JOVENS | LIÇÃO 07 – DAVI: FORJADO POR UMA PERSEGUIÇÃO

TEXTO PRINCIPAL

“Mas os que esperam no SENHOR renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.” (Is 40.31)


Comentário: Esta passagem reconhece a realidade dos complexos desafios enfrentados pelos crentes nos tempos atuais, que vão desde a luta contra o pecado e as tentações (1 Pedro 5:8), passando pelas pressões sociais e culturais que se opõem aos valores do Evangelho (Romanos 12:2), até as perseguições e injustiças sofridas por causa da fé (2 Timóteo 3:12).

Em meio a tudo isso, a Palavra de Deus nos garante que Ele promete estar conosco em todos os momentos, nos fortalecendo e nos guiando em meio às dificuldades (Isaías 41:10). Diante desse cenário, que a fé em Cristo seja o alicerce de cada crente para enfrentar cada provação, certos de que o amor e a misericórdia divina nos sustentam em cada passo.

RESUMO DA LIÇÃO

Em meio às perseguições e adversidades, Davi foi sendo preparado por Deus para a missão que a ele estava reservada, mantendo-se sempre fiel e íntegro.


Comentário: Este segmento da lição nos recorda que, mesmo em meio a perseguições implacáveis, Deus estava ativamente preparando Davi para o seu futuro reinado. Cada desafio, cada fuga, cada momento de angústia contribuiu para moldar o seu caráter e fortalecer a sua fé (Rm 5:3-5). Assim, somos lembrados de que Deus usa as provações para nos capacitar e nos aperfeiçoar, transformando-nos em instrumentos mais eficazes em Suas mãos.

Desse modo, o crente é instruído a enxergar as provações como oportunidades de crescimento e aprendizado, buscando a fidelidade e a integridade em todas as situações (1 Co 10:13). Essa postura de confiança se manifesta na renúncia ao pecado, na prática da justiça e no amor ao próximo, refletindo o caráter de Cristo em sua vida (Rm 8:28).


OBJETIVOS

EVIDENCIAR a perseguição de Saul contra Davi;
RESSALTAR as lutas de Davi ao longo da caminhada:
SABER que Davi vivenciou tempos de aprendizado em todas as áreas da sua vida.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), reproduza o mapa abaixo no quadro. Utilize-o para mostrar aos seus alunos a perseguição de Saul contra Davi. Diga que Davi foi perseguido implacavelmente, mas no final foi honrado por Deus e alcançou a vitória. Em nossas vidas, o mesmo pode acontecer: somos atribulados, perplexos, perseguidos, abatidos, mas jamais angustiados, desanimados, desamparados ou destruídos (z Co 4.8-11), pois Deus é conosco.


TEXTO BÍBLICO

1 Samuel 19.1-7

1 E falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos para que matassem Davi. Porém Jônatas, filho de Saul estava mui afeiçoado a Davi

2 E Jônatas o anunciou a Davi dizendo Meu pai, Saul, procura matar-te: pelo que, agora, guarda-te, pela manhã, e fica-te num lugar oculto, e esconde-te

3 E sairei eu e estarei à mão de meu pai no campo em que estiveres, e eu falarei de ti a meu pai, e verei o que houver, e o anunciarei.

4 Então, Jônatas falou bem de Davi a Saul seu pai, e disse-lhe: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e porque os seus feitos te são muito bons

5 Porque após a sua alma na mão e feriu os filisteus, e fez o Senhor um grande livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste e te alegraste, por que, pois, pescarias contra sangue inocente, matando Davi sem causa?

6 E Saul deu ouvidos à voz de Jônatas e jurou Saul: Vive o Senhor, que não morrerá

7 E Jônatas chamou a Davi, e contou-lhe todas estas palavras, e Jônatas levou Davi a Saul, e esteve perante ele como dantes

INTRODUÇÃO

A história de Davi foi marcada por uma perseguição implacável. Desde o dia em que o gigante Golias tombou ao chão, a vida do jovem foi ameaçada pela postura enciumada do rei que buscava, de todas as formas, matá-lo.

