Jovens – Lição 02- Davi: a excelência no servir

TEXTO PRINCIPAL

Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.” (Is 41.10).

Entenda o Texto Principal:

minha mão direita de justiça. Isto é, minha mão direita preparada de acordo com a minha justiça (fidelidade às minhas promessas) para te sustentar. [JFU];

– não temas. Israel não deveria temer o castigo destruído de Deus, como acontecia com o restante das nações (vs. 5,13-1- 43.1,5), porque ele é o seu Deus e é fiel à sua promessa de restaurar a nação de Israel. [MacArthur]

RESUMO DA LIÇÃO

Mesmo possuindo muitas qualidades, a presença divina na vida do crente é indispensável.

Entenda o Resumo da Lição:

– A consciência da presença do Senhor conosco é a garantia da nossa vitória sobre qualquer inimigo que queira se opor ao nosso avanço.

TEXTO BÍBLICO

1 Samuel 16.19-23.

19. E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas.

– No Oriente, o mandamento de um rei é imperativo; e Jesse, por mais relutante e alarmado que fosse, não teve alternativa a não ser obedecer. [Jamieson; Fausset; Brown]

20. Então, tomou Jessé um jumento carregado de pão, e um odre de vinho, e um cabrito e enviou-os a Saul pela mão de Davi, seu filho.

– (19-20) Saul enviou para perguntar a Jesse por seu filho David; e Jesse o enviou com um presente de um jumento de pão, uma garrafa de vinho e um bucho. Ao invés da expressão singular לחם חמור, um jumento com pão, ou seja, carregado de pão, a Septuaginta leu לחם חמר, e o entregou γόμορ ἄρτων; mas isto é certamente errado, pois eles não estavam acostumados a medir o pão em alqueires. Estes presentes mostram como eram simples os costumes de Israel e na corte de Saul naquela época. [Keil e Delitzsch]

21. Assim, Davi veio a Saul, e esteve perante ele, e o amou muito; e foi seu pajem de armas.

– Davi foi apresentar-se a Saul – A providência preparou Davi para o seu destino, colocando-o de maneira a se familiarizar com as maneiras da corte, os negócios do governo e o estado geral do reino. Davi tornou-se seu escudeiro – Esta escolha, como sendo uma expressão da parcialidade do rei, mostra como o cargo era honrado. [Jamieson; Fausset; Brown]

22. Então, Saul mandou dizer a Jessé: Deixa estar Davi perante mim, pois achou graça a meus olhos.

– (21-23) Quando Davi veio a Saul e ficou diante dele, ou seja, serviu-o tocando sua harpa, Saul gostou muito dele e o nomeou seu escudeiro, ou seja, seu ajudante, como prova de sua satisfação com ele, e enviou a Jessé para dizer:

“Deixe Davi estar diante de mim”, ou seja, permaneça em meu serviço, “porque ele achou graça aos meus olhos”. O historiador então acrescenta (1Samuel 16:23): “Quando o (mal) espírito de Deus veio a Saul (אל, como em 1Samuel 19:9, é realmente equivalente a על), e Davi pegou a harpa e tocou, lá veio refrigério para Saul, e ele ficou bom, e o espírito maligno se afastou dele”.

Assim, Davi veio à corte de Saul, e isso como seu benfeitor, sem que Saul tivesse qualquer suspeita da eleição divina de Davi para ser rei de Israel. Essa orientação da parte de Deus foi uma escola de preparação para Davi para seu futuro chamado.

Em primeiro lugar, ele foi assim elevado de sua vocação tranquila e caseira no campo para a esfera mais elevada da vida da corte; e, assim, uma oportunidade lhe foi concedida não apenas para relações com homens de alta posição e para se familiarizar com os assuntos do reino, mas também para exibir aqueles dons superiores de seu intelecto e coração com os quais Deus o dotou e, assim, para ganhar o amor e a confiança das pessoas.

Mas, ao mesmo tempo, ele também foi levado a uma severa escola de aflição, na qual seu homem interior deveria ser treinado por conflitos de fora e de dentro, para que ele se tornasse um homem segundo o coração de Deus, que deveria estar bem preparado para fundar a verdadeira monarquia em Israel. [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]

23. E sucedia que, quando o espírito mau, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a tocava com a sua mão: então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele.

– Davi apanhava sua harpa e tocava. Então Saul sentia alívio e melhorava, e o espírito maligno o deixava

– Os antigos acreditavam que a música tinha uma influência misteriosa na cura dos distúrbios mentais. [Jamieson; Fausset; Brown]

INTRODUÇÃO

Ao pensarmos em Davi, somos levados a uma admiração praticamente inevitável diante de tantas qualidades. Em cada lugar por onde Davi passava, ali ficava a sua marca registrada: a excelência. Na vida desse homem, as competências adquiridas eram envoltas em sensibilidade, integridade, responsabilidade, dedicação, arte, e uma exemplar dependência divina.

– Quando pensamos em Davi, logo nos vem a mente a ideia de que ele era pastor, matador de gigante, rei e antepassado de Jesus – um dos maiores homens do Antigo Testamento. Musico habilidoso, homem valente e vigoroso, homem de guerra, prudente em palavras de negócios, pessoa gentil, o Senhor era com ele (1Sm 16.18).

Este testemunho registrado em 16.18 não é mais daquele jovem de 13 anos, mas se refere a um tempo posterior, aqui ele já era um poderoso homem de guerra e prudente em negócios.

Diferentes versões apresentam essas características distintamente; Septuaginta: “rosto avermelhado, com belos olhos e gracioso na aparência”; Peshitta: “ruivo, com belos olhos e muito formoso”; Berkeley: “rosto avermelhado, olhos cintilantes e aparência formosa”.

