JOVENS | Lição 08- Davi: um encontro. um livramento

TEXTO PRINCIPAL

Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos.” (Pv 8.12)

Entenda o Texto Principal:

–  sabedoria (compare com Salmo 104:24; Isaías 55:89; Romanos 11:33; Efésios 1:8; Efésios 3:10; Colossenses 2:3).

 prudência (compare com Ex 31:3-6; Ex 35:30-35; Ex 36:1-4; 1Reis 7:14; 1Crônicas 28:1219; 2Crônicas 13:14; Isaías 28:26). Segundo Waltke (2010), prudência significa “a capacidade de fazer planos”. 

e disponho de conhecimento e discrição – ou então, “o conhecimento e a prudência eu encontro” (Waltke), ou então, “disponho de conhecimento e de conselhos“ (NAA); ou então, “e tenho o conhecimento que vem do bom senso“ (NVI). Jesus é a verdadeira sabedoria a ser amada e buscada, ouça este devocional de Charles Spurgeon. (3 minutos)

RESUMO DA LIÇÃO

Davi recebeu um grande livramento a partir de seu encontro com Abigail. Mesmo diante de um marido tolo, ela era virtuosa e foi usada por Deus na edificação de seu lar.

Entenda o Resumo da Lição:

– O encontro de Davi e Abigail é um episódio chave na Bíblia, narrado em 1 Samuel 25. A história envolve Abigail, esposa de Nabal, que intercede por sua família ao encontrar Davi, que estava furioso e ameaçando atacar Nabal. Abigail, com sua sabedoria e prudência, consegue acalmar Davi e evitar uma guerra sangrenta.

TEXTO BÍBLICO

1 Samuel 25.3-11

3. E era o nome deste homem Nabal e o nome de sua mulher. Abigail era uma mulher de bom entendimento e formosa, porém o homem era duro e maligno nas obras; e era da casa de Calebe.

– descendente de Calebe – claro, da mesma tribo com o próprio Davi; mas muitas versões consideram Caleb (“cachorro”) não como um nome próprio, mas comum, e o processam, “ele era rabugento como um cão”. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]

– Davi e os seus homens espreitavam nestes desertos, associando-se aos pastores e pastores de Nabal e outros e fazendo-lhes bons ofícios, provavelmente em troca de informações e suprimentos obtidos por eles.

Assim, quando Nabal realizou seu corte anual de ovelhas no Carmelo, Davi teve o direito de participar do festival e enviou uma mensagem, contando seus próprios serviços e pedindo um presente.

“Em todos esses detalhes, ficamos profundamente impressionados com a verdade e a força da descrição bíblica de costumes e costumes, quase idêntica à que existem hoje.

Em uma ocasião tão festiva, perto de uma cidade ou vila, mesmo em nosso tempo, um xeque árabe do deserto vizinho dificilmente deixaria de colocar uma palavra pessoalmente ou por mensagem; e sua mensagem, tanto em forma quanto em substância, seria apenas uma transcrição da de Davi ”[Robinson]. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]

5. E enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens: Subi ao Carmelo e indo a Nabal perguntai-lhe, em meu nome, como está.

– (4-8) Quando Davi ouviu no deserto (compare com 1Samuel 25:1) que Nabal estava tosquiando suas ovelhas, que geralmente era acompanhada de uma refeição festiva (veja em Gênesis 38:12), ele enviou dez jovens ao Carmelo para ele, e pediu-lhes que lhe desejassem paz e prosperidade em seu nome e, lembrando-o dos amistosos serviços prestados a seus pastores, solicitasse um presente para si e seu povo. לשׁלום לו שׁאל, pergunte a ele sobre seu bem-estar, ou seja, cumprimente-o de maneira amigável (compare com Êxodo 18: 7 ).

A palavra לחי é obscura e foi interpretada pelos primeiros tradutores meramente de acordo com conjecturas incertas. A explicação mais simples é aparentemente in vitam, vida longa, entendida como um desejo no sentido de “boa sorte para você” (Lutero, Maurer, etc.); embora a palavra חי no singular só possa ser mostrada como tendo o significado de vida em conexão com a fórmula usada em juramentos, נפשׁך חי, etc. maneira do que como uma exclamação elíptica que significa “boa sorte para o homem vivo”.

Pois a ideia de que a palavra deve ser conectada com אמרתּם, “dizer ao homem vivo”, ou seja, ao homem se ainda estiver vivo, é derrubada pelo fato de Davi não ter dúvidas de que Nabal ainda estava vivo. As palavras que se seguem também devem ser entendidas como um desejo:

“Que tu e tua casa, e tudo o que é teu, fiquem bem!” Após esta saudação, eles deveriam prosseguir com o objetivo de sua visita: “E agora ouvi que tens tosquiadores de ovelhas. : no formulário, veja Ges. 53, 3, Anm. 6), e nada foi perdido por eles enquanto eles estavam no Carmelo”.

Ao viver no deserto, os homens de Davi se associaram aos pastores de Nabal, prestaram-lhes vários serviços e os protegeram e seus rebanhos contra os habitantes do sul do deserto (os árabes beduínos); em troca do que eles podem ter dado comida e informação.

Assim, Davi provou ser um protetor de seu povo, mesmo em seu banimento. וימצאוּ, “assim possam os jovens (os enviados por Davi) achar graça em teus olhos! pois chegamos a um bom (ou seja, um dia festivo). podes) ao teu servo e ao teu filho David”.