Uma jornada que parecia fácil, do momento da unção ao reconhecimento como rei, se tomou um caminho repleto de dificuldades e flagelos impiedosos. Nesta lição estudaremos essa importante área da vida humana, o desenvolvimento diante das adversidades


Comentário: Este trecho reconhece a realidade dos difíceis desafios enfrentados pelos crentes nos tempos atuais, que vão desde a luta contra o pecado e as tentações (1 Pedro 5:8), passando pelas pressões sociais e culturais que se opõem aos valores do Evangelho (Romanos 12:2), até as perseguições e injustiças sofridas por causa da fé (2 Timóteo 3:12).

Em meio a tudo isso, a Palavra de Deus garante que Ele promete estar conosco, fortalecendo e guiando (Isaías 41:10). Assim, o seguidor de Cristo é desafiado a não apenas sobreviver, mas a se desenvolver em meio a essas provações, buscando a Deus em oração e meditação na Palavra, permitindo que elas o moldem à imagem de Cristo e o capacitem a cumprir o seu chamado com ousadia e fé.

I- UMA PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL
1.Quando a fuga é necessária.

Ao ser escolhido por Deus e ungido por Samuel, Davi passou a ter em sua vida a presença do Espírito. Essa condição foi decisiva, desde o embate com Golias, passando pelos episódios de aplacamento da ira de Saul, pelas inúmeras batalhas travadas defendendo Israel, pelos momentos de grandes lutas, bem como pelos períodos de paz e descanso, foram sempre envolvidos em uma espiritualidade cultivada pelo desejo de intimidade com Deus.

As perseguições foram se intensificando e obrigando Davi a iniciar uma época de constantes fugas a fim de salvar sua vida. Mesmo temente a Deus, fiel ao rei, dedicado em proteger o povo de Israel, íntegro e humilde, as maldades de Saul se intensificaram e a morte se tornou uma possibilidade nítida.

Finalmente Davi precisou deixar tudo para trás e se pôs em uma jornada, ainda incerta, em busca da sobrevivência para um dia reivindicar o seu lugar no trono. Para termos uma ideia de quão feroz era a perseguição imposta por Saul, no início da fuga, Davi foi ajudado por Aimeleque, o sacerdote. Por esse motivo o rei ordenou que uma linhagem inteira de sacerdotes fosse morta em Nobe, além de mulheres e crianças (1 Sm 22:11-19).


Comentário: Este trecho narra a intensificação da perseguição contra Davi, a ponto de tornar-se necessária a fuga para preservar sua vida, mesmo sendo um homem temente a Deus e leal. Da mesma forma, vemos Jesus, ainda bebê, sendo levado por seus pais para o Egito para escapar da fúria de Herodes (Mateus 2:13-15).

Assim, o seguidor de Cristo deve discernir quando a fuga é a atitude mais prudente, buscando a direção de Deus em oração (Salmo 32:8). Essa decisão não deve ser motivada pelo medo, mas pela sabedoria divina, a fim de evitar situações de risco desnecessárias e preservar a vida para cumprir o propósito de Deus, confiando que Ele o protegerá e o guiará em cada passo (Provérbios 22:3).

2. Em busca de Samuel.

Após ser salvo da morte e do perverso plano de Saul por meio da intervenção de Mical. Davi fugiu para Ramá em busca de Samuel. Lá chegando, abriu o coração contando tudo o que ocorrera ao profeta (1 Sm 19:18). Após ouvir atentamente aos conselhos do velho amigo, o acompanhou até Naiote, ainda em Ramá.

Aqui temos um importante ensinamento para todos nós como é bom termos em nossas vidas pessoas tementes a Deus nas quais podemos confiar abrindo o coração à espera de sábias palavras e bons conselhos.

Em seguida, tomado de fúria. Saul enviou várias comissões de mensageiros até Naiote para capturar Davi mas, chegando ao lugar, os homens começaram a profetizar.

Por fim, o próprio rei foi até lá ver o que estava acontecendo. De igual forma, também profetizou pois o Espírito de Deus veio sobre ele, o que deixou muitos surpresos (1 Sm 19.20-24).

Duas importantes lições temos aqui: primeiro, nenhuma perversidade ou intenção maldosa pode prevalecer diante do poder de Deus: segundo, o Senhor é soberano e usa quem Ele quer, até mesmo o cruel Saul, nesse momento, foi tomado pelo Espírito e profetizou.


