INTRODUÇÃO
-Na sequência do estudo da Eclesiologia, veremos a diferença que há entre a Igreja e o Reino de Deus.
-A Igreja é a agência visível do reino de Deus
I– REINO DE DEUS: O TEMA DA PREGAÇÃO DE JESUS
-Na sequência do estudo da Eclesiologia, veremos a diferença que há entre a Igreja e o Reino de Deus.
-Com a vinda de Cristo a este mundo, estabeleceu-se o reino de Deus. O próprio Senhor diz que se Ele estava a expulsar demônios, isto era sinal de que o reino de Deus havia chegado até os judeus (Mt.12:28), reino de Deus que seria tirado dos judeus e dado à Igreja (Mt.21:43), dizendo mesmo que o reino de Deus estaria entre os Seus discípulos (Lc.17:21).
-A importância da doutrina do reino de Deus evidencia-se no ministério terreno de Jesus Cristo. Afirma- nos o evangelista Marcos que, quando o Senhor iniciou a Sua pregação, Suas palavras foram: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc.1:15).
De igual maneira, o evangelista Mateus, quando nos dá conta do teor do sermão do monte, diz-nos que o Senhor foi taxativo ao afirmar como deveria ser a conduta dos Seus discípulos: “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt.6:33).
-O evangelista Lucas, por sua vez, dá-nos conta de que Jesus “…andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele” (Lc.8:1).
No Seu famoso diálogo com Nicodemos, Jesus foi claro ao dizer que o novo nascimento significa tanto “ver” quanto “entrar” no reino de Deus (Jo.3:3,5).
-Ao dissertar a respeito das últimas coisas, o Senhor disse que um sinal da Sua vinda seria a pregação do evangelho do reino em testemunho a todas as nações e só então que viria o fim (Mt.24:14).
-Por fim, depois de ressuscitado, Lucas nos revela que, durante os quarenta dias que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, Jesus teve apenas um tema a tratar: as coisas que diziam respeito ao reino de Deus (At.1:3).
Ante tais afirmativas, não vemos como deixar de reconhecer que o tema do reino de Deus é fundamental, central mesmo, na mensagem do Senhor.
-Ora, se este tema é central na mensagem de Cristo e a Sua mensagem é o Evangelho que estamos a pregar, tem-se como consequência inevitável que o tema do reino de Deus deve, também, ser um assunto a ser anunciado e ensinado pela Igreja, que continua a obra do Senhor, sendo como é o Seu corpo. No entanto, para tristeza nossa, vemos que não é este um assunto presente nos ensinos e pregações da Igreja.
-A primeira observação que devemos fazer a respeito deste ensino bíblico é de que a expressão “reino de Deus” não surge nas Escrituras a não ser através da pregação do Senhor Jesus.
-O próprio Senhor nos ensina que tal anúncio só se deu depois de João (Lc.16:16). A primeira vez que a expressão ocorre é em Mt.6:33, sendo certo que o evangelista Mateus é parcimonioso no uso desta expressão, sendo muito mais abundante em seu livro a expressão “reino dos céus”, que é mais apropriada a um judeu como ele. Aliás, uma das principais controvérsias a respeito desta doutrina é se a expressão “reino de Deus” e “reino dos céus” significam a mesma coisa, ou não.
-A Bíblia afirma-nos que a mensagem de Cristo para o Seu povo, para quem viera (Jo.1:11), era o “Evangelho do reino de Deus” (Mc.1:14). Tratava-se de uma mensagem simples, “curta e grossa”, que dizia:
a) o tempo está cumprido – Jesus anunciava aos judeus que chegara o tempo determinado pela lei e pelos profetas para o surgimento do Messias. Jesus tinha vindo cumprir tudo quanto havia sido escrito a Seu respeito. Como nos ensina o apóstolo Paulo, havia chegado “a plenitude dos tempos” (Gl.4:4).
b) o reino de Deus está próximo – Aqui Jesus anuncia a novidade. O que havia sido prometido estava se cumprindo, mas, como Emanuel, ou seja, Deus conosco, Jesus vinha trazer ao Seu povo a proximidade do reino de Deus. O reino não havia chegado, mas estava próximo, ou seja, ele não se imporia sobre o povo de Israel, mas, a exemplo da lei, estava sendo oferecido, era tornado acessível a todos quantos o aceitassem.
c) Arrependei-vos – Jesus apresenta o mistério para que o reino de Deus, que estava próximo, se tornasse uma realidade na vida de cada um: o arrependimento dos pecados. O reino de Deus não era uma estrutura política, social ou econômica que seria imposta aos judeus, mas, pelo contrário, seria o estabelecimento de uma comunhão entre Deus e cada um dos israelitas. Para tanto, necessário se faria a remoção dos pecados. Jesus vinha para demonstrar a iniciativa divina neste empreendimento, mas para que o reino de Deus se instalasse, necessário era o arrependimento.
d) e crede no Evangelho – Havendo um arrependimento, o reino de Deus se instalaria se houvesse fé na mensagem.