Com estes aspectos, Davi tornou-se o centro das atenções, tanto da tropa israelita como do povo em geral.

Essa notoriedade trouxe novos desafios para o filho de Jessé, porém, o mais importante foi o seu proceder com sabedoria e discernimento na administração dos conflitos advindos dessa nova situação.

O sucesso trouxe problemas, a admiração e o respeito do povo motivaram a inveja do rei agora possesso, que passa a buscar a morte do novo herói nacional e possível futuro monarca.

A Igreja hoje também sofre com situações como essa, onde líderes apegados ao poder criam situações difíceis, acusações injustas, ameaças, obstáculos e prejuízos, decretando ‘morte’ a possíveis sucessores, enterrando talentos de pessoas realmente vocacionadas em detrimento outras apenas com aparências, trazendo um dano terrível à Igreja.

I. UM CURRÍCULO NOTÁVEL PARA UM SERVIÇO EXCELENTE

1. Um pastor de ovelhas.

Quando os servos de Saul apresentaram as credenciais do jovem (1Sm 16.18), as referências mencionadas chamaram bastante a atenção do rei: um músico admirável, valente, animado, guerreiro, ponderado nas palavras, educado e, o mais importante, o Senhor era com ele.

O rei não perdera tempo e imediatamente mandou chamá-lo. Porém, antes de chegar à corte, Davi aprendeu muito com o rebanho de ovelhas.

O mais novo de um total de 8 filhos, o jovem tinha no campo a oportunidade de aprender importantes lições acerca de cuidar, conduzir, prover, proteger, acolher e defender, uma grande escola para os tempos vindouros.

As ovelhas, munidas de destacada fragilidade, dependiam do jovem pastor para um desenvolvimento dentro do esperado.

Os perigos eram muitos e, por diversas vezes, o jovem arriscou sua vida na defesa das suas ovelhas (1Sm 17.34).

Como pastor, pacientemente dedicou-se ao exercício de sua função e, depois de uma longa espera, receberia o fruto correspondente ao seu trabalho. Ser pastor era uma árdua tarefa e que exigia muita persistência.

Davi era corajoso e dedicado no pastoreio, buscando dar sempre o seu melhor sem nunca reclamar (Jo 10.11). Sem dúvidas, uma época de grande aprendizado (Sl 23).

– Davi era um simples “cuidador” de ovelhas acredito que ele ficou super motivado em poder pisar novos lugares. Seu pai o chama e pede para ele fazer um serviço de “office boy- delivery”, levar alimentos para seus irm

ãos e para os oficiais do exército. Se observarmos no Cap. 16 Davi cumpria seu ofício no palácio e voltava para sua velha atividade: cuidar de ovelhas. Esta era sua função e ele a exercia com propriedade, excelência e responsabilidade.

Já no verso 20 do Cap. 17, percebo o cuidado, a destreza que Davi tinha com as ovelhas de seu pai, quando recebeu o convite de pisar lugares novos, de estar diante de novos desafios, porém não esqueceu de deixar suas ovelhas sobre o cuidado de outro pastor.

Os princípios que aprendo neste versículo é que devemos primeiro saber cuidar de nossas ovelhas, de ter responsabilidade por elas e mesmo que recebamos um convite para aumentar nossos termos, para conhecer novos lugares, novos desafios, não podemos em hipótese alguma esquecer das nossas responsabilidades primárias.

2. Corajoso e destemido.

Davi também se destacava por ser corajoso e destemido. Se ele desse ouvidos ao que os demais falavam, jamais seria um vencedor.

Como veremos na próxima lição, todos temiam o gigante e tinham motivos para não querer estar ali diante daquele grande e terrível homem. Porém, Davi era diferente dos demais.

Quando seu irmão Eliabe o advertiu, ele não temeu as palavras (1Sm 17.26-30). Também não se desmotivou com o juízo que o rei Saul fizera a seu respeito (1Sm 17.31-33).

Não se amedrontou com as palavras ameaçadoras de Golias (1Sm 17.41-51). Davi temia somente ao Deus vivo (1Sm 17.36,37) e, por temer ao Senhor, ele honrava o povo de Deus.

Davi demonstrava amor pela palavra do Senhor e tinha um forte desejo de crescer ainda mais em sua intimidade com Ele.

Muito tempo antes de Samuel ir à casa do belemita ungir o caçula de Jessé, Deus já sabia o quão valoroso, corajoso e destemido era aquele jovem. Deus nos conhece antes mesmo do nosso nascimento e sabe o que passa em nossos corações. Devemos confiar em Deus e na sua fidelidade.

– Quando Saul ordenou-lhes que procurassem um bom tocador de instrumento de cordas de acordo com este conselho, um dos jovens (נערים, uma classe inferior de servos da corte) disse: “Então, respondeu um dos moços e disse:

Conheço um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é forte e valente, homem de guerra, sisudo em palavras e de boa aparência; e o Senhor é com ele”.

A descrição de Davi como “um homem poderoso” e “um homem de guerra” não pressupõe que Davi já havia lutado bravamente na guerra, mas pode ser perfeitamente explicado pelo que o próprio Davi afirmou posteriormente a respeito de seus conflitos com leões e ursos (1Sm 17.34-35).

A coragem e a força que ele então demonstrou forneceram provas suficientes de heroísmo para qualquer um discernir nele o futuro guerreiro.

O autor de Samuel apresenta Davi como o mavioso salmista de Israel (2Sm 23.1) antes de apresentar o Davi guerreiro.

Davi era um terno músico de excepcional habilidade e reputação que mais tarde teve comprovada sua habilidade na arie da guerra e de matar, o SENHOR é com ele.

Os santos de Deus, no AT e no NT, são reconhecidos pelos seus frutos (2.26; Lc 2.40). A aprovação de Davi por Deus já era reconhecida por certas pessoas de Israel.