Comentário: Este trecho narra a busca de Davi por amparo e aconselhamento junto ao profeta Samuel, após escapar das maquinações de Saul.

Vemos aqui a importância de buscar a companhia e o discernimento de líderes espirituais experientes em momentos de aflição, tal como Jesus se retirava para orar em lugares desertos e buscar a comunhão com o Pai (Lucas 5:16).

Assim, o seguidor de Cristo deve cultivar relacionamentos saudáveis com irmãos e líderes na fé, buscando seus conselhos em momentos de incerteza e angústia (Provérbios 11:14).

Essa busca por orientação não deve eximir o crente da responsabilidade de buscar a Deus em oração, mas sim complementar essa busca, a fim de receber a sabedoria e a direção necessárias para tomar decisões sábias e agradar ao coração de Deus (Tiago 1:5).

3. “[…] na angústia nasce o irmão”.

Na complicada história envolvendo Saul e Davi, chegou um tempo em que já não havia mais possibilidade de paz e aliança. Rejeitado por Deus, cometendo uma série de injustiças, afrontas e até profanando o que era sagrado, os últimos dias do rei, outrora admirado, se encaminhavam para um final trágico.

A intercessão de Jônatas já não tinha mais efeito, ao rei só interessava a morte do desafeto. Já era perceptível a todos que o príncipe reconheceu no amigo a legitimidade ao trono de Israel. Sua lealdade pertencia ao homem segundo o coração de Deus que, a essa altura, se pôs em fuga para Rama. Como foram difíceis os dias de Davi, como foi preciosa a amizade cultivada com Jônatas.

Ao voltar de Rama para Gibeã, tiveram a oportunidade de se despedir e confirmarem uma aliança de bondade (1 Sm 20.14.15).

A Palavra de Deus constantemente nos fala acerca do valor da verdadeira amizade e dá exemplos de parcerias edificantes. Lembremos de que, nas adversidades, do verdadeiro amigo se mostra presente (Pv 17.17).


Comentário: Esta passagem destaca a amizade leal entre Davi e Jônatas, mesmo em meio à hostilidade crescente de Saul. Observamos um paralelo com a amizade de Jesus com Lázaro, Marta e Maria, a quem Ele amava profundamente e visitava em Betânia (João 11:5).

 A verdadeira amizade é um terreno fértil para o crescimento mútuo, onde amigos se incentivam a desenvolver seus dons e talentos, a superar seus limites e a se tornarem a melhor versão de si mesmos, para a glória de Deus.

Assim, o seguidor de Cristo deve valorizar e cultivar amizades verdadeiras e edificantes, que o incentivem a permanecer fiel a Deus e a perseverar em meio às dificuldades (Provérbios 27:17).

Essas amizades devem ser pautadas no amor, na sinceridade e no compromisso mútuo de buscar a Deus e viver de acordo com os seus princípios, a fim de que juntos possam fortalecer uns aos outros e glorificar o nome do Senhor (Eclesiastes 4:9-12).

SUBSÍDIO 1

Professor(a), neste primeiro tópico enfatiza que os capítulos 21 e 22 de 1 Samuel descrevem Davi fugindo de Saul e, por um tempo, deixando de confiar plenamente em Deus. Em um esforço para salvar a vida Davi mentiu (v. 21.) se refugiou entre os ímpios filisteus (vv. 10-15) e indiretamente causou a morte dos sacerdotes e de muitos outros (22:11-23: cf. Sl 52).

Ao recorrer à mentira, Davi deixou de confiar em Deus para a sua proteção. Deus permitiu que Doegue matasse os ministros de Deus e outros homens, mulheres e crianças inocentes. Em um mundo de pecado, em que as pessoas decidem desafiar a Deus e seguir o seu próprio caminho, o mal e a destruição são a norma, e as vezes pessoas inocentes sofrem injustamente.

O povo de Deus não deve se alarmar quando vier a sofrer nas mãos de pessoas ímpias e perversas. Mesmo confiando em Deus, sofreremos dificuldades, aflições e oposição nesta vida (At 14.22), mas ainda assim as bênçãos e as recompensas na vida vindoura superaram, de longe, o nosso sofrimento atual (Rm 8.18-39) (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. p. 362)

II-AS LUTAS AO LONGO DA CAMINHADA
1. Em território inimigo.

