LIÇÃO Nº 13 – PERSEVERANDO NA FÉ EM CRISTO

INTRODUÇÃO

-Na conclusão do estudo de Apologética Cristã, analisaremos a necessidade de perseverança na fé em Cristo.

-Aquele que perseverar até o fim será salvo.

I – A FALSIDADE DOUTRINÁRIA ACOMPANHA O HOMEM DESDE O ÉDEN

-Na conclusão do estudo de Apologética Cristã, analisaremos a necessidade da perseverança na fé em Cristo. Somente se pode combater a mentira com a verdade e a verdade é a Palavra de Deus.

-A primeira coisa que devemos observar quando verificamos a questão das heresias e das falsas doutrinas em geral diz respeito à circunstância de que a falsidade doutrinária tem sua origem no jardim do Éden, ou seja, é uma das atividades mais antigas do inimigo das nossas almas que se valeu de uma “heresia” para levar o primeiro casal ao pecado.

-Com efeito, na sua atividade para “matar, roubar e destruir” (Jo.10:10), o adversário vale-se daquilo que lhe é próprio, ou seja, da mentira (Jo.8:44) e a mentira, como sabemos, é oposta à verdade, verdade que é, a um só tempo, a Palavra de Deus (Jo.17:17) e Jesus Cristo (Jo.14:6).

-Não é por outro motivo que Satanás sempre busca distorcer a Palavra do Senhor e, nesta distorção, atingir a pessoa de Cristo Jesus. Eis, portanto, a verdadeira origem de toda heresia e falso ensino através da história da humanidade.

-Sabemos que a Palavra de Deus é vida (Jo.6:68) e, portanto, quem deseja a morte do homem não pode se utilizar desta Palavra, mas, sim, encontrar um meio de ela não ser consumida pelo ser humano ou, então, de adulterá-la a tal ponto que, misturada com veneno, venha a causar morte ao invés de vida, a exemplo do que ocorreu com os filhos dos profetas no tempo do profeta Eliseu (II Rs.4:40).

-É, precisamente, o que faz o nosso adversário: ou apresenta um alimento espiritual falsificado, que não alimenta o homem ou, então, insere morte na Palavra de vida, adulterando-a de tal maneira que leve o homem à perdição.

-Assim fez já com o primeiro casal, quando alterou completamente o dito divino, insinuando que Deus havia proibido o homem de tomar de qualquer fruto do jardim (Gn.3:1), tendo, depois, lançado descrédito sobre o dito do Senhor (Gn.3:4,5).

-Entretanto, e isto é extremamente relevante para o nosso propósito nesta lição, somente teve espaço para a sua ação porque a mulher, distraída, não havia atentado corretamente para a Palavra do Senhor, tanto que não reproduziu com fidelidade aquilo que havia sido ordenado (Gn.3:3).

-Desde o início, portanto, verificamos que o inimigo tem se utilizado da sua sutileza para enganar os incautos, aqueles que não conhecem a Palavra de Deus, aproveitando-se da ignorância e da displicência no seu aprendizado para lhes enganar através da persuasão e das armadilhas lançadas, muitas vezes sob uma roupagem bíblica, como tivemos ocasião de observar durante todo este trimestre.

-A partir do Éden, vemos que sempre o adversário tem iludido o ser humano com falsas doutrinas e falsas religiões.

-Paulo, na carta aos romanos, mostra claramente que toda a corrupção generalizada das nações teve início com uma falsidade doutrinária, que fez com que o homem deixasse de adorar a Deus para servir a ídolos (Rm.1:21-23), sendo certo que, mesmo no meio de Israel, levantaram-se aqueles que, a pretexto de serem profetas, tinham por intento, como verdadeiros instrumentos do diabo, desviarem o povo da adoração ao Deus verdadeiro (Dt.13:1-3).

-Aliás, para o povo que havia escolhido como Seu reino sacerdotal e propriedade peculiar dentre todos os povos (Ex.19:5,6), o Senhor revelou algo que é importantíssimo para a Igreja, o Seu povo desta dispensação, no que concerne à falsidade doutrinária.

-A falsidade deve ser descoberta à luz da verdade, ou seja, o critério para se discernir se uma doutrina é falsa ou não, não é o critério do “sinal”, do “prodígio”, da “maravilha”, da “aparência”, mas, sim, o critério da “verdade”, ou seja, o julgamento do ensino à luz do que dizem as Escrituras, que são a verdade (Jo.17:17).

-Moisés foi claríssimo ao mostrar ao povo de Israel que surgiriam profetas que fariam sinais e prodígios, demonstrando grande poder sobrenatural, mas que, depois disto, diriam ao povo que abandonassem a Deus e Seus preceitos.

-Entretanto, tais conselhos deveriam ser rejeitados, pois nenhum sinal ou maravilha poderia suplantar o que havia sido revelado por Deus através da Sua Palavra.