3. Um músico excelente.

Davi foi um músico que louvava ao Senhor. Com sua harpa bem tocada, sua voz suave e suas letras profundas, foi muito usado nas mais diversas ocasiões.

O autor de, pelo menos, 73 salmos, deixou letras que nos convidam ao louvor, à oração, à adoração, à reflexão, e à busca por mais proximidade com o nosso Deus.

Na musicalidade, o salmista expressava a sua fé, seus sentimentos e a sua profunda conexão com Deus. Os salmos de Davi nos levam a uma experiência de imersão nos textos bíblicos e seus contextos, bem como a uma vital reflexão acerca da nossa realidade.

Eis alguns exemplos: em meio a episódios marcantes como as perseguições de Saul (34, 56, 59 e 142), celebrando a fidelidade de Deus (18), quando arrependido pelo seu pecado (51), em momentos de grandes provas (52, 54, 57 e 63), entre outros.

Davi, escreveu também salmos messiânicos: falando da glória e dignidade do Filho do Homem (8), fazendo referência à ressureição de Cristo (16), abordando os sofrimentos de Cristo na crucificação (22), entre outros.

Ao entoar hinos de louvor e adoração, Davi era usado por Deus para acalmar o coração de Saul. Quantas vezes somos envolvidos pelos hinos que, com suas melodias e letras, nos levam a uma crescente busca pela presença divina em nossas vidas.

– Davi foi um grande músico, compositor, intérprete, fabricante de instrumentos (Am 6:5; Ne 12:36) e organizador da música hebraica.

Na busca de valores que podem orientar a música na igreja, está o modelo de Davi. Nessa busca, analisaremos três aspectos desse modelo: os instrumentos musicais, os propósitos e o ministério da música. As Escrituras falam de instrumentos musicais para adoração a Deus:

“Hemã e Jedutum eram responsáveis pelas trombetas, pelos címbalos e pelos outros instrumentos musicais para o culto…” (1Cr 16:41, 42); “Os sacerdotes tomaram seus lugares, bem como os levitas, com os instrumentos musicais do Senhor feitos pelo rei Davi para louvar o Senhor, cantando:

‘O Seu amor dura para sempre’. No outro lado, de frente para os levitas, os sacerdotes tocavam suas cornetas. Todo o povo estava em pé” (2Cr 7:6).

Um texto especialmente diz que Davi foi guiado por Deus, através de Seus profetas, ao organizar as celebrações musicais religiosas e ao escolher os instrumentos:

“O rei posicionou os levitas no templo do Senhor, com címbalos, liras e harpas, segundo a prescrição de Davi, de Gade, vidente do rei, e do profeta Natã; isso foi ordenado pelo Senhor, por meio de Seus profetas” (2Cr 29:25).

Algo semelhante é dito da música empregada por Josias: “Os músicos, descendentes de Asafe, estavam nos locais prescritos por Davi e por Asafe, Hemã e Jedutum, vidente do rei…” (2Cr 35:15).

SUBSÍDIO I

“Davi era o mais novo de uma família de oito irmãos. Seu pai tinha um rebanho de ovelhas, que era cuidado pelo moço. Esse era um trabalho nada fácil.

Ovelhas precisam de lugares abertos para se movimentar. Precisam de um pastor que as proteja, pois são animais sem defesa própria, como garras, porte físico ou dentes afiados.

Elas emitem sons baixos para demonstrar determinados problemas, como quando um filhote se perde da mãe. Para que cresçam fortes, precisam de água de boa qualidade.

Os pastos onde se alimentam devem ter sombra e comem até ervas que os bovinos não comem. O pastor tem que aguardar um ano para tosquiar as ovelhas e obter o resultado financeiro do seu trabalho. E o seu cuidado com elas será medido justamente nessa hora, pela qualidade da lã.

Não possuem um sistema próprio de orientação e podem se perder com facilidade, além de se tornar alvo de predadores.

Ser pastor não era nada fácil, pois é um trabalho no qual só se consegue ter sucesso com muita persistência. Mas não há registros de que Davi tenha ficado em algum momento insatisfeito com seu trabalho.

Pelo texto vemos que Davi era um jovem corajoso e dedicado em seu trabalho. Ele o levava bastante a sério, de forma que arriscava até sua própria vida na defesa de suas ovelhas.” (COELHO, Alexandre. et al. Davi: As Vitórias e as Derrotas de um Homem de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.13).

II. A EXCELÊNCIA DE DEUS EM NÓS MEDIANTE SUA PRESENÇA

1. A presença de Deus em nossas vidas.

Algo notável na vida de Davi era o seu desejo pela presença de Deus em sua vida. O seu modo de pensar, as suas atitudes e o seu respeito pelo Eterno refletiam essa realidade. A bússola de Davi não era o seu “eu”, nem as percepções que os demais tinham a seu respeito.

O que dirigia a sua vida era o seu profundo amor e temor ao Senhor. Ao longo da vida, muitas foram as oportunidades para fazer as coisas de forma diferente do que acontecera (1Sm 24), com atitudes que seriam amplamente relevadas por aqueles que o acompanhavam.

Mas Davi soube depender e obedecer aos desígnios divinos. A busca pela presença de Deus em nossas vidas é um anseio profundo e inerente ao ser humano.

As histórias bíblicas nos revelam muitos homens e mulheres que buscaram ardentemente um relacionamento mais profundo com Deus e, em decorrência dessa prática, tiveram grandes experiências.

O cristão deve buscar de forma intensa a presença de Deus em sua caminhada. Assim, sua vida terá um sentido mais elevado e o seu coração estará em sintonia com o Criador, permitindo que viva intensamente para a glória de Deus.