As duas coisas que deveriam ser feitas pelo povo judeu, portanto, seria o arrependimento de seus pecados e a fé na mensagem trazida pelo Senhor. O reino de Deus, porém, não se instalou na nação judaica, porque ela não recebeu o Senhor, não creu n’Ele nem em Sua mensagem (Jo.1:11; Rm.11:7-15).
-Ante a rejeição de Israel, a pregação do reino de Deus se estendeu também aos gentios (Mt.21:43; At.11:18; Rm.11:11), gentios estes que fazem de suas vidas uma busca incessante pelo comer, pelo beber e pelo vestir (Mt.6:31,32).
-A mensagem do evangelho é a de que o homem, embora necessite comer, beber e vestir, não busque estas coisas com prioridade, mas, antes, busque o reino de Deus e a sua justiça.
O reino de Deus, portanto, além de ser algo que se instala quando do arrependimento dos pecados e a fé no Evangelho, ou seja, em Jesus, também é algo que deve ser buscado prioritariamente por aqueles que se dispõem a servir ao Senhor (Lc.12:31).
-O reino de Deus surge, portanto, como uma realidade presente, advinda do arrependimento dos pecados e da fé no Senhor, como também como um alvo, algo a ser buscado com prioridade.
-Como realidade presente, o reino de Deus, porém, não seria apenas uma realidade interna, imperceptível aos olhos humanos.
Certa feita, Jesus afirmou que se Ele expulsava os demônios pelo Espírito de Deus, esta era uma prova de que o reino de Deus havia chegado até nós (Mt.12:28; Lc.11:20). Temos, portanto, uma demonstração exterior do reino de Deus quando há a sujeição dos espíritos malignos pelo nome de Jesus.
-Tanto é uma realidade presente o reino de Deus que, desde já, o podemos ver (Jo.3:3), como, também nele entrar (Mt.19:24; 21:31; Mc.9:47; 10:15;10:23-25; Lc.16:16; Jo.3:5; At.14:22), algo que está entre nós, ainda que não com aparência exterior (Lc.17:20,21)
-Mas o reino de Deus também é apresentado como uma realidade futura, pois Jesus disse que não tornaria a beber do fruto da vide a não ser quando estivesse com os Seus discípulos no reino de Deus (Mc.14:25; Lc.22:18), seria algo que contemplaríamos assim como os patriarcas e todos os profetas, após o julgamento final (Lc.13:28,29). Nesta mesma linha, o apóstolo Paulo diz que o reino de Deus que é uma herança (I Co.15:50; Gl.5:21).
-Este duplo aspecto do reino de Deus, sua realidade presente e sua realidade futura é o que o teólogo inglês John Stott (1921-2011) denominou de a “tensão futura do ‘desde já e o ainda não’.
OBS: Interessante o artigo de Stott – “Reino de Deus: Desde já e ainda não”, cuja leitura recomendamos, disponível em https://cosmovisao.wordpress.com/2014/09/07/reino-de-deus-o-ja-e-o-ainda-nao-stott/.
II– O QUE É O REINO DE DEUS
-Mas, afinal de contas, o que é o reino de Deus? Trata-se, sem dúvida, de uma pergunta difícil e cuja dificuldade talvez seja o principal motivo por que se tenha deixado à margem dos ensinamentos, ainda que seja o próprio tema central do Evangelho, algo, aliás, que não foi negligenciado pelos apóstolos e evangelistas da igreja primitiva, que sempre pregaram e ensinaram o reino de Deus (At.8:12; 19:8; 20:25; 28:23,31).
-Quando vamos à Wikipédia, a mais completa enciclopédia da rede mundial de computadores (a internet), verificamos a dificuldade para a resposta a esta questão. Segundo a Wikipédia, há divergência sobre o significado da expressão “reino de Deus”, havendo, basicamente, três correntes de pensamento entre os estudiosos da Bíblia, a saber:
a) reino de Deus é um governo real estabelecido no céu
b) reino de Deus é uma condição mental existente nos verdadeiros cristãos
c) reino de Deus é a Igreja cristã
-Como temos visto no item anterior, o reino de Deus sempre nos é apresentado pelo Senhor Jesus como uma dupla realidade, ou seja, como algo presente e algo futuro.
-De pronto, portanto, podemos entender que o reino de Deus não é algo passado, algo que pudesse ter ocorrido antes da manifestação do Verbo Divino.
Assim, cabimento não tem o pensamento de que o reino de Deus significa a soberania divina sobre todas as coisas criadas. Deus é Senhor de todas as coisas desde antes que elas existissem, pois Ele é eterno.