Observemos que o povo israelita era inclinado aos sinais (I Co.1:22) e que um ensino desta natureza se estava dando em pleno deserto, onde a população vivia, basicamente, em virtude dos sinais miraculosos feitos pelo Senhor ao longo daquela jornada, mas, mesmo para estes, Deus adverte que não se deveriam prender pelos sinais, mas, sim, pela Palavra de Deus.

-Como pudemos perceber ao longo deste trimestre, não tem sido diferente nos nossos dias. Se bem verificarmos todas as heresias e modismos analisados, todos aparecem de “sinais”, “prodígios”, “revelações”, “visões”, mas nenhuma está baseada na Palavra do Senhor.

-Não podemos nos prender a estas circunstâncias e aparências, mas tão somente às Escrituras, pois é ela o nosso único critério de julgamento para apreciação das manifestações que se apresentam a nós.

-Jesus, quando tentado no deserto pelo diabo, bem nos ensinou a lição: sempre respondeu ao tentador com a Palavra de Deus, nada mais dizendo além das Escrituras.

“Está escrito” era a fórmula como respondia às ardilosas afirmações satânicas, de modo que não temos como proceder senão como fez Jesus, que é o nosso exemplo (Jo.13:15; I Pe.2:21), a saber: tudo julgar conforme a Palavra do Senhor, para que não venhamos a ser enganados.

II –O CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS COMO MEIO DE NÃO SERMOS ENGANADOS PELAS HERESIAS

-O exemplo a ser seguido de Jesus remete-nos, inevitavelmente, à necessidade de conhecermos a Palavra de Deus.

-Jesus pôde enfrentar o diabo com as Escrituras porque as conhecia, e não apenas como Deus, e, portanto, autor delas, mas, também, como homem pois, como tal, cresceu em sabedoria e graça ´para com Deus e os homens (Lc.2:52), o que nos leva à passagem bíblica de Hb.2:3-4, que, pela sua absoluta oportunidade, aqui reproduzimos:

“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram, testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por Sua vontade?”.

-Para que haja o escape (e a palavra grega aqui é “ekféugo” – εκφεύγω – cujo significado é, além de fugir, “buscar segurança indo para dentro de um determinado lugar”), o escritor aos hebreus é bem claro em afirmar que se torna indispensável “atentar para uma tão grande salvação anunciada pelo Senhor e depois confirmada pelos ouvintes e por Deus através de sinais e maravilhas”.

-Ora, o que foi anunciado pelo Senhor? A própria Bíblia diz-nos: o evangelho (Mc.1:14,15). E o que era o evangelho?

A Palavra de Deus, a boa nova de que se cumpriram as Escrituras a respeito da salvação do homem (I Pe.1:25), esta palavra que foi confirmada por sinais e maravilhas pelo Senhor ao longo da evangelização efetuada pela igreja primitiva (Mc.16:20).

-Não há, pois, outro meio pelo qual devamos escapar a não ser “prestando atenção” na salvação, isto é, “prestando atenção” na Palavra de Deus, na verdade, através da qual nos santificamos e nos mantemos santos e separados do pecado, em comunhão com o Senhor a fim de que sejamos arrebatados por Ele no dia da Sua vinda (I Ts.1:9,10; Hb.12:14).

-O escape das falsas doutrinas, notadamente nestes últimos dias, somente se dará se estivermos atentando para a salvação, ou seja, se estivermos atentos, prestando atenção ao que diz a Palavra de Deus, pois é dela que vem a própria fé salvadora (Rm.10:17). Sem que conheçamos a Palavra do Senhor, jamais teremos condição de escaparmos das astutas ciladas do diabo (Ef.6:11).

-Não há outra forma de nos livrarmos dos falsos profetas, cristos ou mestres deste mundo a não ser através do conhecimento da Palavra de Deus. É este conhecimento que nos permite a libertação do mal e do pecado (Jo.8:32).

-Sem a Palavra de Deus, não há como nos libertamos do jugo do pecado, pois só a verdade é capaz de nos livrar do domínio do pecado, já que temos uma natureza pecaminosa que nos leva inevitavelmente ao pecado quando atingimos a consciência de nossos atos.

Só Jesus pôde, ao atingir a consciência, rejeitar o mal e escolher o bem (Is.7:15) e, por isso, por ter vencido o mundo, pode fazer com que, pela nossa fé n’Ele, sejamos tão vitoriosos quanto Ele o foi (Jo.16:33).

-Entretanto, para que sejamos vitoriosos, impõe-se que tenhamos “bom ânimo”, ou seja, que, após termos ouvido a Palavra do Senhor e, por ela, alcançado a salvação, não podemos desanimar, ou seja, não podemos perder a disposição, o ímpeto, o impulso inicial que tivemos ao nos convertermos a Cristo.