Com a expressão “teu filho”, Davi reivindica a boa vontade paterna de Nabal. No que diz respeito ao fato em si, “em uma ocasião tão festiva perto de uma cidade ou vila, mesmo em nosso tempo, um xeque árabe do deserto vizinho dificilmente deixaria de dizer uma palavra, pessoalmente ou por mensagem; e seu mensagem, tanto em forma quanto em substância, seria apenas a transcrição daquela de Davi” (Robinson, Palestina, p. 201). [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]

6. E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz. e tudo o que tens tenha paz!

7. Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores; ora. os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo.

8. Pergunta-o aos teus jovens, e eles te dirão; estes jovens, pois, achem graça a teus olhos, porque viemos em bom dia. dá. pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.

– Em boa hora. Um dia especial para comemorar a abundância da lã tosquiada das ovelhas (cf. v. 11).

9. Chegando, pois, os jovens de Davi e tendo falado a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, se calaram.

– Os mensageiros de David entregaram sua mensagem à Nabal, ויּנוּחוּ, “e se sentaram”, isto é, aguardando o atendimento de seu pedido.

A versão dada pela Chaldee (פּסקוּ, cessaverunt loqui) e pela Vulgata (siluerunt) é menos adequada, e não pode ser filologicamente sustentada.

A Septuaginta, por outro lado, tem καὶ ἀνεπήδησε, “e ele (Nabal) surgiu”, como se os tradutores tivessem lido ויּקם (vid., Septuaginta em 1Samuel 20:34).

Esta renderização, segundo a qual a palavra pertence à cláusula seguinte, dá um sentido muito apropriado, se ao menos, supondo que o ויּקם realmente se manteve no texto, a origem e adoção geral de ויּנוּחוּ poderia, de qualquer forma, ser explicada. [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]

10. E Nabal respondeu aos criados de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, e cada um foge a seu senhor.

– Nabal respondeu então aos servos de Davi: “Quem é Davi? – A resposta de Nabal parece indicar que o país estava na época em um estado solto e desordenado.

A boa conduta de Davi, no entanto, bem como os importantes serviços prestados por ele e seus homens, foram prontamente confirmados pelos servos de Nabal.

Os preparativos de Davi para castigar sua linguagem insolente e retribuição ingrata são exatamente o que seria feito nos dias de hoje pelos chefes árabes, que protegem o gado dos grandes e ricos donos de ovelhas dos ataques das tribos saqueadoras ou feras.

Sua proteção cria uma reivindicação por algum tipo de tributo, na forma de suprimentos de alimentos e bens necessários, que geralmente é dado com grande boa vontade e gratidão; mas quando retido, é aplicado como um direito.

A recusa de Nabal, portanto, era uma violação dos usos estabelecidos do lugar. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão]

11. Tomaria eu pois o meu pão e a minha água e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?

– “E eu deveria pegar meu pão e minha água (isto é, minha comida e bebida), e meu gado, … e entregá-los a homens que não sei de onde são?” ולקחתּי é um perfeito com vav consec., e toda a frase deve ser tomada como uma pergunta. [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]

INTRODUÇÃO

Mais do que uma história sobre a tolice de um homem, estamos diante de uma grande lição de virtuosidade, prudência, sabedoria, sensibilidade, coragem e proatividade. Falamos de Abigail, usada por Deus para que Davi não viesse a sujar suas mãos de sangue diante da insensatez de Nabal.

– O capítulo 25 de 1º Samuel narra um episódio marcante na vida de Davi antes de se tornar rei. Ele trata do encontro entre Davi e Abigail, esposa de Nabal, um homem rico, mas rude e insensato. Davi, enquanto fugia de Saul, protegia os pastores e rebanhos de Nabal no deserto.

Em retribuição, ele enviou mensageiros pedindo mantimentos durante a época de tosquia das ovelhas, um tempo festivo em Israel.

Nabal, contudo, respondeu com desdém, insultando Davi e recusando-se a ajudá-lo. Isso enfureceu Davi, que decidiu ir com seus homens para matar Nabal e todos os do sexo masculino de sua casa. Ao saber disso, Abigail, esposa de Nabal, agiu rapidamente e com grande sabedoria.

Sem avisar o marido, ela preparou uma generosa oferta de mantimentos e foi ao encontro de Davi. Ao encontrá-lo, ela se prostrou com humildade, assumiu a culpa da ofensa de Nabal e intercedeu com palavras prudentes e sábias, lembrando Davi de sua vocação divina e pedindo que ele não se manchasse com sangue por causa de um tolo. Podemos destacar algumas das virtudes de Abigail:

• Virtuosidade: Abigail é descrita como “sensata e bela”. Sua integridade moral e espiritual transparece em cada atitude.

• Prudência: Ela age com discrição, sem provocar mais conflito. Espera o momento certo para falar com Nabal.

• Sabedoria: Com argumentos ponderados e teológicos, ela lembra a Davi que Deus está com ele e o livrará dos inimigos, tornando-o rei.

• Sensibilidade: Percebe o perigo iminente e reage com empatia tanto pelo futuro de Davi quanto pela vida de sua casa.

• Coragem: Enfrenta o risco de sair ao encontro de um homem armado e irado, colocando-se em perigo por amor à paz; e

• Proatividade: Age com rapidez, organiza suprimentos e parte ao encontro de Davi antes que o mal aconteça.