Portanto, o reino de Deus não se confunde com a soberania de Deus, pois é uma realidade que surgiu com a encarnação do Senhor Jesus.
-Tal circunstância faz-nos, pois, descartar a primeira hipótese trazida pela Wikipédia. O governo de Deus sobre todas as coisas, que se acha estabelecido no céu, não se confunde com o reino de Deus, que é uma realidade que surgiu, na Terra, com a encarnação do Filho.
-Jesus anunciou que o reino de Deus estava próximo, após o cumprimento do tempo, ou seja, após a chegada do instante de Sua humanização.
Portanto, embora o reino de Deus se estenda, naturalmente, ao céu, porquanto Jesus, ao fazer a Sua obra, foi recebido no céu (Mc.16:19), onde, indubitavelmente está o reino de Deus, pois é lá que o Senhor beberá novamente do fruto da vide e se assentará à mesa com os remidos, não se tem porque achar que o reino de Deus seja tão somente um governo real estabelecido no céu, até porque o Senhor disse que estava entre nós, ainda que sem aparência exterior (Lc.17:20,21).
-Considerar o reino de Deus como uma “condição mental existente entre os verdadeiros cristãos” também não nos parece uma boa definição.
O reino de Deus não é uma “condição mental”, pois, como o próprio Senhor nos ensinou, embora o reino não venha com uma aparência exterior, os seus resultados são palpáveis, perceptíveis, objetivos, como, por exemplo, na sujeição de espíritos malignos e na virtude (I Co.4:20) e nas boas obras produzidas pelo fruto do Espírito (Mt.5:3-12; Gl.5:19-23).
Não se tem condição mental, mas um novo modo de vida, que se traduz em ações, valores e concepções novas, que trazem bem a todos quantos nos cercam.
-Por fim, considerar que o reino de Deus é a Igreja cristã, também nos parece ser algo que também não tem respaldo bíblico, pois Jesus falou tanto da Igreja (Mt.16:18), quanto do reino de Deus, não dizendo serem a mesma coisa.
-De igual maneira, os apóstolos pregavam o reino de Deus, mas também ensinavam a respeito da Igreja, de forma que não se trata da mesma coisa. Além do mais, no reino de Deus, Jesus nos diz que estarão os patriarcas e todos os profetas, que, evidentemente, não pertencem à Igreja. Reino de Deus parece ser mais amplo que a Igreja.
-Como se percebe, pois, temos que as três definições trazidas pela Wikipédia não conseguem bem esclarecer que seja o reino de Deus. Que é, então, o reino de Deus?
-Para responder a esta questão, Anísio Renato de Andrade, em artigo publicado no site da Igreja Batista Lagoinha, assim se manifesta: “…O que é um reino?
Basicamente, trata-se de um território governado por um rei. Nesse território existe um povo. O governo de um rei é o cumprimento da sua vontade expressa através das leis e decretos reais.…” (ANDRADE, Anísio R. de. O Reino de Deus. Disponível em: http://www.lagoinha.com/igreja/materias.asp?codMateria=252 Acesso em 03 nov. 2006).
-Nesta simplicidade, o articulista mostra-nos que o reino de Deus só pode ser um povo cujo rei é Deus, que, além de governar este povo, obtém dele o cumprimento de Sua vontade, que é expressa através de regras.
Diante desta realidade, vemos que o reino de Deus é o conjunto de pessoas que cumpre a vontade do Senhor, expressa nas Escrituras Sagradas, povo este formado por pessoas de todas as nações da face da Terra, vez que o território deste reino não é físico, pois este reino não é deste mundo (Jo.18:36a).
-Quando se diz que a Igreja prega o reino de Deus, ela está a anunciar que é possível ao homem pertencer a um povo que faça a vontade do Senhor, que cumpra os Seus decretos e leis, constantes da Bíblia Sagrada e que, por isso, terá a vida eterna.
-Para entrar neste reino, porém, é necessário que nasçamos de novo, ou seja, nos arrependamos dos nossos pecados, reconheçamos que há um Deus soberano, a quem temos sido rebeldes, e que temos de nos submeter a Ele.
-Assim fazendo, vemos o reino de Deus, pois abrimos os olhos espirituais, já que o reino de Deus não tem aparência exterior e não pode ser fisicamente visto.
Abrindo os olhos espirituais, vendo o reino de Deus, podemos crer em Jesus, pela Palavra de Deus, podemos nos deixar convencer pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo e, desta maneira, nascemos da água e do Espírito, tornamo-nos uma nova criatura e, em razão disto, entramos no reino de Deus.
-Há, como se percebe, dois estágios. O primeiro é ver o reino de Deus, perceber a sua realidade, o que ocorre quando passamos a ouvir a Palavra de Deus, damos lugar à pregação do Evangelho em nossas vidas.