-Ora, para ter “bom ânimo” é preciso “atentarmos” para a salvação, ou seja, para escaparmos das heresias, é necessário que não sejamos descuidados com a Palavra de Deus.

-A expressão “não atentar”, no original grego, é “ameléu” (αμελέω), que significa “descuidar”, “não cumprir”, “negligenciar”, sendo a mesma palavra que é utilizada na parábola das bodas para descrever a atitude dos convidados que desprezaram o convite do rei para o casamento de seu filho (Mt.22:5).

-O escape da falsidade doutrinária dos últimos dias somente se dará se o salvo não for descuidado no seu relacionamento com a Palavra de Deus, se não deixar a Palavra de Deus para um segundo plano na sua vida, se tiver como objetivo principal de sua vida o cumprimento da Palavra.

-Mas, para que possamos cumprir a Palavra de Deus, é necessário que saibamos o que ela nos diz, pois somente poderemos ser cuidadosos com a sua prática se a estivermos examinando (Jo.5:39).

-Não há outro meio de escaparmos das heresias, muitas vezes infiltrados no nosso meio, na nossa igreja local, a não ser através do conhecimento da Palavra de Deus e não um conhecimento superficial, um conhecimento inicial, que é fundamental para o nosso novo nascimento, mas que é insuficiente para o nosso crescimento espiritual e para a nossa perseverança.

-Como nos mostra claramente Jesus na parábola do semeador, somente um crescimento espiritual contínuo e profundo permite nos levar à indispensável frutificação espiritual e à maturidade que nos permitirá ser arrebatado pelo Senhor naquele dia (Mt.13:18-23).

-Sem um conhecimento contínuo e profundo da Bíblia Sagrada, conhecimento que não é meramente intelectual, mas prático, pois de nada adianta sermos conhecedores intelectuais do que está escrito se não o pusermos em prática (Mt.7:24-27; Tg.1:22-25), não teremos qualquer condição de escapar da ideologia mundana que nos cerca.

-A falta de conhecimento destrói o povo (Os.4:6), ou seja, o inimigo de nossas almas triunfa na luta contra aqueles que, tendo pertencido ao povo do Senhor, acaba estacionando no conhecimento da Palavra, não cresce espiritualmente.

-Na parábola do semeador, isto fica bem claro. Os terrenos onde não houve condição de a semente, que é a Palavra de Deus, crescer e se desenvolver, a planta, embora tenha nascido, acabou por morrer, sem dar fruto.

-Tais terrenos, quais sejam, os pedregais e os espinhos, representam as pessoas que, embora tenham crido em Cristo e alcançado a salvação, não conseguiram escapar dos falsos ensinos, vindo a morrer espiritualmente uma vez mais, precisamente porque não deram lugar, em suas vidas, ao conhecimento da Palavra, o que é indispensável para o crescimento e maturidade espirituais.

-Aquele que foi um pedregal para a semente é aquele que teve um conhecimento meramente superficial da Palavra do Senhor. Como diz Jesus na parábola, “não tem raiz em si mesmo” (Mt.13:21).

-São as pessoas que, tendo conhecido a Cristo e crido no Seu evangelho, não se aprofundam no conhecimento das Escrituras, não meditam na lei do Senhor de dia e de noite, como era necessário para que alcançassem a bem-aventurança (Sl.1:1,2).

Por causa disto, quando advém a perseguição por causa da palavra, a angústia, logo se ofende e morre. O sol queima e a planta se seca, porque não tinha raiz.

-O salvo autêntico e verdadeiro tem de ter raiz, tem de ter base na Palavra de Deus. Como diz o Senhor, só quem ouve e pratica as Suas palavras pode vencer as dificuldades, as provações da vida, os obstáculos que surgem na vida de cada um.

-Quem constrói a sua casa sobre a rocha, os ventos, as tempestades e os rios não são capazes de destruir a edificação (Mt.7:24,25). Construir a casa sobre a rocha é crescer na Palavra de Deus, pois a rocha aí é símbolo de Cristo, que é a Palavra (Jo.1:1).

-Pela botânica, sabemos que a raiz é a parte do vegetal superior mais importante, porque é a que dá a sustentação para o crescimento do vegetal e através da qual se vem a alimentação necessária para a sobrevivência.

-Uma planta que não tenha uma raiz suficiente, como Jesus disse na parábola do semeador, não resiste, morre. Uma planta cuja raiz não tenha condições de continuar crescendo, levará à morte do vegetal, porque, mais cedo ou mais tarde, a planta será deslocada e, sem estar presa ao solo, acabará por morrer, por maior ou mais antiga que seja.

-Aliás, certa vez, vimos uma reportagem a respeito da quantidade de árvores antigas que estavam caindo no Rio de Janeiro, precisamente por causa das instalações de cabos, dutos e tubulações subterrâneas naquela cidade que comprometem a persistência do crescimento das raízes destas árvores, que passam a cair com muita frequência, por qualquer abalo mais forte, como chuvas ou ventanias.