Mas, também necessitamos dessa conexão para que seja possível enfrentar as dificuldades do nosso cotidiano. Jovem, busque incansavelmente a presença de Deus e seja uma bênção por onde passares.

– Uma das grandes lições na história de Davi é a sua paciência para esperar o momento certo de ascender ao trono de Israel.

Paciência adquirida do trato com as ovelhas, paciência advinda da fé – inteira dependência; segurança das coisas esperadas – em Deus; paciência que era também fruto do imenso respeito que demonstrava por aquele que, embora desvinculado da vontade divina, havia sido ungido (consagrado; separado) para ser o primeiro rei de Israel.

Davi tinha tamanho respeito por um homem – que havia sido ungido à mando do Senhor – que isso quase lhe custou a vida por mais de uma vez, e quando teve a oportunidade de livrar-se do rei rejeitado, recusou-se fazê-lo.

Isso demonstra a reverencia de Davi para com Deus e sua soberania sobre os assuntos da humanidade, assim, Davi sentiu que não tinha o direito de estender a mão contra o ungido do Senhor – ainda que Saul não gozasse mais dessa unção.

Nesse episódio, conteve o ânimo dos seus homens e jurou solenemente que jamais faria mal algum a seu senhor, tamanho o seu respeito por aquele que havia assumido o trono por desígnio divino, recusou-se a fazer justiça com as próprias mãos e confiou em YAWEH TSIDIKENU (O Senhor, Justiça Nossa), deixando a Ele o julgamento e a vingança.

Esse respeito ao rei ungido e o temor ao que o mandou ungir ficou patente quando somente o fato de cortar a roupa de Saul, causou-lhe remorso (v. 5), pois com efeito, as vestes são um substituto da pessoa; tocar na roupa é tocar na pessoa.

Mediante estes fatos, resta-nos uma pergunta: por que o Senhor proporcionou esta oportunidade a Davi para livrar-se do seu perseguidor, entregando Saul em suas mãos? Deus vocacionou e ungiu Davi para governar seu povo.

Mas, da unção até a ascensão ao trono, seu caráter precisava ser moldado mediante o exercício da paciência.

Ele teve que aprender a esperar, e esperar o tempo de Deus. Davi estava sendo moldado, seu caráter tinha que ser forjado no cadinho da paciência; o futuro monarca deveria passar por essa ‘prova de fogo’ e dar testemunho do motivo pelo qual foi ungido por Samuel: temor ao Senhor.

Davi se enquadrou perfeitamente no texto de Hc 2.4, ele tinha plena confiança n’Aquele que o vocacionou, demonstrou aquelas virtudes recomendadas por Paulo em Rm 12.9-21. Ter fé é ter certeza, plena convicção, e como resultado viver em inteira dependência.

Davi deu testemunho que confiava em Deus, esta esperança trouxe-lhe paciência para esperar o desenrolar dos fatos, ele sabia que o Senhor estava no controle e cumpriria seus desígnios. – “Quando estamos esperando, o plano de Deus e o seu tempo perfeito são dignos da nossa confiança”. Charles Stanley – Revista EBD

2. O cristão e a sua espiritualidade.

Quando o jovem cristão se permite ser conduzido pelo Espírito de Deus, o seu coração o impele a, progressivamente, buscar uma crescente intimidade com o seu Senhor. É nessa dinâmica que a espiritualidade vai se desenvolvendo.

Na caminhada cristã, devemos a todo tempo buscar uma vida que reflita os ensinamentos deixados por Jesus. Mas, para que isso ocorra, precisamos ter uma disciplina espiritual dedicada por meio da oração, do jejum, da leitura e meditação bíblica, da adoração, do serviço cristão, do evangelismo e discipulado, entre outras possibilidades.

No entanto, atualmente muitas pessoas são levadas para uma superficialidade onde os valores se dissipam, os princípios são ignorados, o que é correto é negligenciado enquanto o relativo e o efêmero são colocados em evidência.

Mas essa não pode ser a realidade dos que andam na luz. O cristão, por meio da prática das disciplinas espirituais, sai da superficialidade de um mundo pecaminoso e é impulsionado a buscar bases sólidas em sua jornada de fé.

– Adão e Eva tiveram comunhão íntima na presença de Deus antes da queda (Gênesis 3:8). Desde aquela época, o pecado tem impedido a nossa capacidade de estar na presença física de Deus (Êxodo 33:20). Agora apenas os anjos santos e sem pecado estão na presença física de Deus (Lucas 1:19).

Entretanto, os cristãos têm a presença de Deus dentro de si em virtude da habitação do Espírito Santo (João 14:23; 15:4), e essa presença interior vem somente através da fé no Senhor Jesus Cristo. Estamos conscientes da realidade dessa presença devido a nossa obediência à sua Palavra.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).

Note que Pedro diz que “sois raça eleita…. propriedade exclusiva de Deus”. Se pertencemos a Deus, Ele não vai estar presente no meio de nós?

Nunca perdemos a realidade da sua presença, não importa o tamanho da nossa falha; nunca pecamos tanto a ponto de perder a nossa salvação; nunca afundamos tanto a modo de banir o Espírito Santo.

Apenas enfuriamos a Deus por causa do nosso pecado, mas os verdadeiros crentes nunca perdem a presença do Espírito Santo.

Enquanto nunca perderemos a realidade da presença de Deus, podemos perder a “sensação” de sua presença.

Todo filho de Deus invariavelmente passa por esse sentimento de perder a presença de Deus ao longo do tempo, como um proprietário que deixou sua casa e viajou a negócios por um tempo. Ele não deixou a casa completamente vazia, pois, se tivesse, teria levado consigo todos os seus pertences.

Mas porque deixou todos os seus móveis e pertences na casa, isso não significa que voltará mais uma vez? Qualquer crente sabe que há momentos de magreza espiritual, quando talvez o Senhor determine testar a nossa fé.