-Mas somente quando cremos nesta Palavra, somente quando nos deixamos convencer pelo Espírito Santo é que nascemos da água e do Espírito e, assim, entramos no reino de Deus.
É por isso que Jesus sempre pregava e mandava Seus discípulos pregarem que o reino de Deus já havia chegado aos homens, que estava perto dos homens (Lc.10:9,11; 21:31), bem como disse, certa feita, a alguém que não estava longe do reino de Deus, num sinal de que nele ainda não havia entrado (Mc.12:34).
-O reino de Deus fala-nos, pois, do senhorio de Deus sobre a vida de cada um dos Seus servos, senhorio que nos faz pertencer a um povo, com leis e regras próprias, as estabelecidas pelo Rei.
-O reino de Deus (e talvez, por isso, na era do individualismo, do egoísmo desmedido e dos “supercrentes”) é a realidade espiritual do pleno domínio que Deus exerce sobre cada um dos que aceitam a Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador.
-Bem por isso, aliás, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus assim se expressa: “…a expressão ‘Reino de Deus’ deve ser entendida como sendo o domínio de Deus [Lc.17:20,21]. A vinda do Reino de Deus proveu tanto o bem-estar espiritual como o físico…” (DFAD XXI.2, p.181).
-Não se trata, portanto, de uma condição “mental”, mas de um estado espiritual, de um estado de voluntária submissão a Deus como rei.
O filósofo político francês Etienne de la Boétie (1503-1536), ao escrever o seu famoso “Discurso sobre a servidão voluntária”, chegou à conclusão de que o poder político somente existia porque os governados aceitavam se submeter a uma só pessoa, porque, assim fazendo, tinham a ilusão de receber parte do “poder de mando” do governante, como também parte das riquezas que o governante, por ser governante, sempre amealhava em seu favor.
Tal pensamento ajuda-nos a entender o que se passa no “reino de Deus”: os homens aceitam se submeter a Deus, voluntariamente decidem servi-l’O, mas, ao contrário do que ocorre entre os homens, não porque sejam escravos de um “desejo de mando” ou de um “desejo de riquezas”, mas, precisamente, porque compreendem que só renunciando a si mesmos e fazendo a vontade do Soberano do Universo, livrar-se-ão da natureza pecaminosa que possuem e que os fazem servir a outros homens por causa desta concupiscência.
-É por isso que o conteúdo do Evangelho é o “reino de Deus”, pois a boa-nova da salvação é a de que, apesar de termos nos rebelado contra Deus e pecado, o Senhor aceita que nos submetamos a Ele, mediante a aceitação do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário, que pagou o preço pela nossa rebelião.
-Podemos retornar ao reino de Deus, podemos, novamente, sem qualquer penalidade, ser concidadãos dos santos e da família de Deus (Ef.2:19). Podemos sair da potestade das trevas e ser transportados para o reino do Filho do Seu amor (Cl.1:13).
-O “reino de Deus” é o pleno senhorio de Deus na vida de cada ser humano que aceita submeter-se a Ele. Não é algo que tenha aparência exterior, pois a submissão é uma decisão interior de cada ser humano. Por isso, o “reino de Deus” não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm.14:17).
-O “reino de Deus” não é algo que seja forjado pelo homem, mas é resultado da ação do Espírito Santo na vida de cada um que se arrepende, mas é uma realidade que ultrapassa a “mente” do crente, pois é uma realidade perceptível a todos os homens, que passam a ver as ações distintas, os valores diferentes, as atitudes reveladoras desta transformação.
-Por isso, o “reino de Deus” é percebido por todos, assim como se percebe a diferença entre o joio e o trigo, a massa no fermento, os peixes bons e ruins da pesca, o crescimento da mostarda. Seus súditos são vistos como luz do mundo e sal da terra e, inevitavelmente, há melhoria das condições de vida dos que os cercam.
-Mas, visto assim o que é o “reino de Deus”, não se confundiria ele com a Igreja? A resposta é negativa. A igreja é uma realidade presente, é uma nação santa, mas está a buscar o reino de Deus (Mt.6:33). Se a Igreja busca o reino de Deus é porque com ele não se confunde.
Os patriarcas, os profetas, o remanescente fiel de Israel durante o tempo da lei, os mártires da Grande Tribulação e os que se salvarem no milênio pertencem ao reino de Deus, mas nunca pertenceram à Igreja. No reino, estarão tanto a esposa quanto os amigos do esposo (Jo.3:29).
-Mas, além desta distinção que podemos denominar de “quantitativa”, temos, também, uma distinção “qualitativa”.