-Lamentavelmente, muitos são os crentes que estão passando por esta mesma situação. Vivem apenas de ouvir a Palavra de Deus em cultos de domingo à noite, normalmente voltados para os pecadores incrédulos, recheados de mensagens relativas à necessidade da salvação, mensagem que já foi ouvida e aceita pelo crente descuidado, que nem sequer tem conhecimento daquilo que o escritor aos hebreus considerava como sendo os rudimentos mínimos doutrinários, a saber:

o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, a doutrina dos batismos e da imposição das mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno (Hb.6:1,2).

-Fora estas mensagens (e a que é proferida na ceia do Senhor, quando se a frequenta), estes crentes não têm mais contacto algum com a Palavra de Deus, pois não leem a Bíblia diariamente, nem tampouco meditam nas coisas do Senhor.

-Preenchem seu tempo com as coisas desta vida. São crentes que não têm raiz e que, por isso, serão facilmente enganados pelo adversário quando vierem as primeiras dificuldades. Não é por acaso que o amor de muitos tem esfriado e que muitos têm apostatado da fé.

-Mas não é só! Como se não bastasse este estado lamentável, há, ainda, a circunstância de a Palavra de Deus estar desaparecendo até mesmo nas reuniões de adoração das igrejas locais.

-O “crescimento” da igreja tem ocasionado a formação de inúmeros grupos de louvor, sem falarmos nas dezenas e dezenas de “cantores”, profissionais ou não, que se acotovelam nas igrejas para “ter uma oportunidade”.

-O resultado disto é que o tempo para as pregações e mensagens tem diminuído sensivelmente. Os crentes “domingueiros”, então, nem sequer chegam a ouvir a não ser alguma saudação ou uma breve mensagem, o que contribui imensamente para que se aumenta, cada vez mais, o “raquitismo espiritual” de milhares, quiçá milhões de pessoas.

-Num quadro desta natureza, não se pode esperar senão o fracasso espiritual de muitos, inclusive de “árvores grandes e antigas” que, por não estarem mais crescendo, também correm o risco de cair, como as árvores da Cidade Maravilhosa.

-Não ter raiz é o primeiro ponto para que não se consiga escapar dos “males ideológicos” destes últimos dias e tem sido a principal arma utilizada pelo inimigo para levar multidões para a perdição, multidões que são retiradas de dentro do rebanho do Senhor.

-Jesus prometeu que quem estiver na Sua mão, de maneira alguma será de lá arrebatado (Jo.10:28,29), mas, perguntamos, quem está nas mãos do Senhor? O próprio Salvador responde: “as Minhas ovelhas”.

-Quem são as ovelhas de Jesus? Aqueles que “ouvem a Minha voz, e Eu as conheço, e elas Me seguem” (Jo.10:27). Para que tenhamos a segurança da proteção de Cristo, faz-se necessário que saibamos qual é a voz de Cristo, que conheçamos a Cristo (Jo.10:14).

-Ora, só saberemos qual é a voz de Cristo, só conheceremos a Cristo, se conhecermos a Sua Palavra, se ouvirmos a Sua Palavra. Sem ter conhecimento da Palavra de Deus, jamais teremos o escape dos “males ideológicos” destes últimos dias.

-A própria Bíblia, quando fala do servo fiel, do homem bem-aventurado, ou seja, do homem mais do que feliz, que assim o é por ter comunhão com Deus, sempre o compara a árvores que têm raízes profundas, a indicar, portanto, ser indispensável que se tenha o conhecimento crescente, contínuo e profundo da Palavra de Deus para se ter uma vida espiritual sadia.

-Em Nm.24:6, numa das profecias de Balaão, Israel, o povo santo do Senhor, é comparado como “árvores de sândalo que o Senhor plantou, como cedros junto às águas” (ECA).

Tanto o sândalo, quanto o cedro têm raízes profundas e muito eficientes. Os cedros são ditos junto às águas, ou seja, possuem raízes que vão diretamente à fonte de água, a permitir um crescimento duradouro e bem grande.

-Além do mais, pela sua altura (o cedro do Líbano tem entre 13 a 20 metros de altura), o cedro, necessariamente, tem de ter raízes bem profundas.

Assim deve ser o crente: uma pessoa com raízes profundas, ou seja, que se esmera no estudo e no conhecimento da Palavra de Deus, conhecimento que lhe permita levar até as águas vivas oferecidas por Cristo Jesus (cf. Jo.4:10,11).

-No Salmo 1, temos uma das mais conhecidas referências dos salvos a árvores. O salmista diz que o varão bem-aventurado é como a árvore plantada junto ao ribeiro de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria (Sl.1:3).