Davi reconhece que Deus usou Abigail para impedi-lo de cometer um erro grave. Ele louva a sabedoria dela e aceita seu presente, voltando atrás em seu plano de vingança.

Alguns dias depois, Nabal morre, e Davi toma Abigail como esposa, reconhecendo nela uma mulher de valor. A história destaca como Deus pode usar pessoas sábias, sensíveis e corajosas para impedir grandes tragédias.

Abigail é um exemplo brilhante de como a virtude aliada à ação decidida pode mudar o curso de uma história. Sua vida nos ensina o poder da sabedoria feminina, da humildade, da diplomacia e do discernimento espiritual para promover paz e justiça.

I. PALAVRAS TOLAS, CONSEQUÊNCIAS INDESEJADAS

1. Nabal, um homem tolo.

Quando falamos em Nabal imediatamente somos remetidos ao vocábulo “tolo”. Do que adiantou tantas terras e tamanhas riquezas? Extremamente rico, Nabal tinha suas possessões no Carmelo As três mil ovelhas e as mil cabras nos possibilitam imaginar a dimensão do poder econômico desse homem (1 Sm 25.2)

O que sobejava em riquezas terrenas, lhe faltava em juízo e sabedoria Davi, com a responsabilidade em manter um exército de seiscentos homens, fez uma proposta justa a Nabal provisões em troca de proteção. Além de um tratamento respeitoso e palavras cordiais, foi oferecida uma colaboração bem desejável naquela região, segurança diante dos infortúnios que poderiam acontecer.

Nabal não só recusou, mas também insultou Davi e seus homens ofendendo-os grandemente (1 Sm 25.10): a ríspida e irresponsável postura de um tolo abriu as portas para consequências desastrosas que foram cessadas diante da sabedoria de Abigail.

Logo após recusar a hospitalidade a Davi e ofendê-lo duramente. Nabal reuniu-se com seus companheiros em um banquete onde se embriagou a ponto de perder a noção das coisas. Em complemento a tal calamidade, após quase dez dias. Nabal morreu (1 Sm 25.36-38).

– Nabal vivia em Maom, e sua propriedade estava situada no Carmelo, que fica cerca de dezesseis quilômetros ao sul de Hebrom (15:12).

Ele tinha tudo para ser um homem bem-aventurado: tinha riqueza, o bom nome da família calebita, uma linda e sábia esposa; mas ele não tinha caráter.

Em relação ao dinheiro, Nabal era o que Saul era em relação ao poder: era corrupto a tal ponto que seu nome significa “insensato”. Viveu para defender sua propriedade e morreu numa orgia, desfrutando de sua herdade. Era um homem egoísta, avarento, incomunicável, beberrão e farrista. Vejamos as características desse rico fazendeiro:

Nabal procedia de uma família nobre e piedosa (25:3a). Era da família de Calebe, que foi um grande homem, um grande líder e um grande exemplo para sua nação, sendo um dos espias que ousou crer em Deus e que, ao lado de Josué, foi o único que saiu do Egito e entrou na Terra Prometida.

Nabal era um ramo podre de um tronco saudável. Ele procedia de uma família piedosa, mas desprezou e pisou na herança e no legado recebido de sua família. Ele escarneceu dos valores espirituais e morais dela. Seguiu um caminho de trevas, mesmo tendo luz em sua linhagem.

Deixou o exemplo dos pais e enveredou-se pelos atalhos do erro. Há muitas pessoas ainda hoje que jogam fora os princípios em que foram criadas. Abandonam a igreja, desobedecem aos pais e colhem os frutos amargos de sua semeadura infeliz. Nabal era um homem rico (25:2).

Ele tinha o privilégio de ser o homem mais rico da sua região. Era um grande fazendeiro. Tinha três mil ovelhas e mil cabras. Vivia no conforto e no luxo. A Bíblia diz, porém, que a vida de um homem não consiste na quantidade de bens que ele possui (Lc 12:15).

Há famílias mais apegadas ao dinheiro do que às pessoas. Destroem relacionamentos para alcançar mais bens. O dinheiro hoje é um dos principais motivos da guerra na família. Coisas não substituem relacionamentos. A vida de Nabal foi uma tragédia.

Ele, tendo tantos motivos para ser grato a Deus e viver feliz, estragou tudo com suas próprias mãos. Nabal era um homem rude na comunicação (25:3,17).

Nabal era duro e maligno em todo o seu trato. Ele era filho de Belial, e ninguém podia falar-lhe. Diríamos hoje que Nabal era casca grossa, mal-educado e incomunicável. Nabal tinha um temperamento insuportável (25:3,7).

Era como um porco-espinho. Quem se aproximava dele, se espetava. Suas palavras eram ácidas, seu temperamento, explosivo e seu caráter, maligno.

Nabal era um homem avarento, egoísta e ingrato (25:11,14,21). Davi e seus homens serviram de muro protetor aos pastores de Nabal, impedindo que os terroristas do deserto invadissem suas propriedades e roubassem suas ovelhas. Porém, quando Davi precisou de uma ajuda para o sustento de seus homens, Nabal a negou, disparatou os mensageiros do belemita, pagando o bem com o mal.

As palavras eu e meu ocorrem com frequência em suas palavras (25:11). Assemelha-se ao rico insensato da parábola de Jesus (Lc 12:18-21).

Nabal, ainda, empilha falsas acusações contra Davi — denunciando-o como um bandido qualquer, um desertor rebelde. Enquanto Abigail reconheceu Davi como rei (25:28,30) e o chamou “meu senhor”, Nabal o comparou a um servo rebelde, um renegado político, que abandonou seu senhor (25:10).