O “reino de Deus” mostra-nos o propósito de Deus para o homem (daí porque devemos buscá- lo), que é o de termos uma comunhão plena, um domínio pleno, onde nada poderá nos separar da presença e da glória do Senhor, visto que, hoje em dia, isto ainda se dá apenas em parte (I Co.13:12; I Jo.3:2).
-Temos, portanto, que a Igreja, embora já seja existente, é ainda apenas a noiva, mas na plenitude do “reino de Deus”, será a esposa.
Enquanto o “reino de Deus” é o propósito, a Igreja é um instrumento, é o meio pelo qual o Senhor proclama e anuncia o “reino de Deus”. A “Igreja” é o odre, enquanto o “reino de Deus” é o vinho (Lc.5:38).
– A Igreja, portanto, apresenta-se como a “imagem” do “reino de Deus”, que, enquanto realidade futura, ainda não se manifestou em toda a sua plenitude.
-O “reino de Deus” está progressivamente se revelando. Começou a fazê-lo com a revelação da Divindade em Cristo Jesus, com a manifestação do Seu mistério, que é a Igreja, mas ainda o fará por intermédio do reino milenial de Cristo e, por fim, após o Juízo do Trono Branco, com a retirada dos atuais céus e terra, se manifestará em toda a sua plenitude, pois, como o reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo, sua manifestação plena somente se poderá dar em “novos céus e nova terra onde habitam a justiça” (II Pe.3:13).
-A Igreja manifesta a autoridade do reino de Deus, tanto que, por meio dela, sinais e maravilhas confirmam o poder de Deus que nela existe. Entretanto, quando se manifestar plenamente o reino de Deus, ter-se-á não apenas a autoridade, mas também o pleno domínio, a soberania divina.
Hoje, a Igreja sujeita os demônios no nome de Jesus; posteriormente, o diabo ficará preso por mil anos e, depois de solto, será, juntamente com seus anjos, definitivamente executado, lançado no lago de fogo e enxofre, preparado para eles mesmos (Mt.25:41).
-Assim, temos que o “reino de Deus” não se resume à Igreja, embora a envolva. Por isso, tem de ser entendido como uma realidade presente e, simultaneamente, uma realidade futura.
-É por isso que o discípulo de Cristo, enquanto já seja um cidadão deste reino, como o mostram as qualidades constantes do sermão das bem-aventuranças, é apresentado como alguém que se alegra porque sabe que tem um galardão nos céus (Mt.5:12).
-Por isso, concordamos com o pastor presbiteriano brasileiro Brian Gordon Lutalo Kibuuka, quando afirma que, a um só tempo, o reino de Deus é certeza e esperança dos discípulos, uma realidade estabelecida por Deus e o fundamento das ações dos discípulos (KIBUUKA, Brian G.L. A doutrina do reino de Deus. Disponível em: http://www.ejesus.com.br/exibir.php?arquivo=4330 Acesso em 03 nov. 2006).
OBS: Hélio de Menezes Silva bem diferencia entre “reino de Deus” e igreja em explicação que vale a pena transcrever:
“…O Reino de Deus é aquela esfera ou terreno em que Deus é recebido como Rei e a sua vontade é obedecida. Inclui os santos anjos, e os homens redimidos em todas as dispensações.
Como os verdadeiros salvos entre os membros de todas as igrejas locais comporão a “igreja local totalizada futura”, a qual será o conjunto de todos os homens redimidos na atual dispensação, então esta “igreja local totalizada futura” será uma das partes do Reino de Deus, e este inclui, também, aqueles homens e mulheres que foram salvos nas outras dispensações (Inocência, Consciência, Governo Humano, Promessa, Reino), bem como os que foram salvos nas transições entre tais dispensações (salvos durante a 70a. Semana de Daniel, etc.).
O Reino de Deus também inclui os santos anjos de Deus.…” (“O Reino de Deus” e o “Reino dos Céus”. Disponível em: http://solascriptura- tt.org/EscatologiaEDispensacoes/ReinoDosCeusEReinoDeDeus-Helio.htm Acesso em 03 nov. 2006).
-Mas, não estaríamos, pois, a considerar que o “reino de Deus” é, então, a soberania divina, o domínio eterno de Deus sobre o universo, o que se rechaçou no início deste estudo? Não, não estamos a confundir o reino de Deus com a soberania divina.
-A soberania divina sempre houve e jamais sofreu qualquer diminuição ou restrição ao longo da história da humanidade ou da existência do universo. Dizer que o reino de Deus é o domínio eterno de Deus é dar um novo significado à expressão “reino de Deus” que não o encontrado nos evangelhos.
-Quando Jesus pregou sobre o reino de Deus, estava a dizer sobre a possibilidade de, voluntariamente, nos submetermos ao Senhor e fazermos parte deste povo que passará a eternidade com Deus. Este reino se aproximou dos homens por meio de Cristo e era apenas uma promessa até então.