-Quem é este varão, que, por ser uma árvore planta junto a ribeiro de águas, tem a mesma estrutura do cedro mencionado na profecia de Balaão? É o varão que tem seu prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite (Sl.1:2).

Ser uma árvore plantada junto a ribeiro de águas, com fortes e profundas raízes que asseguram um crescimento contínuo e uma saúde tal que faz com que frutifique e frutifique no tempo certo é tão somente ter conhecimento da Palavra de Deus, é meditar noite e dia, dia e noite na Palavra do Senhor. Quer ser uma árvore desta natureza? Quer ter firmeza e saúde espiritual? Basta dedicar-se à meditação na Palavra de Deus diariamente!

-Infelizmente, são muitos os crentes que estão se dedicando a tantas coisas (alguns até estão a fazer “técnicas de relaxamento”, “aulas de meditação” e tantas outras coisas), mas se esquecem completamente de meditar na Palavra de Deus.

-O inimigo tem conseguido fazer-lhes um pedregal, que não resistirá às tormentas da vida, às dificuldades da jornada.

Precisamos nos tornar árvores plantadas junto a ribeiro de águas o quanto antes! As lutas não têm fim, as dificuldades só tendem a aumentar e se quisermos nos manter de pé, é indispensável que desenvolvamos nossa raiz.

-No Sl.52:8, o salvo é comparado a uma “oliveira que floresce na casa de Deus” (ECA). A oliveira é uma árvore que tem cerca de 7 metros de altura, o que mostra ser também uma planta onde as raízes têm de ser profundas.

Embora seu desenvolvimento seja lento, suas raízes são tão fortes que, mesmo havendo o seu corte, as raízes são capazes de produzir até cinco troncos sucessivamente, não sendo difícil que oliveiras sejam mantidas por séculos se não forem perturbadas.

-Temos, pois, mais uma árvore que se caracteriza pela profundidade e pela força de suas raízes. O fruto da oliveira, a azeitona, dá-nos o azeite, que é um dos símbolos do Espírito Santo.

O vigor das raízes da oliveira mostra-nos, assim, que uma vida de dedicação à Palavra de Deus produz uma ação vigorosa do Espírito Santo para todos os que nos cercam.

-Não é à toa que a oliveira era, desde a mais remota Antiguidade, um símbolo da amizade e da paz. Para que floresçamos na casa do Senhor, é indispensável que tenhamos raízes profundas, que conheçamos a Palavra de Deus.

-No Sl.92:12-15, é dito que “o justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano, plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes, proclamando: o Senhor é reto, Ele é a minha rocha e n’Ele não há impiedade” (ECA).

-Ao comparar o justo à palmeira, vemos que se tem uma árvore alta, esguia, sem ramos, com um tufo de folhas de 2 a 3 metros de comprimento a coroá-la.

Embora não seja tão alta como o cedro, a palmeira também possui raízes profundas e firmes, vez que, normalmente, seu tronco é flexível, resistente a ventanias, principalmente as espécies que surgem à beira-mar.

-A profundidade e firmeza das raízes uma vez mais se apresenta como característica do servo de Deus. Nesta passagem, o salmista ressalta a circunstância da perenidade.

Quem está firmado na Palavra, nem mesmo o desgaste da idade física compromete a qualidade do seu fruto espiritual. Pelo contrário, este justo sabe que está firmado na Palavra, que tem sua base na rocha que é o seu Deus e que, quando se vive a Palavra de Deus, é-se consciente de que não se pode pecar, pois Deus não tem qualquer impiedade.

-O profeta Isaías diz que as pessoas alcançadas pela mensagem do Messias seriam chamadas de “árvores de justiça”, “plantação do Senhor, para que Ele seja glorificado” (Is.61:3”in fine”).

Quem aceita a Cristo tem de ser “árvore de justiça” e para que assim o sejamos, faz-se preciso que sejamos “plantados pelo Senhor” e com o propósito de glorificá-l’O.

-Ora, onde o Senhor nos planta? Já vimos no estudo destas referências bíblicas que o Senhor nos planta “junto às águas”, ou seja, em Cristo, na fonte de água viva, na rocha, na Palavra de Deus, pois, como sabemos, a água representa a Palavra do Senhor (I Co.10:4; Ef.5:26).

É este o lugar em que somos plantados e não poderia ser diferente, pois, para sermos “árvores de justiça”, temos de estar junto ao “justo” (I Pe.3:18) e é conhecendo a Palavra que a praticaremos e quem a pratica é justo, assim como Ele é justo (I Jo.3:7).

-O profeta Jeremias torna a dizer que o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor é “como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro. Não receia quando vem o calor, suas folhas são sempre verdes.

No ano da sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jr.17:8). Mais uma vez vemos que o salvo em Cristo Jesus cresce espiritualmente em direção ao ribeiro, ou seja, em direção à água, em direção à Palavra de Deus.