Nesse tempo de longa fuga, Davi partiu para o território filisteu chegando à cidade de Gate, a terra natal de Golias.

Imaginemos a surpresa do rei Áquis e de seus súditos ao ver o matador do gigante ali, diante deles, em uma cena curiosa: fingindo-se de louco, começou a torcer-se e deixou correr saliva de forma descontrolada (1Sm 21.13,14).

O rei filisteu, convencido de que Davi estava fora de si, permitiu que ele se refugiasse ali. E foi no meio dos seus inimigos que Deus protegeu Davi da fúria de Saul.

A forma como Deus age sempre nos surpreende. Nessa passagem vemos o fugitivo sendo protegido pelos seus antigos inimigos, por gestos e imitações de loucura e pelos desertos que tantos perigos escondem. A forma como o Senhor trabalha é sempre surpreendente, basta a nós confiarmos na ação divina e descansar, convictos de seu cuidado (Sl 65.5-8).


Comentário: Este trecho relata a fuga de Davi para Gate, território filisteu, onde se fingiu de louco para preservar sua vida. Podemos traçar um paralelo com a estratégia utilizada por Paulo ao ser descido em um cesto pelas muralhas de Damasco para escapar de seus inimigos (Atos 9:23-25). 

Em meio à perseguição, Davi e Paulo demonstraram não apenas coragem para enfrentar o perigo, mas também sabedoria para escolher o caminho da prudência, utilizando os recursos disponíveis para proteger a vida que Deus lhes havia confiado.

Assim, o discípulo de Cristo deve usar de sabedoria e discernimento para lidar com situações de perigo, buscando a direção de Deus para saber quando é necessário se afastar de ambientes hostis e preservar sua integridade física e espiritual (Provérbios 22:3).

Essa atitude não deve ser confundida com covardia, mas sim com a prudência necessária para evitar riscos desnecessários e continuar servindo a Deus com alegria e ousadia (2 Timóteo 1:7).

 2. Uma questão de fidelidade.

A história de Davi nos apresenta lições valiosas, entre elas destacamos a fidelidade que foi mantida intacta mesmo diante de tantas adversidades e perseguições. Tal virtude destacava-se por sua abrangência e sua inflexibilidade. Não importava as circunstâncias, a fidelidade do belemita era inabalável.


Comentário: A fidelidade de Davi a Deus, mesmo em meio às adversidades, é um tema central nesta passagem. Lembramos da fidelidade de Sadraque, Mesaque e Abednego, que se recusaram a adorar a estátua de Nabucodonosor, mesmo sob a ameaça de serem lançados na fornalha ardente (Daniel 3).

 Embora a fidelidade nem sempre nos livre do sofrimento imediato, ela nos garante a presença e o favor de Deus em todas as circunstâncias, culminando em uma recompensa eterna que transcende qualquer provação terrena.

Assim, o discípulo de Jesus deve manter sua fidelidade a Deus inabalável, mesmo quando confrontado com pressões, perseguições ou tentações (Apocalipse 2:10).

Essa fidelidade deve ser manifestada em todas as áreas da vida, desde os relacionamentos pessoais até as decisões profissionais, a fim de que o crente possa testemunhar do amor de Deus e glorificar o Seu nome em tudo o que faz (Colossenses 3:17).

3. Na caminhada, a provisão do Senhor.

O Senhor, diante da fidelidade de Davi, proveu tudo o que foi necessário para a difícil jornada rumo ao trono de Israel (2Sm 7.9).

Quando somos fiéis e gratos ao Senhor, Ele cuida de todos os detalhes necessários ao cumprimento de seus propósitos para com a nossa vida (Jó 42.2). 

Nos mais diversos lugares, em Israel e em territórios filisteus e moabitas, o Senhor proveu a segurança do seu ungido. Também o alimento foi provido em diversas ocasiões, como nos episódios envolvendo Abigail e Aimeleque.

O cuidado do Senhor também veio no formato de apoio, conselhos sábios e relacionamentos edificantes, por exemplo, com Samuel, Aimeleque, Gade (1Sm 22.5), Abiatar (1Sm 22.20-23) e Jônatas (1Sm 23.16-18).