Será que Ele não nos empurra através das chamas joeiras de aflições para que possamos ser ainda mais puros (Jó 23:10; 1 Pedro 1:7)? Mas o resultado prático de estar na presença de Deus é alegria! Muitos cristãos parecem sombrios e deprimidos porque carecem sentir a presença de Deus.

A comunhão é doce para aqueles que andam com o Senhor em obediência e fé. Mas a doce comunhão que vem da obediência e confiança no Senhor não é um sentimento passageiro. Ela nos sustenta, especialmente durante as provações, “porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (Neemias 8:10).

Tiago, o irmão do Senhor, escreve: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tiago 1:2) porque provações produzem fé e desenvolvem a perseverança.

Quando perseveramos pelas dificuldades, provando a nós mesmos e a outros que a nossa fé é real, o nosso senso da presença de Deus aumenta, assim como a nossa alegria.

Davi fala de uma alegria que só os justos podem conhecer (Salmo 16:11) – uma alegria que é apenas um vislumbre de uma muito maior e eterna quando virmos o rosto do Senhor na glória por vir.

3. Conduzido pelo Espírito.

O texto bíblico nos revela que o Espírito do Senhor era com Davi (1Sm 16.13), da mesma forma que foi com Josué (Nm 27.18) e Saul (1Sm 10.10).

Ao longo do Antigo Testamento diversas vezes o Espírito Santo é mencionado (Gn 1.2) e, como Deus, sempre está presente.

Nesse período, o Espírito habitava nas pessoas para o desenvolvimento de ações específicas no meio do povo de Deus. Já a partir do Novo Testamento, os cristãos recebem a habitação permanente do Espírito (1Co 3.16,17).

Na Bíblia lemos: enchei-vos do Espírito Santo (Ef 5.18). O “encher” vai além de uma experiência durante o culto e nos leva a perceber uma amplitude de vida, de obra, de prioridades e de sentidos. A presença do Espírito em nossas vidas nos leva a um modo de viver diferente (Gl 5.25). Como nos é preciosa essa verdade.

– A primeira unção de Davi foi diante de sua família/casa. Sua segunda unção seria diante de uma assembleia em sua tribo, Judá; e sua terceira unção seria diante da nação de Israel.

E o versículo continua, dizendo: o Espírito do Senhor se apossou de Davi; Essa expressão familiar do AT refere-se à capacitação para desempenhar alguma tarefa dada por Deus (cf. 10.6,11; 11.6; 19.20,23; 2Sm 23.2; 2Cr 20.14; Is 11.2; 61.1; Ez 11.5; 37.1).

A unção de Davi era um símbolo exterior do trabalho interior de Deus. A operação do Espírito Santo nesse caso não era para regenerar, mas para capacitar Davi a desempenhar o seu papel no programa de Deus para Israel (cf. Saul, 10.6). Depois que Davi pecou com Bate-Seba (2Sm 11—12), eie orou: “…nem me retires o teu Santo Espírito” (SI 51.11).

A ordem em Ef 5.18: “enchei-vos do Espírito” significa que o cristão deve viver sob controle do Espírito Santo; ele deve ser caracterizado pela plenitude do Espírito a fim de que possa experimentar a alegria indivisível e gloriosa que provém do Senhor.

O texto em apreço apresenta dois imperativos: um negativo, outro positivo. O negativo proíbe o cristão de se embriagar com vinho; o positivo ordena-o a ser cheio do Espírito. A embriaguez produz dissolução; a plenitude do Espírito desemboca em virtudes cristãs.

Tanto a embriaguez como a falta de plenitude do Espírito estão em desacordo com a vontade expressa de Deus.

Não basta deixar de fazer o que é errado; é preciso fazer o que é certo. Não basta deixar de ser dominado pelo vinho; é preciso ser governado pelo Espírito.

III. A EXCELÊNCIA DE DEUS PARA CUMPRIR UMA DIFÍCIL MISSÃO

1. Um rei atormentado.

Saul foi escolhido e ungido por Deus para ser o primeiro rei de Israel. Guiado pelo Espírito do Senhor, conseguiu fazer um bom início de reinado sendo admirado por muitos.

Temente a Deus, chegou a profetizar (1Sm 10.11) e constantemente consultava o profeta Samuel. Essa realidade durou por pouco tempo, logo o rei negligenciou a vontade de Deus, desrespeitou a lei de Moisés e passou a ter decisões infelizes e injustas para com o povo.

Mediante tal comportamento, a rejeição divina não tardou (1Sm 15.10-29). Assim que o Espírito do Senhor deixou Saul, um espírito mau começou a atormentá-lo (1Sm 16.14), deixando-o inapto para decisões sensatas e violento para os que estavam próximos a ele.

Até os seus servos estavam impressionados com a ação maligna na vida do rei (1Sm 16.15) e sugeriram trazer um músico para que o monarca se acalmasse e o espírito mal o deixasse em paz.

Nesse contexto de tormenta e fúria, Davi é introduzido na corte de Saul. Enquanto tocava sua harpa e entoava belos hinos, o jovem foi-se familiarizando com a rotina dos mais altos escalões e, como bom aluno, foi sendo preparado para as grandes responsabilidades que viria a ter um dia.

– Em questão de tempo, é um longo caminho desde a designação profética de Davi como rei de Israel até sua ascensão ao trono; e ainda mais longo em termos de logística.

Como um jovem rapaz, a quem nem mesmo a família considera como candidato a rei, ascende a essa posição, quando um rei paranoico já está nesse lugar, um rei que não hesita em matar seus concorrentes?