-O genuíno crescimento espiritual é feito na Palavra do Senhor, sendo, pois, totalmente sem respaldo bíblico a tentativa de se construir uma espiritualidade à margem da Palavra de Deus, com base em “revelações”, “novas unções”, “dons espirituais” ou misticismos da mais ampla variedade, como vemos nos nossos dias.

-O verdadeiro salvo cresce “para o ribeiro” e, ao crescer na Palavra, no conhecimento das Escrituras, esta Palavra vai sendo confirmada com a manifestação do poder do Senhor, com sinais, maravilhas e dons espirituais (Hb.2:3).

-O profeta Ezequiel, na sua visão do rio purificador, o rio que correrá em torno do templo do Milênio, observou que, ao lado deste rio, havia árvores tanto de um lado quanto de outro, árvores que estavam à margem do rio.

-Esta visão, além do seu sentido literal, também nos traz uma figura do que é a comunidade que se encontra sob o domínio do Senhor, como será Israel na época milenial. A igreja da nossa dispensação, o Israel de Deus (Gl.6:16) é formado unicamente por árvores que se encontram junto às águas, por pessoas que dão prioridade à Palavra do Senhor, que nela meditam e que a cumprem dia e noite, noite e dia.

-O profeta Oseias, ao profetizar sobre a restauração espiritual de Israel, afirmou que Israel “florescerá como o lírio e espalhará as suas raízes como o cedro do Líbano.

Estender-se-ão os seus ramos, e a sua glória será como a da oliveira, o seu odor como um cedro do Líbano. Voltarão a habitar na sua sombra. Serão vivificados como o trigo e florescerão como a vide, a sua memória será como o vinho do Líbano” (Os.14:6,7 ECA).

Aqui também se vê como o povo salvo é sempre um povo que tem raízes que se espalham, raízes que crescem e se desenvolvem.

-Ante tantas manifestações bíblicas, podemos ainda ter alguma dúvida a respeito da necessidade de termos um crescimento espiritual firmado na Palavra de Deus?

Podemos nos manter acomodados com a negligência que temos tido e assistido com relação ao ensino da Palavra de Deus em nossas igrejas locais na atualidade? A única forma de escaparmos das heresias destes últimos dias é voltando à Palavra de Deus, é deitando raízes na meditação das Sagradas Escrituras.

-O conhecimento da Palavra do Senhor é uma necessidade e tem de ser contínuo. Como afirma, ainda, o profeta Oseias, é preciso que “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os.6:3 “in initio”).

-Quando assim fizermos, diz o profeta, “tão certo como nasce o sol, Ele aparecerá, virá para nós como as chuvas do inverno, como as chuvas da primavera que regam a terra” (Os.6:3b NVI).

-Somente diante de um esforço de aprendizado contínuo da Palavra, de meditação diuturna na Palavra do Senhor teremos condição de estender nossas raízes até o ribeiro e de recebermos o necessário vigor para o prosseguimento da jornada até aquele dia.

O Senhor será como chuva, como fonte de vida para as nossas vidas, para “a nossa árvore”, única e exclusivamente se nos dedicarmos ao estudo e meditação da Sua Palavra.

-Mas, não são apenas os pedregais que se apresentam como crentes fracassados. Na parábola do semeador, Jesus também relata que há os espinhos, ou seja, aqueles que até iniciam o estudo da Palavra, que até começam a meditar na Palavra de Deus, gerando alguma raiz, mas uma raiz que não é suficiente para que a planta cresça além dos espinhos.

-Daqui a pouco, a pessoa, então dedicada ao aprofundamento no estudo da Palavra, até então um assíduo frequentador de reuniões de ensino (cultos de doutrina, Escola Bíblica Dominical, reuniões de obreiros, palestras etc.), passa a dar prioridade para outras coisas.

As atividades seculares tomam o tempo da dedicação à Palavra e, então, como nos ensina o Senhor, “os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra e fica infrutífera” (Mt.13:22b).

-São muitos os que trocaram a Palavra de Deus pelas coisas desta vida e pelo amor do dinheiro, desviando-se da fé (I Tm.6:10). São pessoas que amaram o mundo e, por isso, abandonam a Cristo e aos Seus fiéis seguidores (II Tm.4:10; Hb.10:25a; I Jo.2:19).

Mas por que isto ocorreu? Porque deixaram de crescer na Palavra. As raízes pararam de crescer e a planta não teve como superar os espinhos.

-Os mercenários da fé estão neste grupo. Preferem deixar a Palavra e partir para a adoração ao vil metal e, por isso, abraçam ou criam heresias de perdição, levando muitos consigo para a sentença divina que será lançada sobre eles (II Pe.2:1-3).

-Precisamos ter muito cuidado, pois, hoje em dia, já se tornou praxe a mercantilização em nossas igrejas locais. Cobra-se para pregar, cobra-se para louvar, cobra-se para orar pelos enfermos. Larguemos tudo isso, passemos a nos basear na Palavra de Deus e nela cresçamos.