Nabal tinha mania de grandeza (25:36). Ele não ofereceu nenhuma ajuda a Davi e a seus homens, mas egoisticamente fez em sua casa um banquete, como banquete real. Davi, sendo rei, foi privado de sustento; Nabal não sendo rei, deu um banquete de ostentação para refestelar-se. Não apenas se via como um rei, mas, também, nos lembra um rei específico: o rei Saul.

Nabal era um homem beberrão (25:36). A alegria de Nabal era apenas etílica. Ela decorria de sua embriaguez. Ele usava todos os seus bens para si mesmo, para entregar-se aos excessos da comilança e da bebedeira. Nabal festeja, à semelhança do rei Belsazar (Dn 5:1-31), enquanto o julgamento estava prestes a lhe sobrevir.

Esse fazendeiro fanfarrão nos lembra o homem rico da parábola de Jesus, que “todos os dias, se regalava esplendidamente”, enquanto se recusava a dar até mesmo as migalhas da sua mesa ao pobre Lázaro, que mendigava à sua porta (Lc 16:19-21).

A. W. Pink é oportuno em seu alerta: “O insensato Nabal retrata vividamente o caso de multidões ao nosso redor. A maldição da quebra da lei de Deus está sobre eles; no entanto, festejam como se tudo estivesse bem com sua alma pela eternidade”.

Nabal era um homem louco, filho do maligno (25:17,25). Abigail, sua mulher, admite publicamente que o caráter do esposo é uma extensão de seu nome. Ele é um homem louco. Ele é filho de Belial, dominado pelo demônio.

2. Palavras insensatas.

A comunicação tem um grande poder na vida humana: quanto melhor usamos as palavras, menos nos incomodamos com eventos desastrosos e revezes antes inevitáveis. Nabal, diante de tal situação, deveria ter sido, pelo menos, respeitoso e coerente.

Porém, diante de um guerreiro como Davi, foi ríspido e insensível ao momento atravessado pelos seus visitantes (1 Sm 25.10,11). As palavras de Nabal foram insensatas e provocaram a ira de Davi e seus homens. Em contraposição, às palavras de Abigail foram sábias, prudentes e essenciais para trazer novamente a paz à sua casa.

– “Quem é Davi? E quem é o filho de Jessé? Muitos servos há, hoje em dia, que fogem, cada um, do seu senhor. Tomaria eu, pois, o meu pão, a minha água e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que não sei de onde vêm?”.

As palavras de Nabal revelam arrogância, ingratidão e insensatez. Em vez de reconhecer o bem que Davi e seus homens haviam feito — protegendo seus pastores e rebanhos — ele os despreza e os trata como foragidos comuns ou ladrões oportunistas.

Perceba a loucura desse homem:

1. “Quem é Davi? E quem é o filho de Jessé?”

Aqui, Nabal finge ignorância ou desdém. Davi já era uma figura conhecida em Israel, famoso por derrotar Golias e por sua liderança militar.

Essa pergunta, então, não é inocente — é sarcasmo e desdém deliberado. Ao rejeitar Davi, Nabal não está apenas desonrando um homem, mas resistindo ao plano de Deus, pois Davi já havia sido ungido por Samuel como futuro rei.

2. “Muitos servos há, hoje em dia, que fogem, cada um, do seu senhor.”

Nabal sugere que Davi é um servo rebelde, desprezando sua causa justa contra Saul. Ele distorce os fatos e julga de forma leviana, demonstrando falta de discernimento espiritual e justiça. Isso mostra como pessoas insensatas podem chamar o bem de mal e fazer acusações sem fundamento.

3. “Tomaria eu, pois, o meu pão, a minha água e a carne…

Nabal fala em “meu” pão, “minha” água, “minha” carne, demonstrando egoísmo e avareza. Mesmo diante da generosidade esperada na cultura oriental em tempos de festa, ele se recusa a compartilhar. Sua mentalidade é a do acúmulo e da autoproteção, ao invés de reconhecer o valor da retribuição justa.

A insensatez de Nabal não está apenas em suas palavras, mas em sua atitude diante de alguém enviado por Deus.

Ele representa aqueles que rejeitam o agir divino por arrogância e cegueira espiritual. Suas palavras refletem o coração de muitos que, por orgulho, desprezam os justos e resistem ao bem.

O contraste entre Nabal e Abigail é marcante: enquanto ele fala com desprezo e tolice, ela fala com sabedoria e honra. Cuidado com palavras impensadas e julgamentos precipitados. A língua pode acender grandes incêndios (cf. Tiago 3:5-6). Nabal nos lembra que a insensatez pode atrair juízo, e que o desprezo por aqueles que Deus escolheu é um erro fatal.

3. Consequências indesejadas.

Aquilo que o homem plantar, com certeza colherá: essa é uma verdade bíblica que precisa ser sempre considerada. Nabal plantou insensatez, certamente uma característica que fazia parte das mais diversas áreas da sua vida.

A colheita, nesse caso, teria sido realmente calamitosa se não fosse a presença de uma mulher virtuosa. Davi, com quatrocentos homens, foi ao encontro de Nabal para um trágico desfecho.

No entanto, o Senhor enviou Abigail com a missão de consertar os estragos já feitos: trouxe as provisões necessárias para saciar a fome dos homens, falou sabiamente ao reprovar a atitude do marido e destacou a relevância de Davi manter suas mãos limpas daquele sangue.