A resposta a esta pergunta toma tempo e espaço nas Escrituras, mas os versos 14 a 23 nos dão uma amostra de como DEUS providencialmente faz aquilo que indica mediante Seu profeta. Obviamente, Saul não faz ideia do que aconteceu, conforme registrado nos versos 1 a 13 deste capítulo.

Se ele acreditar nas palavras de Samuel (pode ser também que não acredite, especialmente à medida que o tempo passe e ele continue como rei de Israel), será realmente afastado e substituído por um homem da escolha de DEUS. Ele não sabe que Samuel já designou e ungiu Davi como seu substituto, ou que o ESPÍRITO que DEUS lhe deu agora é dado a Davi.

O que ele realmente sabe é que as coisas estão bem diferentes do que eram. Ele não vê mais Samuel (ver 15:35).

Ele não sente a presença e o poder do Senhor, através do ESPÍRITO. O que ele experimenta mesmo é um fenômeno espiritual bem diferente. Um “espírito maligno da parte de DEUS”(vontade permissiva de Deus) se apossa de Saul, aterrorizando-o.

Ele parece ter ataques quando o terror deste espírito está presente e épocas que são mais normais. Como seria de se esperar, existem várias teorias sobre este “espírito maligno da parte de DEUS”.

A aparição deste “espírito”, bem como o desaparecimento do ESPÍRITO SANTO, vêm da parte de DEUS.

Ou seja, é o Senhor quem ordena que o ESPÍRITO SANTO deixe Saul. Será possível que o pedido de Davi para que DEUS não retire dele Seu ESPÍRITO (Sl. 51:11) seja, de certa forma, consequência daquilo que ele observa com seus próprios olhos enquanto está a serviço de Saul?

O espírito maligno também é da parte de DEUS. Isto não deveria ser nenhuma surpresa, uma vez que DEUS é soberano. Satanás não pode fazer nada a ninguém sem que DEUS permita (vontade permissiva) (ver, por exemplo, Jó 1 e 2).

Para os servos de Saul, este “espírito maligno” não é novo ou incomum. Eles já o viram e o reconhecem, e sabem qual é o melhor tratamento para Saul. Todas estas coisas me levam a concluir que o espírito que oprime Saul seja demoníaco.

Os servos de Saul crêem que a música tenha efeito benéfico sobre Saul e recomendam que ele encontre um homem hábil no tocar da harpa para que, quando o espírito o atacar, o músico toque uma canção suave e acalme seu espírito atribulado. Saul aprova a ideia.

Ele, acima de tudo, está aterrorizado pela opressão do espírito. Subitamente um dos servos de Saul se lembra de alguém que se encaixa perfeitamente às suas necessidades.

Em algum lugar ele viu e ouviu falar de Davi de Belém. Davi não é apenas um músico dotado que toca harpa com destreza, ele é também um valente, um homem de boa aparência e de bom senso. Mais importante, é um homem com que o Senhor está presente.

As mesmas coisas que qualificam Davi como rei são aquelas que o qualificam para servir ao rei. As qualidades reais de Davi estão se tornando evidentes, até mesmo para aqueles que estão no palácio. Saul convoca Davi com educação, no entanto, este é um convite que ninguém ousa recusar.

O pedido é feito a Jessé, uma vez que Davi ainda vive sob seu teto. Pelas palavras de Saul a Jessé, fica claro que ele sabe que Davi é guardador de ovelhas (ver o verso 19).

Jessé envia Davi ao rei junto com uma oferta de alimentos, onde ele começa a servir como seu criado. Conforme o caráter e as habilidades de Davi vão ficando mais evidentes para Saul, ele é promovido à posição de seu escudeiro, provavelmente o serviço mais íntimo e pessoal de qualquer um dos servos de Saul. Saul não só começa a respeitar as habilidades de Davi, ele também começa a amá-lo.

Talvez Davi seja quase como um filho para ele. Termina o período de experiência de Davi e ele toma posse do cargo, por assim dizer, junto ao rei.

De forma adequada, Saul solicita a Jessé que permite que Davi permaneça a seu serviço. Assim é que, toda vez que Saul é atormentado pelo espírito maligno, Davi toca sua harpa e tranquiliza o espírito atribulado do rei.

O ESPÍRITO de DEUS em Davi faz com que o espírito maligno, durante algum tempo, se retire de Saul. Como Saul soletra alívio? D A V I.

O pecado do capítulo 15 é o fim para Saul; não é o fim do seu reinado, mas o fim da oportunidade para ele mudar e se arrepender.

Mas, por que ungir Davi tanto tempo antes dele ser nomeado e coroado como rei? Primeiro, o ESPÍRITO que está sobre Saul para que desempenhe seus ofícios reais, pode agora ser removido e colocado sobre Davi.

É no ESPÍRITO que Davi crescerá, amadurecerá e servirá a Saul, enquanto DEUS o prepara para o seu ofício. Como é irônico e inesperado que Davi sirva ao rei em preparação para servir como rei.

Os caminhos de DEUS estão além da nossa capacidade de predizê-los. Segundo, a unção de Davi acaba sendo um teste para os israelitas.

Sua unção, diferentemente de Saul, é semipública. Seu pai e seus irmãos, assim como os homens proeminentes da cidade que comparecem ao banquete sacrificial, precisam saber que o novo rei que substituirá Saul está sendo designado.

Na medida em que os homens compreendam que Davi é o próximo rei, sua reação é indicativa da alusão ao Rei de Israel e Seu Reino. Isto também determina seu lugar no reino de Davi.

É quase o mesmo hoje em dia. Quando o autor de I Samuel volta sua atenção de Saul para Davi, ele nos leva a refletir sobre um homem que é um protótipo de nosso Senhor JESUS CRISTO.

Infelizmente, Saul se parece demais com Satanás. Saul recebe autoridade para governar segundo DEUS, no entanto, suas regras e seu governo se tornam mais importantes para ele do que o governo e as leis de DEUS. Por isso, ele é posto de lado.