Enfim, diante de cada necessidade, Davi recebeu o cuidado do Senhor para que pudesse caminhar cumprindo os propósitos divinos. Uma verdade maravilhosa é que jamais estaremos desamparados, mesmo que andemos por vales, desertos e cavernas.


Comentário: A provisão divina para Davi durante sua fuga é evidente nesta passagem. Lembramos do cuidado de Deus com Elias, que foi alimentado por corvos no deserto e sustentado por uma viúva em Sarepta (1 Reis 17). 

A providência divina se manifesta não apenas nos grandes livramentos, mas também nos detalhes aparentemente pequenos, revelando um Deus que se importa profundamente com cada necessidade e anseio de Seus filhos.

Assim, aquele que segue a Cristo deve confiar na provisão de Deus em todas as áreas da vida, sabendo que Ele jamais o abandonará (Filipenses 4:19). Essa confiança deve ser acompanhada de gratidão e da disposição de compartilhar os bens com aqueles que necessitam, a fim de que o amor de Deus seja manifestado em atos de generosidade e compaixão (Hebreus 13:5-6).

SUBSÍDIO 2

“A fidelidade a Deus não assegura que a vida de uma pessoa seja livre de problemas, dor e sofrimentos (veja At 28.161.

Na verdade, Jesus ensinou que devemos esperar dificuldades e desafios nesta vida (Jo 161-4.33). A Bíblia oferece inúmeros exemplos de pessoas piedosas que suportaram quantidade significativa de sofrimento por várias razões.

Entre esses indivíduos estão José, o rei Davi Jó, o profeta Jeremias e o apóstolo Paulo Jesus Cristo, naturalmente, suportou o sofrimento máximo, para realizar o bem maior e para tomar a salvação espiritual disponível para todos (veja Is 53: 1Pe 318).

Como pode um Deus de amor permitir que o mal e o sofrimento continuem? Por que coisas ruins acontecem às pessoas boas?” “Onde está Deus. quando acontece uma tragédia?

Embora essas perguntas possam assumir variadas formas, todas representam um esforço para entender o supremo poder de Deus e a sua bondade, em contraste com o redemoinho que está tão disseminado no mundo que Ele criou.

Para muitas pessoas, é difícil conciliar a ideia de um Deus amoroso e Todo-Poderoso com todas as coisas ruins que elas veem ao seu redor. Alguns olham para a tragédia e concluem que se Deus é amor.

Ele não deve ser Todo-Poderoso, ou impediria o sofrimento. Outras supõem que se Deus é Todo-Poderoso, mas permite que os inocentes sofram, então Ele não deve ser amor. No entanto, o amor não necessariamente contradiz ou elimina o sofrimento.

O questionamento sobre como um Deus amoroso pode permitir o mal e o sofrimento mostra um mal-entendido sobre o que é normal e o que é excepcional no mundo.

Como a humanidade se rebelou contra Deus e escolheu o seu próprio caminho, o pecado e o mal assumiram posições de controle e viraram o mundo de cabeça para baixo, e o mundo não é mais como Deus o criou.

Por esse motivo, a desordem e a destruição se tornaram a norma em nosso mundo rebelde. O fato de que ainda exista algum bem e que esse bem possa resultar inclusive do sofrimento é prova do amor e da paciência de Deus com um mundo que continua a desafiá-lo. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal Rio de Janeiro CPAD p. 626)

III- TEMPOS DE APRENDIZADO
1. Em Nobe, uma espada.

Após fugir de Saul apenas com as roupas do corpo, Davi foi para Nobe procurar por Aimeleque. Diante de um homem faminto, o sacerdote lhe ofereceu o único alimento que possuía ali, os pães da proposição do Tabernáculo.

Em seguida, pediu também ao sacerdote uma espada, já que estava desarmado e desprotegido, a resposta foi surpreendente: não havia espadas e nem lanças ali, com a exceção de uma, a que fora de Golias.

A famosa espada que foi usada para matar o gigante estava ali novamente, diante de Davi, muitos anos depois (1Sm 21.8,9).

A espada de Golias, guardada embaixo do éfode, possivelmente representava a superioridade de Deus sobre os filisteus e manifestação do seu poder diante das ofensas proferidas; também tinha em si um marco temporal peculiar apontando dois momentos distintos na vida de Davi.