-Ora, o domínio eterno de Deus jamais foi apenas uma promessa. Assim, o reino de Deus, certamente, confundir-se-á com o Seu domínio quando Cristo congregar tudo em todos e Se sujeitar ao Seu Pai (I Co.15:28), mas, até lá, são duas coisas distintas. Podemos, logicamente, nomear de “reino de Deus” este domínio eterno, mas seria conferir equivocidade a esta expressão.
OBS: É o que faz, por exemplo, a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, que ora transcrevemos: “VII – REINO DE DEUS- O reino de Deus é o domínio soberano e universal de Deus e é eterno (Dn.2:37-44; Is.9:6,7).
É também o domínio de Deus no coração dos homens que, voluntariamente, a ele se submetem pela fé, aceitando-o como Senhor e Rei. É, assim, o reino invisível nos corações regenerados, que opera no mundo e se manifesta pelo testemunho dos seus súditos (Mt.4:17; Lc.17:20; 4:43; Jo.18:36; 3:3-5; Mt.6:33; I Pe.2:9,10).
A consumação do reino ocorrerá com a volta de Jesus Cristo, em data que só Deus conhece, quando o mal será completamente vencido e surgido o novo céu e a nova terra para a eterna habitação dos remidos com Deus (Mt.25:31-46; I Co.15:24; Ap. 11:15) (DECLARAÇÃO Doutrinária Convenção Batista Brasileira. Disponível em: http://www.luz.eti.br/declaracaodoutrinaria06.html Acesso em 03 nov. 2006).
II – O CONTRASTE ENTRE O REINO DE DEUS E O MUNDO
-Tendo visto o que é o reino de Deus, vejamos o contraste que há entre este reino e o mundo.
-Por primeiro, vimos que o reino de Deus é o domínio de Deus sobre os homens, por intermédio da fé em Cristo. De pronto, vemos, portanto, que, no reino de Deus, o rei é Deus, enquanto, no mundo, o diabo é o príncipe (Jo.12:31; 14:30; 16:11).
-É interessante observar que, em momento algum, nas Escrituras, o diabo é chamado de “rei do mundo”. O Senhor Jesus o denomina de “príncipe deste mundo” e o apóstolo Paulo até o chama de “deus deste século” (II Co.4:4) e o escritor aos hebreus diz que ele tem “o império da morte” (Hb.2:14), mas nunca é chamado de “rei”.
-Um rei é uma autoridade legítima, alguém que exerce o poder porque é, efetivamente, quem tem o direito de fazê-lo, que, por pertencer à família que foi considerada pelos súditos como digna de ser obedecida, está a frente do governo e domina sobre todos os que se submeteram a ele.
-Não é o caso do diabo. Ele se rebelou contra Deus e, em sua revolta, foi expulso dos céus, sendo acompanhado pela terça parte dos anjos que o haviam seguido. Ele é o principal dos rebeldes, o anjo hierarquicamente superior a todos os demais que pecaram, sendo, portanto, o “príncipe dos demônios” (Mc.9:34; 12:24; Mc.3:22; Lc.11:15).
-Ao ser chamado de “príncipe”, portanto, está-se a dizer que ele é o “principal”, o “mais poderoso”, que, pela força, portanto, exerce o seu poder, sem que tenha legitimidade para tanto, sem que tenha qualquer direito ao que quer que seja.
-O mundo, portanto, é um sistema comandado por um tirano, utilizando-se aqui do sentido dado a esta expressão pelos filósofos políticos, ou seja, aquele que governa sem um poder válido, pois obtém o poder por meio da força e da fraude, que é bem o caso do diabo que prevaleceu diante de sua condição de criatura angelical das mais poderosas e por conta de suas mentiras, já que é o “pai da mentira”.
-Bem diferente é o reino de Deus. Neste reino, Deus é rei, porque, como já vimos, é aceito o Seu domínio, todos reconhecem o Seu senhorio e Se submetem a Ele, resolvendo fazer-Lhe a vontade. Os súditos aceitam obedecer ao Rei, reconhecem que Ele é o Rei e, portanto, voluntariamente passam a ser regidos por Ele.
-Bem por isso os anjos fiéis são os primeiros a pertencerem ao reino de Deus, pois, quando da revolta de Satanás, ficaram fiéis ao Senhor, exerceram seu livre-arbítrio para obedecer a Deus e, do mesmo modo, fazem todos os homens que creem em Jesus como Senhor e Salvador, ou que, antes de Sua vinda, creram no Cristo que havia de vir.
-O mundo, portanto, é mantido com base na força e no engano. Por isso, seus súditos são escravos, não têm qualquer liberdade.
Vivem debaixo da escravidão do pecado (Jo.8:34), não tendo condições de, pelas próprias forças, livrar-se dele. Seu entendimento é mantido cego pelo diabo (II Co.4:4), de modo que não conseguem ver o reino de Deus, mas são enganados por vãos discursos, que os afastam cada vez mais de Deus (Rm.1:18-32).
