Prezado(a) professor(a), para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio da semana. O conteúdo é de autoria do pastor Alexandre Coelho, comentarista do trimestre.
INTRODUÇÃO
Após passar por diversos exemplos de tentações na Palavra de Deus, vimos que as tentações são reais para todas as pessoas e que elas conduzem essas mesmas pessoas a destinos que as afastam de Deus. Mas que elementos a Palavra nos aponta para que resistamos às tentações?
Veremos as orientações paulinas aos irmãos coríntios, que viviam em uma sociedade extremamente pecaminosa e que precisavam entender de que forma poderiam se resguardar do pecado. As orientações permanecem atuais, de tal forma que podem ser aplicadas às nossas vidas.
I–O EXEMPLO DO POVO DE DEUS
O Ambiente dos Coríntios
A Carta de Paulo aos Coríntios traz diversas orientações acerca da vivência e dos problemas pelos quais os membros daquela igreja local estavam passando. É preciso lembrar que diversas situações pelas quais nossos irmãos passaram não estão distantes dos problemas que passamos hoje, ainda que em outras tonalidades.
Um Povo de Difícil Trato
Quando Paulo trata da tentação, escrevendo aos coríntios, ele começa lembrando aos leitores sobre os hebreus, que, no deserto, após a libertação do cativeiro egípcio, foram sustentados por Deus, mas o Eterno não se agradou deles. Eles foram idólatras, seguindo outros deuses.
Aproveitaram-se da idolatria e também se prostituíram. Tentaram a Deus no deserto também com suas murmurações, questionando a presença do Senhor entre eles, e tudo isso contribuiu para que eles trouxessem desgosto para Deus.
Da mesma forma que agradamos a Deus com nossas ações, também o desagradamos com nossa falta de fé, ingratidão e esquecimento das bênçãos que já recebemos dEle. Deus não deixou de amar os israelitas, mas por diversas vezes precisou exercer os seus juízos para que eles aprendessem como deveriam se comportar.
A Tentação É Humana
Paulo comenta que o povo bebeu de uma bebida espiritual de uma pedra espiritual, e essa pedra era Cristo. Ainda assim, eles foram tentados e pecaram contra Deus.
A tentação ocorre no coração e na mente de pessoas de carne e osso. Ela não acontece em objetos ou bens, mesmo que esses sejam usados para potencializar a tentação. Ela pode ser impulsionada pela própria pessoa ou motivada por Satanás, mas a sua prática sempre será humana.
Deus É Fiel
Mesmo falando que a tentação é humana, Paulo prossegue seu pensamento dizendo que Deus é fiel. A fidelidade do Eterno não varia de acordo com o tempo ou o espaço.
E, por ser fiel, Deus não nos deixa à própria sorte, para ser envolvidos pela tentação. Somos informados de que o escape do Senhor está ao nosso alcance.
Pode ser que o escape providencial de Deus se refira ao cristão ter consciência de que tem determinadas fraquezas e que precisa ser vigilante para com essas situações, ou mesmo se afastar de algumas pessoas e abandonar certos hábitos.
Como filhos e filhas de Deus, cabe a nós atender às orientações do Espírito a fim de não pecarmos contra o Eterno.
Em sua soberania e fidelidade, Ele nos orienta a:
a) fugir da idolatria (1 Co 10.7). A idolatria tenta preencher nossos corações ocupando um espaço que é reservado somente para Deus, e, para isso, é necessário abrigar outros deuses em nossos corações.
b) não nos prostituirmos (1 Co 10.8). A prostituição, como quaisquer outras práticas sexuais condenadas nas Escrituras, desvirtua a bênção que Deus planejou para a satisfação mútua entre um homem e uma mulher, além de ser uma representação da infidelidade de Israel para com Deus.
c) não tentarmos a Cristo (1 Co 10.9). Tentar a Cristo implica se colocar debaixo de um grave julgamento, como aconteceu com o povo, que, por estar angustiado, em vez de se humilhar e buscar ao Senhor, reclamou de Moisés e de Deus.
d) não dar lugar à murmuração (1 Co 10.11). Por mais que o ato de “murmurar” possa trazer a ideia de “falar baixo”, “entre os dentes”, é um ato que mostra o estado de espírito de uma pessoa que abriga em seu coração uma insatisfação, ira e até rebelião.
Devemos concluir que, por Deus ser fiel, por nos permitir chegar até Ele, e por nos conceder graça e ajuda quando necessário, o ato de ceder à tentação se torna ainda mais digno de julgamento, pois, apesar de Deus prover o escape, cabe a nós estar atentos para não desprezar os conselhos divinos e resistir à tentação.
Toda concessão da parte de Deus exige a devida retribuição humana.
II – O QUE DEUS PROVÊ PARA NOSSA VITÓRIA
Aprenda a Ser Guiado pelo Espírito
O Senhor Jesus foi guiado pelo Espírito em todo o seu ministério terreno e, ao concluir o seu sacrifício, ressuscitar e voltar para os céus, prometeu que não nos deixaria sós.