O primeiro marco temporal faz referência a um jovem que sabia confiar em Deus e, rejeitando os instrumentos famosos de guerra (armadura, espadas e lanças), se permitiu ser usado de uma forma incrível.

A armadura de Saul não servia, a espada era manuseada com muita dificuldade, e assim o Senhor usou Davi de forma maravilhosa.

O segundo marco apontava para um Davi já com muito aprendizado, homem de batalhas e grande líder militar. A mesma mão empunhou a mesma espada duas vezes, na primeira, uma mão marcada pelos calos do pastoreio, na segunda, envolta pelas cicatrizes das batalhas.


Comentário: A espada de Golias, um símbolo da vitória de Davi no passado, reaparece em um momento de necessidade, lembrando-o do poder de Deus. Podemos comparar com o cajado de Moisés, que em suas mãos realizou grandes milagres (Êxodo 4:17). 

Essa recordação não é apenas um exercício de memória, mas um poderoso lembrete de que o mesmo Deus que nos sustentou ontem, continua sendo a nossa força e esperança hoje, renovando nossa confiança para enfrentar os desafios que se apresentam.

Diante dessa verdade, o filho de Deus deve se lembrar das vitórias que Deus lhe concedeu no passado, para fortalecer sua fé e confiança no presente (Salmo 77:11-12).

Essa recordação deve ser acompanhada de gratidão e da disposição de usar os dons e talentos que Deus lhe deu para servir ao Seu reino e glorificar o Seu nome (1 Pedro 4:10-11).

2. Tempos de caverna.

Davi escreveu o Salmo 142 em um momento extremamente difícil, na caverna (talvez de Adulão) em fuga da perseguição feroz de Saul. Lá, na escuridão e no silêncio, o fugitivo pode orar, meditar, chorar e confiar com ainda mais convicção no Senhor.

As palavras proferidas nesse Salmo nos mostram uma alma que se derrama diante de Deus e reconhece sua dependência total. Na caverna, Davi reflete acerca dos seus acertos e erros. Tudo retorna à memória e, após lágrimas e clamor, vem a constatação: o Senhor é o refúgio (Sl 142.5).

Lá na caverna, Deus começou a levantar homens para apoiar Davi, pessoas que também sofriam, choravam e amargavam histórias de lamento. Envolto em lágrimas, o futuro rei foi preparado pelo Senhor para conduzir vidas que também precisavam de consolo (1Sm 22.2).

Ali, já eram quatrocentos, em Queila eram seiscentos (1Sm 23.13) e assim muitos foram seguindo Davi e aprendendo importantes lições acerca da dependência divina, integridade e fidelidade.


Comentário: A caverna, um lugar de escuridão e isolamento, torna-se um local de encontro com Deus e de formação de liderança para Davi. Lembramos de Jesus que se retirava para lugares desertos para orar e buscar a face do Pai (Lucas 5:16). 

É na solidão da caverna que somos confrontados com nossa total dependência de Deus, aprendendo a confiar em Sua provisão e a reconhecer Sua presença em cada detalhe de nossa jornada.

Assim, o discípulo de Jesus deve buscar momentos de quietude e solitude para se conectar com Deus em oração e meditação (Marcos 1:35).

Esses momentos de intimidade com Deus o fortalecerão espiritualmente e o capacitarão a enfrentar os desafios da vida com sabedoria e coragem, tornando-se um líder servidor e um exemplo de fé para outros (Mateus 6:6).

3. Um processo contínuo.

A aprendizagem é uma ação contínua, ninguém aprende de forma instantânea, nem amadurece em segundos. É no processo que somos preparados para os próximos passos.

Todos anseiam a linha de chegada, mas é nessa dinâmica que as histórias são escritas e os planos se concretizam.

A Bíblia Sagrada nos traz muitas histórias onde o processo foi essencial no desenvolvimento e amadurecimento do escolhido para determinada missão: José foi preparado por treze anos (At 7.9-15): Moisés por oitenta (Êx 2.10: 3.1-10): Josué por quarenta (Dt 34.9), entre tantos outros.