Davi é designado para ocupar seu lugar, para governar sobre o povo de DEUS com retidão. Satanás, como o Saul dos tempos antigos, foi rejeitado por DEUS.

Na cruz do Calvário, nosso Senhor derrotou Satanás. Contudo, ele ainda está livre para se opor a DEUS, embora seu julgamento e sua punição sejam certos. Neste ínterim, JESUS CRISTO foi designado como o Rei de DEUS.

Ele não apenas proclamou o reino de DEUS, Ele também o conquistou com Sua morte, sepultamento e ressurreição. Todos aqueles que se submetem a Ele como Rei entrarão em Seu reino e governarão com Ele por toda a eternidade.

A questão para você e para mim, hoje, é: “A quem serviremos?” Quem reinará sobre nós? A que reino iremos nos submeter? Por natureza, todos os homens são nascidos no reino de Satanás.

Somente pelo novo nascimento, por confiar na obra de JESUS CRISTO na cruz do Calvário, é que os homens são transportados do reino das trevas para o reino da luz, do reino de Satanás para o reino de DEUS.

2. Um reino em apuros.

Quando Saul deixou de obedecer ao Senhor, o Espírito se retirou de sua vida e uma sucessão de falhas e atrocidades foram acontecendo. Se Deus já não era mais o Senhor daquele monarca, o povo não mais seria “bem-aventurado” e “feliz”.

Sem Deus, o sofrimento é uma triste realidade. A imagem do líder exerce uma forte influência para com a vida dos liderados: se o rei é ímpio, os súditos sofrem; se o líder é imprudente, os liderados amargam as privações.

Com a ruína de Saul e a ascensão de Davi, um novo tempo chegava para Israel, o povo se alegrava e era edificado ao ver, na prática, a fé, a devoção, a fidelidade e o temor a Deus. Como resultado dessa condição, Israel alcançaria em breve um dos períodos mais prósperos de sua história.

– De acordo com a Bíblia, Saul foi o primeiro rei de Israel, governando entre 1021–1000 a.C. Ele foi escolhido por aclamação pública e pelo juiz Samuel. Ele era filho de Quis e pertencia à tribo de Benjamim. Seu nome em hebraico Sha’ul significa “Pedido de Deus”.

Saul também foi o primeiro nome judaico de Paulo de Tarso, apesar de o nome ser traduzido para português na forma de Saulo. A Bíblia cita toda a vida do rei Saul. Narra desde a sua ascensão como rei em 1 Samuel 9, até o seu declínio em 1 Samuel 31. Saul reinou sobre Israel por quarenta e dois anos (1 Samuel 13:1).

Foi pai de seis filhos homens: Jônatas, Abinadabe, Malquisua, Is-Bosete (Isvi ou Esbaal), Armoni e Mefibosete, e duas filhas: Merabe e Mical, que se casou com Davi. O reinado de Saul foi marcado por batalhas e atos de desobediência a Deus que resultaram no seu triste fim.

Com os anos, Saul prosseguiu vitorioso e seu filho Jônatas tinha importante relevância no comando das batalhas. Lutas contra os inimigos do povo de Deus foram permanentes durante todo seu reinado e não houve descanso.

Em uma destas incursões, Jônatas atacou um destacamento filisteu em Gibeá, atraindo o ódio dos filisteus sobre Israel (1 Samuel 13:3-4).

A ira dos filisteus gerou desespero e medo aos soldados de Saul e todos se refugiaram em cavernas. Nesta ocasião surge o primeiro grande erro de Saul: desobedecendo à orientação do profeta Samuel, decide por ele mesmo oferecer o sacrifício de comunhão em Gigal com receio da dispersão dos seus soldados (1 Samuel 13:8-10).

O preço desta infração custou seu reinado. Samuel repreende a desobediência de Saul a um Mandamento do Senhor e diz que Deus já tinha achado um homem segundo o Seu coração (1 Samuel 13:14), que era Davi. Mesmo assim, Saul continuou a “escolher o que obedecer” das ordens de Deus.

O Senhor por meio de Samuel tinha ordenado a aniquilação dos amalequitas (1 Samuel 15:3). Na batalha, Saul manteve o rei Agague vivo, assim como as melhores ovelhas e bois do inimigo. Mais uma vez Samuel reprova Saul e rompe totalmente com o rei (1 Samuel 15:35). Depois deste ocorrido, o profeta Samuel unge Davi como sucessor ao trono de Israel, cumprindo a ordem do Senhor.

O afastamento da presença de Deus sobre o reinado de Saul fez com que o rei entrasse em total perdição, sendo tomado por um espírito maligno.

A inveja movia Saul a perseguir Davi, mesmo sabendo do livramento de Deus a Israel por parte Davi, derrotando o filisteu Golias, e da forte amizade do seu filho Jônatas com Davi. Em nenhum momento Saul reconheceu que Deus tinha levantado Davi.

Saul não admitia que Deus tivesse se afastado dele, mas não percebia que, na verdade, ele que se afastou de Deus.

Pela terceira vez ele peca contra Deus e vai se consultar com uma bruxa em En-Dor, pedindo que invoque o espírito do profeta Samuel (1 Samuel 28:7-8). O resultado desse pecado foi ouvir pela terceira vez que seu reino se rasgou, que morreria brevemente e que Davi seria o rei de Israel (1 Samuel 28:17-19).

3. Qual a nossa “difícil” missão?

O cristão enfrenta grandes desafios. O primeiro deles é pelo simples fato de que nós cristãos, andamos na contramão desse mundo.

A cosmovisão, o jeito de agir, os valores defendidos, os relacionamentos, os valores sociais e morais, entre tantos outros são, por essência, opostos ao que nós acreditamos.