– Se Abigail não tivesse intervindo, as consequências para Nabal teriam sido catastróficas e imediatas, de acordo com o contexto de 1º Samuel 25 — e isso pode ser claramente deduzido do próprio texto e do comportamento de Davi diante das palavras insensatas de Nabal. Davi responde à afronta (v. 13, 21-22): “Davi, porém, disse aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. […]

Davi dissera: Com efeito, de nada me serviu ter guardado no deserto tudo quanto pertence a este homem, sem que coisa alguma se perdesse de tudo quanto lhe pertence; ele me pagou mal por bem. […] Se eu deixar até o amanhecer de tudo o que tem, até mesmo um menino, juro que Deus me faça o que quiser.” Consequências previstas para Nabal, caso Abigail não tivesse agido:

1. Morte certa para Nabal e todos os homens da casa Davi estava decidido a aniquilar todos os do sexo masculino da casa de Nabal — um julgamento coletivo pelo desprezo e afronta que recebeu. Isso significa que Nabal e seus servos, filhos, empregados e até mesmo inocentes sofreriam as consequências de sua insensatez.

2. Davi se mancharia de sangue desnecessariamente Nabal não havia cometido um crime digno de morte, apenas fora tolo e ingrato.

Se Davi o matasse, isso pesaria em sua consciência e mancharia seu futuro reinado. A falta de discernimento de Nabal quase levou o ungido de Deus a agir impulsivamente, desonrando a Deus com vingança pessoal.

3. Uma tragédia provocada por palavras tolas As palavras de Nabal em 1Sm 25:10-11, arrogantes e cheias de desprezo, foram a centelha de uma tragédia iminente. Isso mostra o poder destrutivo da língua insensata — ele provocou uma crise de vida ou morte com apenas algumas frases.

4. Uma casa destruída por causa de um homem sem sabedoria Se Abigail não tivesse intervindo, toda a casa de Nabal teria sido extinta, e seu nome teria sido lembrado apenas como exemplo de loucura.

O egoísmo, arrogância e falta de hospitalidade de Nabal o colocaram em rota de colisão com o juízo. Deus usou Abigail como intercessora, poupando vidas e preservando Davi de cometer um erro.

Se ela não tivesse ido ao encontro de Davi, Nabal teria colhido imediatamente as consequências de sua boca insensata. Isso nos ensina que: Palavras impensadas podem trazer juízo rápido (Pv 18:6-7).

A intercessão de uma pessoa sábia pode salvar famílias inteiras. Deus, em sua misericórdia, muitas vezes levanta alguém para evitar o desastre que a insensatez humana provoca.

SUBSÍDIO I

“Nabal foi ríspido e se recusou a alimentar os seiscentos homens de Davi. Se hoje nos identificamos com a atitude de Nabal e porque nossos costumes são muito diferentes Primeiro, nos tempos antigos, a hospitalidade exigia que se oferecesse alimento aos viajantes, não importava quantos fossem.

Nabal era muito rico e poderia facilmente ter atendido ao pedido de Davi. Segundo, Davi não estava pedindo esmola pois seus homens haviam protegido os trabalhadores de Nabal, e parte da prosperidade de Nabal se devia a vigilância de Davi, Devemos ser generosos com aqueles que nos protegem e nos ajudam a prosperar, mesmo que não sejamos obrigados por lei ou costume. Davi se encaminhou para a terra de Nabal sem querer ouvir ninguém (25.13,22)

Ainda assim, parou e deu atenção ao que Abigail tinha a dizer Se ele a houvesse ignorado, teria se tornado culpado de se vingar com as próprias mãos.

Não importa quão certos imaginemos que estamos, devemos sempre parar e ouvir o que outros têm a dizer. Agir desse modo exigirá mais tempo e esforço, mas nos poupará de muito sofrimento e muitos problemas em longo prazo.

II. UMA MULHER VIRTUOSA

1. Virtuosa. Abigail se destacou pelas suas virtudes em um momento tenso Seu marido, após ter sido insensato e ofender gravemente a Davi, estava condenado a um triste fim, ele e toda a sua casa. Mas ali havia uma mulher virtuosa!

Ela era uma mulher sábia, sensível, corajosa, prudente e persuasiva. Qualidades bem-vindas a todas as pessoas que buscam uma postura justa e comprometida com o que é correto.

Assim que foi alertada sobre a insensatez do marido, tomou todas as providências necessárias e partiu em direção a Davi. Com humildade, prudência, generosidade e sabedoria foi usada pelo Senhor para a restauração da paz.

– A história de Abigail em 1º Samuel 25 é uma das mais belas demonstrações de virtuosidade feminina nas Escrituras.

Em um cenário de tensão, arrogância e ameaça de sangue, ela surge como instrumento de paz, sabedoria e redenção. A virtuosidade de Abigail em seus vários aspectos pode ser visto em sua sensatez em meio à insensatez; O texto já começa contrastando Abigail com seu marido, Nabal:

“Era, porém, Abigail mulher sensata e formosa, mas o marido, duro e maligno nas obras.” (1Sm 25:3). A palavra “sensata” aqui carrega o sentido de inteligente, prudente, ponderada. Ela não apenas possuía beleza exterior, mas era adornada com sabedoria e bom senso, em contraste direto com o temperamento tolo e bruto de Nabal.