-Mas muitos não querem mais saber da Palavra, pois ela nos revela que o que de graça recebemos, de graça devemos dar (Mt.10:8 “in fine”), que a avareza é idolatria (Cl.3:5). Por isso, criam para si doutores conforme as suas próprias concupiscências (II Tm.4:3), doutores que transformam a ganância em “fé” e justificam toda

a sua cobiça. Voltemos à palavra e pensemos nas coisas que são de cima e não nas que são deste mundo (Cl.3:2).

-Quantos males surgem por causa da falta do conhecimento da Palavra de Deus. É esta a arma principal do adversário nos nossos dias, mas ainda é tempo, a porta da graça não se fechou. Por isso, levantemo-nos e retornemos à meditação diuturna da Palavra do Senhor.

III – O DISCERNIMENTO ESPIRITUAL COMO MEIO PARA NÃO SERMOS ENGANADOS PELAS HERESIAS

-Imprescindível é conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor (Os.6:3), ou seja, sem que tenhamos uma prática constante de aprofundamento na Palavra de Deus, não haverá como crescermos espiritualmente.

-No entanto, não basta apenas o conhecimento da palavra, mas, bem ao contrário, torna-se também necessário que o crente, além do conhecimento das Escrituras, tenha também o discernimento espiritual.

-O servo de Deus, o homem espiritual, como já afirmamos supra, tem o Espírito de Deus (Rm.8:9). É o Espírito Santo que habita em nós que nos dá a consciência e a convicção de que somos filhos de Deus (Rm.8:16).

Quando aceitamos a Cristo, recebemos o Espírito e, por isso, somos vivificados em Cristo (I Co.15:22), uma vez que, com o perdão dos nossos pecados, nosso espírito passa, novamente, a ter comunhão com o Senhor, sendo o elo de ligação que nos faz adorar a Deus e a fazer a Sua vontade.

-Este homem espiritual, por ter o Espírito Santo, recebe a revelação das coisas de Deus (I Co.2:11). Ao aceitar a Cristo, o homem deixa as trevas e vem para a luz e, assim, tudo pode ver, tudo pode enxergar. Quando se nasce de novo, passa-se a ver o reino de Deus (Jo.3:3), deixa-se a cegueira espiritual, própria daqueles que viviam sob o domínio do pecado (II Co.4:4), para se enxergar a glória de Deus (Jo.11:40). Jesus veio dar visão aos cegos espirituais (Jo.9:39).

-Esta visão espiritual que o homem que aceita a Cristo recebe é o primeiro passo do que se chama de “discernimento espiritual”. Por isso, o apóstolo Paulo afirma que “o que é espiritual discerne bem tudo e ele de ninguém é discernido” (I Co.2:15).

Jesus, um dia, alegrou-Se espiritualmente ao revelar esta verdade espiritual: “Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos” (Mt.11:25b).

-Discernimento, diz o lexicógrafo (i.e., o que escreve dicionários), é “capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado”.

Quando o homem aceita a Cristo, ele passa a ter a direção do Espírito Santo, que vem nele habitar e, a partir de então, sabe bem diferençar o que é certo e o que é errado, o que agrada a Deus do que não agrada a Deus. Esta capacidade de separação é complemento do conhecimento da Palavra, é o resultado de uma vida de comunhão e de intimidade com o Espírito Santo.

-O homem espiritual tem a capacidade de discernir o que é certo e o que é errado, de avaliar as situações e verificar, em cada caso, o que deve fazer para continuar sua vida de obediência a Deus e de glorificação do Seu nome. Todo crente, portanto, tem este discernimento espiritual.

-Ao mesmo tempo, entretanto, que o homem espiritual passa a compreender as coisas sob o ponto-de-vista espiritual, ele passa a ser incompreendido pelos demais homens, ditos “homens naturais”.

-Com efeito, como a Bíblia nos mostra, ele tudo discerne, mas ele de ninguém é discernido. Não devemos, pois, nos surpreender com o espanto causado junto aos incrédulos pelo nosso testemunho.

Para eles, nosso comportamento, guiado pelo Espírito de Deus, parece loucura, é algo incompreensível e, realmente, eles não podem compreender o que se passa, porque são cegos espirituais, não conseguem ver a luz do evangelho de Cristo e, por isso, não podem compreender a realidade das coisas.

-O crente vê o invisível (Hb.11:27), não anda por vista, mas por fé (II Co.5:7) e, desta maneira, não se guia pela lógica, pelo raciocínio humano, mas, sim, pela orientação divina. Isto faz com que as pessoas não possam, mesmo, compreender os passos do servo do Senhor, passos que, entretanto, como diz o salmista, são confirmados pelo Senhor (Sl.37:23).