Agimos assim, pois do coração procedem as saídas da vida (Pv 4.23), e o coração do jovem cristão reflete Jesus!

O segundo desafio está ligado à nossa grande missão; anunciar as boas novas de salvação (Mc 16.15) para um mundo que está imerso em caos e sofrimento.

Entre os sofrimentos enfrentados podemos apontar: violência, dificuldades econômicas e social, o hedonismo, a individualidade, o relativismo moral e religioso, entre tantos outros. A solidão assola multidões que vivem em cidades superpovoadas por pessoas que não conseguem mais se olhar nos olhos.

– O jovem cristão no mundo de hoje enfrenta desafios como a secularização, a cultura de imediatismo e o egocentrismo. No entanto, a fé em Cristo pode ajudar os jovens a encontrar sentido à vida e a se comprometerem com a transformação da sociedade.

A juventude cristã nunca na história da sociedade esteve tão perto de participar ativamente de suas decisões como hoje. À medida que o censo aponta para um crescimento do evangelicalismo no Brasil, aumenta também a participação dos nossos jovens na vida da sociedade.

Mas como ser um jovem que participa da sociedade onde vive? De que formas podemos dizer que somos cristãos? Jovens evangélicos sempre foram meio que arredios a movimentos sociais no Brasil, talvez por falta de influência da liderança do passado.

Mas um jovem pastor batista norte-americano fez a diferença. Martin Luther King Jr, ao saber que Rosa Parks, sua ovelha, havia sido discriminada num ônibus por não ceder seu assento a um branco, iniciou uma campanha por direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

Foi ganhador do Prêmio Nobel da Paz. Percorrendo seu país, foi assassinado aos 40 anos em 1968. Deixou um excelente legado. Seu discurso “Eu tenho um sonho” ainda ecoa.

O jovem cristão tem dois desafios principais: Viver à margem daquilo que o mundo prega, e viver aquilo que as Escrituras pregam! A Palavra de Deus é clara em nos mostrar o que devemos fazer. Não podemos ficar omissos. Omissão é pecado. Vejam o que dizem estes versículos:

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17); “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40); “Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a” (Sl 34.14).

Como cristãos, definimos a Bíblia como nosso guia de fé e prática, que é a Palavra de Deus e deve ser cumprida integralmente.

Você pode ser um jovem atuante onde você mora, trabalha, estuda. O importante é ter certeza de estar fazendo a vontade de Deus.

Envolva-se com a associação de bairro, centros acadêmicos, nas organizações denominacionais. Dê um bom testemunho e assim você será agente transformador da sociedade e sinalizar o Reino de Deus na Terra.

SUBSÍDIO II

Professor(a), peça que um aluno(a) leia 1 Samuel 16.14. Depois pergunte: “O que significa: ‘O Espírito do Senhor se retirou de Saul’?”.

Ouça os alunos e depois explique que “ao se rebelar contra os planos de Deus e seus propósitos, Saul se abriu para a influência demoníaca (veja 15.23).

Deus está no completo controle, e os maus espíritos podem operar apenas quando Deus permite. Ele pode até mesmo usá-los para realizar os seus propósitos, que às vezes incluem testar e julgar o seu povo (Jz 9.23; 1Rs 22.19-23; veja também Lc 11.26; Rm 1.21-32; 2Ts 2.8-12).” (Bíblia de Estudo Pentecostal Para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, p.357).

CONCLUSÃO

Davi possuía um currículo admirável: um músico virtuoso, valente, guerreiro, ponderado nas palavras e educado.

Características que despertariam o interesse de muitos “recrutadores”. Mas, há um detalhe que fez toda a diferença nesse belíssimo currículo: o Senhor era com ele. Sem Deus nada poderemos fazer e nossa existência não terá sentido. Seja conduzido pelo Espírito Santo e você será uma bênção por onde quer que passe.

– Hoje em dia há muita discussão sobre liderança, ou melhor, sobre a falta de uma liderança forte, e devo dizer que as qualidades e qualificações procuradas nos líderes contemporâneos não são aquelas que DEUS buscou em Davi.

Os evangélicos escolhem seus líderes quase nas mesmas bases que a sociedade secular. Procuramos homens que tenham “recursos” (dinheiro e influência) e “uma boa cabeça para negócios”. DEUS buscou um homem que tinha um coração voltado para Ele.

Creio que esta característica seja o primeiro e principal pré-requisito para o tipo de liderança que DEUS quer. Vamos procurar ser o tipo de homens e mulheres que DEUS busca para o Seu serviço.

O Davi humano também teve uma falha séria que o poderia ter condenado não fosse o Mestre agindo em sua vida. O Salmo 51 fala sobre o pecado que quase o destruiu e nos ensina mediante o seu exemplo como nos arrependermos dos nossos próprios erros.

A oração de Davi no Salmo 51 se inicia com três pedidos ao Senhor: Misericórdia (v.1). Nenhum de nós merece a graça de Deus, porém Ele cuida de nós com ternura e intensidade, mesmo quando o nosso coração está distante dEle.

Nosso amor pelo Senhor pode falhar, mas não o seu amor por nós. Renovação (v.2). A “tinta” de nossa falha deixa uma marca indelével em nossa vida e na dos outros; porém, podemos confiar na compaixão do Senhor para apagar o nosso pecado do livro de sua memória. Purificação (v.2). Somente Deus pode lavar a mancha e a sujeira do pecado.

Queremos nos sentir puros outra vez, de modo que desapareçam toda a impureza que adquirimos e o legado de suas lembranças.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2025/04/ebd-jovens-licao-2-davi-excelencia-no.html

Vídeo: https://youtu.be/8btAGCT9N08?t=27

Glória a Deus!!!!!!!