2. Enviada por Deus.

O encontro entre Abigail e Davi foi divino e mediante os conselhos entregues, decisivo para que o futuro rei não sujasse as suas mãos com o sangue de um tolo (1 Sm 25.31).

Davi, provocado pela atitude de Nabal se lança em uma vingança desnecessária pois representaria dois revezes: tiraria o futuro rei de sua missão e traria a ele o sangue de um homem cuja culpa era a própria infelicidade. Foi a sabedoria de Abigail que fez Davi entender que, como ungido do Senhor, seria manchado em sua trajetória pelo sangue de muitos inocentes além do tolo Nabal.

– O discernimento e percepção do perigo que Abigail teve, serviu de prelúdio à grande história que estava nascendo ali em meio ao caos provocado pela insensatez do seu marido. Ao ouvir dos servos o que Nabal havia feito com Davi, Abigail compreende imediatamente a gravidade da situação.

Ela não ignora o problema, não se omite e não busca culpados. Ao invés disso, age com presteza e inteligência: “Então Abigail se apressou…” (v. 18). Seu discernimento é espiritual e prático: ela entende que um homem de Deus foi ofendido injustamente e que um massacre está por vir.

Sua resposta não é emocional ou desesperada, mas estrategicamente equilibrada. Abigail age sem perder tempo. Ela prepara uma oferta generosa — pão, vinho, carne, grãos e frutas secas — e vai pessoalmente ao encontro de Davi, assumindo o risco de se colocar diante de um guerreiro ofendido e armado (v. 20).

Isso mostra sua coragem e liderança silenciosa. Ela não espera a permissão do marido tolo nem consulta outros. Toma a responsabilidade sobre si, para salvar sua casa.

3. Edificando a sua casa.

A postura de Abigail foi determinante para que houvesse uma reviravolta na história: a explosão de vingança foi contida e dissipada de forma prudente, humilde, submissa e sábia.

A falha foi de Nabal, mas quem pagou o preço e correu o risco foi sua esposa Ela não sabia qual seria a reação de Davi e seus homens ao encontrá-la. mas no tempo certo agiu sob direção divina e a bênção se fez presente.

A sua casa foi edificada Abigail nos deixa um exemplo admirável e um convite valioso: edificar a casa! Quando nos dedicamos a essa tarefa, devemos entender que essa é uma ação que precisa ser direcionada pela vontade divina.

O Senhor é a rocha firme sobre qual é edificada a família (Mt 7.24-27). Sob essa premissa, tudo irá bem pois, da mesma forma que não se constrói uma casa sob a areia, também não podemos edificar uma família sobre os princípios frágeis desse mundo.

– Davi vive há vários anos como um fugitivo. Precisa fugir de um lado para o outro, entre montes e cavernas, cidades e desertos para livrar-se das mãos de Saul.

Eles e seus seiscentos homens, com as respectivas famílias estão, agora, em Maom, enfrentando grandes problemas de logística, sobretudo de alimentação para tanta gente.

É nessa conjuntura que Davi encontra os servos de Nabal, um homem abastado que possuía três mil ovelhas e mil cabras (25:2). Como um bom vizinho, ele e seus homens protegeram os pastores de Nabal.

Para a felicidade de Nabal, havia uma mulher sábia em sua casa. Abigail era uma mulher bonita por fora e por dentro (25:3).

Mas fez um casamento errado. Por que ela se casou com Nabal? Por que seus pais a entregaram para este homem? Será porque ele era rico? Por que ela não viu quem ele era antes de se casar? É um ledo engano pensar que dinheiro pode fazer um casamento feliz.

Casar-se por interesse financeiro é uma insensatez. É lamentável quando jovens cristãs entregam seu coração a homens ímpios, simplesmente por causa de seus atrativos terrenos, enfrentando, como resultado, uma vida inteira de desunião espiritual e discórdia matrimonial.

Abigail, porém, mesmo tendo um marido avarento, briguento, louco, bêbado, e possesso, age com sabedoria e urgência para salvar sua família. Abigail é uma mulher sensata e formosa (25:3).

É digno de nota que o caráter precede a performance. A beleza interior precede a beleza exterior. A sensatez vem antes da formosura. Abigail é bela por dentro e por fora.

A palavra “sensata” (sekel) descreve uma qualidade moral, e não apenas aptidão mental (Sl 111:10; Pv 3:4; 12:8). Abigail é uma mulher acessível e tratável (25:14).

Quando a crise se instalou e a morte foi decretada sobre a família de Nabal, um de seus moços não o procurou para resolver o problema, mas foi a Abigail, pois esta era acessível, tratável e confiável.

SUBSÍDIO II

“Alguns homens não merecem a esposa que tem. Não importa qual tenha sido o dote que Nabal pagou por Abigail, com certeza ela se mostrou infinitamente mais valiosa.

Era bela e mais competente que ele na administração de seus bens, mas ele não lhe dava o devido valor Apesar dos defeitos de Nabal, sua família e seus servos faziam todo o possível para que ele não criasse problemas.

É provável que essa lealdade fosse inspirada por Abigail Embora sua cultura e seu marido não lhe dessem grande valor, ela aproveitou ao máximo suas aptidões e oportunidades Davi ficou impressionado com eia e tomou-a como esposa quando Nabal morreu Abigail foi excelente conselheira para os dois homens de sua vida e se esforçou para impedir que tomassem decisões precipitadas.