-Os escravos do mundo são estimulados à concupiscência da carne, à concupiscência dos olhos e à soberba da vida (I Jo.1:16), como também a desenvolver a sua imaginação má desde a meninice (Gn.8:21), satisfazendo os desejos do diabo (Jo.8:44), de modo que não se tem verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus, mas a prevalência do perjurar, do mentir, do matar, do furtar, do adulterar e homicídios sobre homicídios (Os.4:1,2).
-A sede de Deus, existente em cada ser humano, é falsamente saciada com o engano da falsa religiosidade, que leva à idolatria e, de forma inconsciente ou consciente, à própria adoração de Satanás, uma vez que, quando se adoram ídolos, está-se, na verdade, a adorar demônios (I Co.10:20,21).
-Foi, aliás, precisamente a adoração a si mesmo que Satanás ofereceu a Jesus na tentação do deserto (Mt.4:8- 10; Lc.4:6-8).
Não é por acaso que, nos dias hodiernos, tem-se aumentado a prática do satanismo, pois a adoração explícita a Satanás é mais um fator que nos mostra a multiplicação da iniquidade e a proximidade do arrebatamento da Igreja, pois será uma das notas marcantes da Grande Tribulação (Ap.13:4).
-Bem diferente é a situação dos súditos do reino de Deus. Eles são livres do pecado, e verdadeiramente livres, pois foram libertos pelo Senhor Jesus (Jo.8:36), que os resgatou da escravidão do pecado, pagando o preço dos pecados na cruz do Calvário. Fomos comprados pelo Senhor (I Co.6:20; I Pe.1:18-21).
-Estamos livres da natureza do pecado, porque agora, pela Palavra de Deus, fomos gerados novamente (I Pe.1:23), sendo uma nova criatura (II Co.5:17).
-Estamos livres do poder do pecado, porque agora temos a liberdade de não pecar, fomos santificados em Cristo Jesus (I Co.1:2), ou seja, fomos separados do pecado, saímos do poder de Satanás para estarmos agora sob o poder de Deus (At.26:18).
-Caminhamos, por fim, para sermos livres do corpo do pecado, isto é, da presença do pecado, quando formos glorificados no dia do arrebatamento da Igreja (I Jo.3:2), quando, então, a nossa natureza pecaminosa, o velho homem, desaparecerá, por carne e sangue não podem herdar o reino de Deus (I Co.15:50).
-Aliás, é por causa desta esperança da glória de Deus, desta esperança que decorre da nossa própria peregrinação terrena (Cf. Rm.5:1-5), que mantemos uma vida de santificação, de separação do pecado, ao longo de nossa jornada sobre a face da Terra (I Jo.3:3).
-Assim, embora sejamos propriedade do Senhor (I Co.1:30), pertençamos a Ele (I Co.6:20), temos liberdade, servindo ao Senhor voluntariamente, não por necessidade, porque somos gratos pela nossa salvação e aceitamos o jugo suave e o fardo leve que Jesus nos ofereceu (Mt.11:29,30).
-Assim, em vez da concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e da soberba da vida presentes no mundo e que levam os escravos do pecado a uma degeneração contínua em todos os aspectos da vida, o salvo em Cristo Jesus tem justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm.14:17).
-O reino de Deus não é comida nem bebida (Rm.14:17). O reino de Deus, embora esteja entre os homens (Lc.17:21), é uma realidade que nos faz transcender das coisas terrenas. O reino de Deus veio a este mundo com Jesus, mas não é deste mundo.
Por meio do reino de Deus saímos da cegueira imposta pelo diabo e que impede os incrédulos de verem a realidade espiritual, a dimensão da eternidade.
-Através do reino de Deus, deixamos de ter a visão terrena e instintiva que caracteriza os gentios, que resumem a vida a comer, beber e vestir (Mt.6:31-33), pois ele é justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
-O reino de Deus é justiça, porque os seus integrantes foram justificados pela fé em Cristo Jesus e, então, recebem o “manto de justiça” (Is.61:10), que nada mais é que a justiça de Cristo que é dada a nós por nossa fé n’Ele.
-No reino de Deus há justiça e os seus súditos praticam a justiça, são os justos que se constituem em heróis da fé no meio deste mundo dominado pelo “ mistério da injustiça”. São estes justos que impedem a total degeneração do planeta e que serão retirados dele quando estiver para vir a ira divina.
-Lembremos do episódio da destruição das cidades da planície (Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim). O Senhor disse a Abraão que não destruiria aquelas cidades se nelas houvesse dez justos. Entretanto, ali não
havia este número de justos, de modo que o Senhor retirou Ló, que era justo (Cf. II Pe.2:7), de lá para poder lançar o juízo.
