que Ele já concedeu.
A preocupação é uma porta aberta para as doenças do corpo e da alma. Para evitar a preocupação, precisamos manter viva a chama da fé no Senhor Deus.
A fé faz com que vivamos de forma tranquila e sossegada, pois é “o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem” (Hb 11.1).
CONCLUSÃO
Nesta lição, refletimos a respeito do Salmo 104, uma poesia que revela a glória e a majestade de Deus, o grande Criador. O Todo-Poderoso não somente criou todas as coisas, como também as sustenta.
Tal verdade alegra nossa alma e evita que nosso coração seja tomado pela ansiedade, pois não fomos deixados sozinhos neste mundo; o Deus que tudo criou guarda-nos e sustenta-nos diariamente. Louve ao Senhor e medite na grandeza das suas obras.
O salmista não procurou em momento algum provar a existência de Deus. Ele adora o Senhor partindo do princípio de que Ele é real, verdadeiro, tudo criou e tudo governa pela sua majestade.
Já no segundo versículo, o salmista declara que Deus é magnificentíssimo e que está vestido de glória e majestade (v. 2).
Ele afirma que a existência de Deus é revelada mediante a humanidade por intermédio da criação. O Deus Pai pode ser conhecido e adorado mediante os seus atos criativos.
Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
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Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2023/06/02/licao-10-bendiga-ao-deus-criador/
Vídeo: https://youtu.be/m6t2x_V7iM8