Esse processo de aprendizagem e amadurecimento se deu na vida de Davi por muitos anos, desde quando foi ungido por Samuel até quando assumiu o trono de Israel: no pastoreio, na corte, nas batalhas, no deserto, na caverna, entre povos inimigos, onde passava, aprendia lições importantes. Assim deve ser com cada um de nós, vivamos o processo sempre conduzidos pela direção divina em nossas vidas.


Comentário: O processo de aprendizado contínuo na vida de Davi é destacado nesta passagem. Vemos um paralelo com o discipulado de Paulo a Timóteo, instruindo-o em toda a doutrina e exortando-o a perseverar no ministério (2 Timóteo 2:2).

Através desta constante imersão nas Escrituras, somos transformados de dentro para fora, moldando nosso caráter à imagem de Cristo e nos tornando mais aptos para servir.

Assim, o discípulo de Cristo deve se dedicar ao aprendizado contínuo da Palavra de Deus e à busca por crescimento espiritual em todas as áreas da vida (2 Pedro 3:18).

Esse crescimento deve ser acompanhado de humildade e da disposição de aprender com outros, a fim de que o crente possa se tornar cada vez mais semelhante a Cristo e cumprir o propósito de Deus para sua vida (Efésios 4:11-16).

SUBSÍDIO 3

Professor(a), inicie o tópico fazendo as seguintes perguntas: “Por que Davi teve que sofrer com a perseguição de Saul?” “Por que Deus permitiu que Doegue matasse os ministros de Deus e outros homens, mulheres e crianças inocentes?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos.

Explique que “há várias razões pelas quais o povo de Deus sofre. Como todas as outras pessoas que já viveram, os seguidores de Deus vivenciam o sofrimento como uma consequência do pecado original de Adão e Eva.

Quando eles decidiram voluntariamente desafiar a Deus e ignorar a sua ordem, o pecado entrou no mundo, e com ele vieram a dor, a tristeza, o conflito e, por fim, a morte Essas coisas agora invadem a vida de todos os seres humanos (Gn 3:16-19).

Paulo afirma o seguinte: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram (Rm 5:12. veja nota).

Na verdade, a Palavra de Deus nos diz que todo o universo criado geme sob os efeitos do pecado e anseia pelo momento em que haverá um novo céu e uma nova terra (Rm 8.20-23 2 Pe 3.10-13).

Nós devemos resistir às atitudes e ações pecadoras sempre confiando na graça de Deus, na sua ajuda, força e consolação mesmo quando não parece mais haver esperança nem respostas (cf. 1 Co 10.13) ( Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens Rio de Janeiro CPAD p. 625)

CONCLUSÃO

A forma como Davi foi preparado para a sua missão é inspiradora. Diante de muitas adversidades, manteve-se fiel e direcionado por Deus.

A sua formação foi resultado de momentos de sucesso, conquistas e celebrações. Davi passou por períodos de perseguições, lutas e lágrimas e, em todos os momentos, o Espírito de Deus era com ele. Sem dúvidas, um convite a todos nós para nos permitirmos ser forjados pelo Senhor.


Comentário: A vida de Davi, forjada em meio a provações e aprendizado, emerge como um farol de esperança e um testemunho da graça divina para todos nós.

Sua jornada, marcada por desafios que testaram sua fé e perseverança, demonstra que é possível manter a integridade e a confiança em Deus, mesmo nas circunstâncias mais adversas.

 Semelhante a Paulo, que aprendeu a se contentar em todas as situações (Filipenses 4:11-13), Davi demonstrou fidelidade e confiança em Deus em todos os momentos.

Assim, o seguidor de Cristo deve se inspirar no exemplo de Davi e Paulo, buscando viver uma vida de fidelidade, confiança e aprendizado contínuo, a fim de que possa cumprir o propósito de Deus para sua vida e glorificar o Seu nome em tudo o que faz (1 Coríntios 10:31).

Que a imitação de Cristo seja o nosso norte, refletindo a Sua luz e o Seu amor em cada ação e decisão. Deste modo, nos tornaremos instrumentos de transformação no mundo, propagando o Evangelho com a nossa própria vida.

Fonte: https://palavrafortededeus.com.br/licao-07-davi-forjado-por-uma-perseguicao/

Vídeo: https://youtu.be/5L-zMhIGhzA

Glória a Deus!!!!!!!