-A justiça do reino de Deus traz nítida influência no mundo que é dominado pelo maligno e é por meio dela que se abre a oportunidade de salvação para a humanidade. O Espírito Santo convence o homem da justiça, porque Cristo não está mais aqui (Jo.16:10) e é o reino de Deus que está entre nós que mostra esta justiça aos homens.
-O reino de Deus é paz, porque promove a reconciliação entre Deus e os homens, a completude de que o homem precisa, pois foi feito para viver em comunhão com o Senhor. Esta paz deve ser levada pelos discípulos de Cristo aos homens (Mt.10:12.13), que, se recusada, voltará para os súditos do reino.
-Os súditos do reino de Deus receberam o ministério da reconciliação (II Co.18-21), devendo anunciar aos homens que Cristo morreu por nós e que nos dar a Sua justiça e que é possível a reconciliação com Deus. Ao ver o mundo a justiça dos súditos do reino de Deus, deve ser ele convidado para se reconciliar com Deus crendo em Jesus Cristo.
-Notemos que o texto bíblico diz que os súditos do reino de Deus são embaixadores da parte de Cristo, ou seja, temos de nos comportar, no mundo, como estrangeiros, como forasteiros, e isto se faz mediante o exercício da justiça, que mostra que somos diferentes dos mundanos. Temos de ter uma vida santa, que será percebida pelos incrédulos e, então, deveremos mostrar a eles qual a razão da esperança que há em nós (I Pe.3:15).
-Além de nos mostrar estrangeiros, ou seja, diferentes, temos de nos apresentar com autoridade. O embaixador é um representante de um governo estrangeiro, tem autoridade, tem credenciais que são apresentadas ao Chefe do Estado do país onde ele vai servir.
Temos, também, de ter as credenciais dadas pelo Rei Jesus, que é a “demonstração do Espírito e de poder”, que o apóstolo Paulo apresentou aos coríntios quando foi evangelizá- los (I Co.2:1-5).
-Os súditos do reino de Deus, portanto, são “homens espirituais”, têm a “mente de Cristo” (I Co.2:12-16), não sendo homens naturais que não têm qualquer discernimento espiritual.
Por isso mesmo, não tem cabimento algum todo discurso que fala de um “reino de Deus” que é formado por meio de movimentos políticos ou de revoluções sociais, como defendem as falsas teologia da libertação e teologia integral. Este reino não é deste mundo (Jo.18:36).
-Não resta dúvida que a adoção dos valores espirituais do reino de Deus nas relações sociais, econômicas e políticas trazem inúmeros benefícios para a sociedade que der guarida a tais princípios.
-O reino de Deus tem a natureza de se expandir e promover o bem-estar dos que está à sua volta, como mostrou o Senhor em várias parábolas a respeito do reino de Deus (Mt.13:31-33,44-52), mas é, sobretudo, neste instante da história humana, um reino de dimensão espiritual. Será apenas no reino milenial de Cristo que ele assumirá uma dimensão terrena.
-O reino de Deus é alegria no Espírito Santo. O mundo busca trazer “momentos alegres” aos homens por meio da concupiscência, mas, na verdade, a satisfação obtida é passageira e enganosa, pois, além de não trazer satisfação, pois o descontrole dos desejos pecaminosos é sempre insaciável, somente provoca a degeneração espiritual, moral e social das pessoas.
-A alegria mundana é pura vaidade, como tudo que há no mundo, como nos mostra claramente Salomão no livro de Eclesiastes.
O apóstolo Paulo bem o diz quando afirma que a “embriaguez do vinho”, figura bíblica desta alegria, somente traz contenda (Ef.5:18).
-O reino de Deus, ao contrário, traz a alegria ou gozo, que é uma das qualidades do fruto do Espírito (Gl.5:22). É uma verdadeira alegria, decorrente da salvação (Sl.51:12), uma satisfação de que se está em comunhão com
o Senhor, um sentimento de liberdade e de retirada da opressão do pecado.
-Como se não bastasse isso, o súdito do reino de Deus tem acesso às bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3) e assim desfruta, desde já, antes mesmo de ter acesso aos céus e à glória do Senhor, de tudo quanto Deus está a nos oferecer: o revestimento de poder, a edificação espiritual por meio das línguas estranhas, o privilégio de ter experiências inefáveis com o Senhor, enfim, a experiência de ser objeto do amor de Deus a todo momento e instante e de ver este amor se mostrar aos que nos cercam, com salvação de almas, curas divinas e manifestações do poder de Deus.
– Será que realmente pertencemos ao reino de Deus? Pensemos nisto!
Pr. Caramuru Afonso Francisco
Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/10194-licao-4-a-igreja-e-o-reino-de-deus-i