Ele enviou o seu Espírito Santo, o Consolador, aquEle que habita em nós. Por meio de sua presença, da comunhão que temos com Ele, podemos ser guiados pelo seu Espírito a cada dia, evitando situações que podem nos conduzir a tentações desnecessárias.
Habite em vós a Palavra de Deus
Deus proveu todas as informações de que precisamos em sua Palavra. Foi por ela que o Senhor venceu a Satanás, e por meio dela somos ensinados a ser guiados pelo Espírito, a nos sujeitarmos a Deus e a resistir a Satanás.
A Palavra de Deus habitou ricamente em Jesus e nos apóstolos, e hoje temos a revelação escriturística em sua integridade e completude para nos orientar. É a Palavra de Deus, viva em nós, que faz a diferença.
Lembre-se de que Jesus se utilizou da Palavra para confrontar Satanás e vencer cada tentação à qual foi exposto. O conhecimento e a prática da Palavra sempre fazem a diferença em nossas vidas.
Confie na Providência de Deus
Deus jamais deixou se ser o provedor das nossas necessidades. Satanás tenta iludir as pessoas para que se antecipem e tomem caminhos que demonstrem independência de Deus.
Jesus nos mostrou que Deus proveu alimentos, água e preservação para milhões de hebreus no deserto, e por quarenta anos, de tal forma que esse foi o exemplo da fidelidade de Deus no tocante àquilo que nos faz falta.
Podemos confiar que nossas necessidades serão supridas em glória por Cristo Jesus (Fp 4.19).
III – O ESCAPE
Não Subestime o Inimigo
Satanás não pode ser considerado um inimigo ineficaz. Ele foi derrotado na cruz, e todo o poder pertence ao Senhor Jesus. Ainda assim, o Tentador permanece em atividade, não querendo ser identificado em suas ações.
O apóstolo Pedro comenta: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8).
Ele se aproveita das nossas propensões, fraquezas, necessidades, e faz o possível para nos levar a pecar e ficar longe da presença de Deus.
O mesmo apóstolo Pedro fala, acerca de Satanás, que devemos resistir:
“ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” (1 Pe 5.9).
Cabe a nós resistir às suas investidas, nos sujeitando a Deus (Tg 4.7). Portanto, não subestime o Inimigo.
Evite Ficar Sozinho
Muitas tentações nos assaltam quando estamos sozinhos. Quando nos afastamos de pessoas que podem nos abençoar com a sua comunhão, com conselhos, ficamos à mercê de ser assaltados por maus pensamentos e a solidão pode se tornar um fator para a tentação.
Por isso a Palavra de Deus nos diz: “Busca seu próprio desejo aquele que se separa; ele insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Pv 18.1).
Não é correto um cristão se afastar da comunhão dos santos por qualquer tipo de desavença. Se essas existirem, devem ser sanadas. A comunhão entre os filhos de Deus jamais deve ser desprezada.
Naturalmente, é preciso que aprendamos a ficar sós, quando necessário, porém jamais buscar o afastamento de pessoas que podem nos abençoar com sua sabedoria e presença.
O próprio Senhor Jesus, por ocasião da proximidade de sua morte, buscou estar com seus discípulos, tanto na Ceia quanto no jardim.
Esteja Vigilante
A vigilância é essencial para que sejamos vitoriosos quando tentados.
Podemos ser pessoas dedicadas à oração, mas se não compreendermos o valor da vigilância, deixaremos a desejar na esfera espiritual, pois cederemos à tentação se orarmos muito e vigiarmos pouco. Orar e vigiar na mesma medida é necessário e saudável.
Por ocasião da última Ceia, quando Jesus foi ao jardim e sentiu a angústia da morte, viu seus discípulos dormindo.
Vigilância e oração precisam andar juntas, pois a carne, a parte de nós que tenta buscar satisfação naquilo que desagrada a Deus, sempre buscará ceder à tentação.
Também vale a observação de que precisamos ser confiantes em Deus, mas cautelosos com nós mesmos.
CONCLUSÃO
A tentação será algo com que os servos de Deus terão de conviver enquanto estiverem neste mundo caído.
Entretanto, temos um Deus que nos dá a graça necessária para resistir às tentações, e um Sumo Sacerdote que foi tentado em tudo, e não pecou.
Se permanecermos vigilantes, não deixando margem para que Satanás ache espaço em nossa mente e ações, e nos sujeitando à ação do Espírito, certamente teremos vitória sobre a tentação.
Em sua misericórdia, o Deus Eterno nos concedeu um Sumo Sacerdote que já passou por tentações em tudo, mas que nunca pecou:
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).
Por meio do seu sacerdócio perfeito, somos orientados: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.16).
Há graça em Deus para que possamos resistir a todas as tentações.
Que Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Para conhecer mais a respeito dos temas das lições, adquira o livro do trimestre: COELHO, Alexandre. O Perigo das Tentações: As Orientações da Palavra de Deus de Como Resistir e Ter uma Vida Vitoriosa. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
Fonte: https://www.escoladominical.com.br/2022/06/24/licao-13-deus-prove-o-escape/
Vídeo: https://youtu.be/nwehEmb3nwk