Com sua rápida intervenção e habilidosa negociação, dissuadiu Davi de vingar-se de Nabal Viu a situação como um todo e criou espaço para a intervenção de Deus.

Como Abigail, você olha além da crise presente e vê o quadro mais amplo? Usa suas aptidões para promover a paz? E leal sem fechar os olhos para as falhas de outros? Que desafio ou responsabilidade você tem diante de si hoje que requer sua sujeição a Deus? Deus enviou Abigail para impedir que Davi cometesse uma grande injustiça com todos os homens de Nabal (v 54)

Davi reconheceu que estava errado ao planejar tão extrema vingança contra eles. Às vezes. Deus usa outras pessoas para nos dar sábios conselhos que nos abrem os olhos, nos protegem e nos impedem de agir mal Quando outras pessoas nos aconselharem, devemos avaliar suas palavras e os nossos planos primeiramente segundo a Palavra de Deus, e em seguida conforme a liderança e a orientação do Espírito em nosso coração e nossa consciência.

III. LIVRAMENTOS NO TEMPO PRESENTE

1. Sobre fragilidade.

A fragilidade de Nabal poderia ter ocasionado uma grande tragédia. Quantas histórias são interrompidas ou tristemente reescritas diante dos respingos dos erros e fragilidades negligenciadas? Falta de maturidade, de diálogo, compreensão ou ainda a ignorância diante de algo.

Enfim, muitas são as nossas fragilidades, por isso é importante que façamos constantemente o exercício do autoexame e assim, identificando nossas fraquezas, as depositamos diante do Senhor.

– A história de Nabal é um retrato vívido de como vidas e histórias podem ser drasticamente interrompidas ou deformadas quando erros e fraquezas são negligenciados, ignorados ou encobertos pela arrogância. Nabal era um homem rico, poderoso e influente, mas internamente era rude, insensato, sem discernimento e sem domínio próprio.

As Escrituras são claras ao fazer o contraste: enquanto Abigail era “sensata e formosa”, Nabal era “áspero e maligno em tudo o que fazia” (1Sm 25:3).

Ele não era mau apenas em um ato isolado, mas em seu modo de ser contínuo. Erros negligenciados se tornam armadilhas. Nabal não chegou àquele ponto de arrogância da noite para o dia. Suas atitudes mostram uma vida de falta de autoconhecimento, humildade e maturidade emocional e espiritual.

Quando rejeita Davi com palavras ofensivas (1Sm 25:10-11), ele expõe um coração endurecido e um senso de superioridade tola. Nabal não apenas ignora quem Davi é, mas ignora o que Deus está fazendo através dele. Ele não entende os tempos espirituais, nem percebe a importância do momento.

Essa ignorância espiritual e emocional é o que leva à beira da ruína. Nabal não ouve conselhos, não conversa, não constrói pontes. Os servos o temem e sabem que não adianta tentar convencê-lo (v. 17). Isso demonstra isolamento emocional, autossuficiência tóxica e um coração fechado para relacionamentos saudáveis.

O casamento com Abigail é marcado por desequilíbrio: ela é prudente e pacificadora; ele, um insensato irascível. A ausência de diálogo entre eles é tanta que Abigail age sozinha para salvar a casa, pois não há espaço para parceria com Nabal.

Quando não há espaço para escuta, humildade e correção, relacionamentos se fragmentam e histórias são deformadas. As consequências recaem não apenas sobre o tolo, mas sobre os que estão ao redor.

A atitude de Nabal não só ameaçou sua vida, mas a de todos os homens de sua casa. A tolice de um só poderia ter gerado uma tragédia coletiva.

Isso é um alerta: as falhas que não corrigimos em nós mesmos frequentemente respingam sobre quem amamos, sobre nossos lares, filhos, companheiros, comunidade. A omissão de hoje pode ser a ruína de amanhã.

2. Um mundo de adversidades.

No caso em que estamos estudando, as adversidades faziam parte da vida de cada personagem: com Davi, as perseguições. os dramas e sofrimentos de seus homens, as injustiças de Saul, os riscos de vida da sua família; com Abigail.

As consequências da insensatez de seu marido, com Nabal, sua tolice, ganância e falta de equilíbrio. Os três personagens tiveram posturas a partir de suas adversidades que ditou o rumo dos acontecimentos.

Davi ouviu os conselhos daquela mulher e mudou sua postura sendo abençoado Abigail teve sensibilidade ao ocorrido e no tempo certo correu ao encontro do futuro rei com as palavras certas e as provisões tão necessárias e. ao voltar para casa, soube esperar o dia seguinte para que seu marido, um pouco mais sóbrio, tomasse conhecimento do desenrolar de sua insensatez. Nabal, diante de sua tolice, foi agressivo, ofensivo e entregou-se à bebedeira. O desenrolar dos fatos, já conhecemos.

– A narrativa de 1º Samuel 25 nos oferece um rico painel sobre adversidades na vida dos três personagens — Davi, Nabal e Abigail — e como, por meio da soberania de Deus, essas circunstâncias difíceis podem ser redimidas, transformadas e conduzidas para o bem. Vejamos como essa verdade se desdobra na vida de cada um.

Perceba:

1. Davi – Adversidade como prova do coração e caráter: Davi vivia como fugitivo, perseguido injustamente por Saul, sem lar fixo, com homens cansados e famintos ao seu redor. Mesmo assim, foi leal, protegendo os rebanhos de Nabal sem exigir nada em troca.

“De nada me serviu ter guardado no deserto tudo quanto pertence a este homem […] ele me pagou mal por bem.” (1Sm 25:21).

Essa injustiça o abalou profundamente — a ponto de quase agir com impulsividade e violência. Deus usou a prudência de Abigail para impedir Davi de manchar suas mãos com sangue inocente. “Bendita sejas tu, que hoje me tolheste de derramar sangue.” (v. 33).

A adversidade de Davi se tornou um teste de maturidade espiritual, e Deus o livrou do erro, reafirmando seu chamado. A intervenção divina preservou sua integridade e preparou-o para o trono com uma consciência limpa.

2. Nabal – Adversidade como consequência da insensatez: Nabal era um homem próspero, mas sua adversidade foi de caráter.

Ele enfrentava o mundo com tolice, egoísmo e arrogância. Sua recusa em reconhecer o valor de Davi e sua resposta grosseira revelam uma alma fechada à sabedoria e à graça. “Quem é Davi? E quem é o filho de Jessé?” (v. 10). Ele não percebeu que estava desprezando o ungido do Senhor.

Nabal experimentou tragédia, não transformação; Nabal não permitiu que suas adversidades o moldassem. Sua cegueira espiritual o levou à morte.

“E aconteceu que, passados uns dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu.” (v. 38). As adversidades podem nos moldar ou destruir — tudo depende de como respondemos a elas. Nabal resistiu à correção, fechou-se à verdade e colheu destruição.

3. Abigail – Adversidade como plataforma para propósito e honra: Abigail era casada com um homem tolo, ríspido e insensato.

Ela vivia em tensão, em um lar com falta de diálogo, honra e sensibilidade espiritual. Ela não tinha liberdade de ação plena — tanto que precisou agir sozinha e com risco pessoal para evitar a tragédia. “E não disse nada a Nabal, seu marido.” (v. 19).

Sua sabedoria, humildade e coragem não apenas salvaram sua casa, mas a colocaram no caminho do destino divino. Após a morte de Nabal, Davi a toma como esposa (v. 39-42).

Deus a honrou, tirando-a de um casamento tóxico para uni-la a um homem segundo o Seu coração. Quando as adversidades são enfrentadas com fé, prudência e coragem, Deus as transforma em portas de honra e elevação. Abigail é prova de que a fidelidade em meio à dor pode ser recompensada no tempo certo.

Deus transforma adversidades em bem; A história de 1º Samuel 25 nos mostra que Davi foi provado, mas poupado de cair — Deus usou a adversidade para lapidar seu caráter; Nabal resistiu à correção — e colheu juízo; Abigail permaneceu fiel e sábia — e foi honrada por Deus. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus…” (Rm 8.28).

A adversidade não é o fim, mas um instrumento de transformação; As crises que enfrentamos revelam quem somos e nos convidam a amadurecer; Deus pode usar até os ambientes mais hostis para preparar uma nova estação; A chave é responder às adversidades com fé, humildade e sabedoria, como fez Abigail.

SUBSÍDIO III

Professor (a), nesse tópico é importante ressaltar que a fragilidade de Nabal poderia ter ocasionado uma grande tragédia Converse com os alunos mostrando que muitas pessoas estão sofrendo devido os erros e fragilidades negligenciadas. Por isso é importante o exercício do autoexame da oração e do depositar diante do Senhor nossas fragilidades.

CONCLUSÃO

Abigail teve um papel central nos eventos aqui estudados. Uma mulher virtuosa que soube a hora certa de entrar em ação impedindo que Davi cometesse um grave erro e na mesma ação, edificou a sua casa salvando a vida do marido tolo.

Que possamos, inspirados nesse exemplo, buscar uma postura de edificação diante das crises, de humildade diante de nossas fragilidades, de confiança frente às adversidades e de sabedoria em um mundo que clama por ajuda.

– Preciosíssimas lições podem ser aprendidas com os três personagens da história, no entanto, a lição frisa Abigail; Abigail é uma mulher sábia (25:18,24).

Ela não recorre a seu marido, mas com toda pressa, toma medidas cabíveis para evitar uma tragédia sobre sua família. Qualquer demora seria potencialmente suicida. Ela aplaca a ira de Davi com presentes e com gestos de humildade.

Abigail entendeu que enviar os presentes adiantados apaziguaria Davi e amenizaria as coisas para o seu encontro pessoal com ele. A cena é alusiva à ocasião em que Jacó enviou mensageiros e presentes a Esaú antes que os dois se encontrassem (Gn 32:3-21).

Abigail se lança aos pés de Davi, chamando para si a culpa e exortando Davi a dar ouvidos às suas palavras. Ela se apresenta como conselheira de Davi, para livrá-lo de um crime de sangue. Ele chegou a fazer voto de destruir a casa de Nabal (25:22).

Porém, ela o adverte a não reagir ao marido, tornando-se como ele. Em vez de Davi agir como o ímpio Nabal, Davi deveria agir como o servo do Senhor que era e, especialmente, exibir as características graciosas daquele que é marcado e favorecido pelo Senhor.

Abigail pediu a Davi que deixasse sua glória futura regular suas ações presentes, de modo que, naquele dia, sua consciência não o reprovaria por tolices anteriores.

Fonte: https://auxilioebd.blogspot.com/2025/05/ebd-jovens-licao-08-davi-um-encontro-um.html

Vídeo: https://youtu.be/9t_NLe_BStw

Glória a Deus!!!!!!!