-Como entender a construção de uma arca, como fez Noé, num mundo onde nunca havia chovido? Como compreender que Moisés mande o povo marchar em direção a um mar?

Como raciocinar que um pequeno pastor de ovelhas vá à luta contra um guerreiro gigantesco levando apenas uma funda e seis pedrinhas? Não dá para entender, mas o homem espiritual discerne as coisas de um outro ponto-de-vista, de um critério muito mais sublime que a lógica humana, porque tem discernimento espiritual.

-É fundamental, pois, nestes dias trabalhosos em que vivemos, que saibamos distinguir entre o que é certo e o que é errado, distinção esta que só se fará mediante a ação do Espírito Santo e o conhecimento da Palavra.

-É essencial que tenhamos comunhão com o Senhor e que ouçamos a Sua voz, a fim de bem nos portarmos neste mundo, embora isto nos leve a uma cada vez maior incompreensão por parte daqueles que não têm Cristo como seu Senhor e Salvador.

-Mas, além do discernimento espiritual que é próprio e comum de todo homem espiritual, ensina-nos a Bíblia que há, também, um dom espiritual, o dom de discernimento dos espíritos (I Co.12:10).

-Este dom espiritual não é comum a todos os crentes, mas é um dos dons de ciência, revelação ou de conhecimento que o Espírito Santo concede a alguns crentes, para benefício de toda a igreja, com o objeto de demonstração do poder do Senhor no sustento de cada crente até aquele grande dia.

-O dom de discernimento dos espíritos é “…uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (…).

No fim dos tempos, quando os falsos mestres (…) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito (…), esse dom espiritual será extremamente importante para a igreja.…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Dons espirituais para o crente (estudo), p.1757).

-O dom de discernimento dos espíritos, pelo que se verifica, portanto, é a capacidade especial que o Espírito Santo dá a alguns crentes para que julguem as manifestações espirituais que ocorrem dentro das igrejas locais, de modo a atestar se são provenientes de Deus, ou não, bem como quem identifica os falsos mestres e seus falsos ensinamentos que se infiltram, cada vez mais, encobertamente no meio do povo de Deus.

-Nos dias de tanto engano e de tanta atuação do “espírito do anticristo”, torna-se absolutamente necessário que este dom esteja na igreja para auxílio dos crentes em geral.

Se é verdade que cada salvo tem discernimento espiritual, também não é menos verdadeiro que a sutileza do nosso inimigo, a “mais astuta de todas as alimárias da terra” (Gn.3:1), é tal que não podemos ignorar os seus ardis (II Co.2:11).

-Sabendo, pois, de nossa vulnerabilidade, o Senhor quis dotar a igreja do dom de discernimento dos espíritos, para que alguns vasos por Ele escolhidos sejam usados para mostrar a toda a comunidade a procedência autêntica, ou não, de manifestações espirituais.

Este dom é extremamente necessário neste último tempo e, lamentavelmente, ante a frieza espiritual de muitos, sua falta tem contribuído enormemente para a apostasia da fé de muitos.

-Vivemos um período em que muitos querem ver sinais e maravilhas, em que o misticismo tem tomado conta de muitos ambientes, até porque o mundo pós-moderno é o mundo que busca reviver uma “religiosidade”, uma “espiritualidade”, depois do fracasso das alternativas materialistas e racionalistas que caracterizaram a Modernidade.

Se os crentes adotarem esta estratégia, como muitos já o têm feito, correrão o risco de serem enganados e de se associarem às práticas mundanas, pensando estar agradando ou adorando a Deus.

-Mais do que nunca, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio.

Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos, mas não o eram (Ap.2:2). Mas, para tanto, é necessário que os servos do Senhor busquem a presença de Deus, já que os dons espirituais são dados apenas àqueles que já são batizados com o Espírito Santo.

OBS: “…O terceiro dom [discernimento dos espíritos, observação nossa] (…) é, em nossa experiência de vinte anos de ministério carismático, o mais ignorado e esta falha é grandemente sentida. Discernir espíritos pela revelação do Espírito Santo faz-se mister em TODOS os aspectos da obra de Deus(…).

Quantos problemas seriam evitados na igreja se funcionasse, correta e biblicamente, o dom do discernimento dos espíritos.

A desonestidade do espírito humano, que leva comunidades inteiras a escândalos e desgraças, poderia ser evitada por alguém que tratasse desse espírito revelando por discernimento o problema antes de se agravar. Quantas vidas já se perderam por falta desse dom…” (McALISTER, Robert. Os dons do Espírito Santo, p.21-2).

-Vivemos tempo em que os poucos crentes dedicados se contentam com o batismo com o Espírito Santo e, uma vez revestidos de poder, não continuam a busca dos dons espirituais.

-Isto tem trazido enorme prejuízo à igreja, pois os dons espirituais são necessários para o crescimento espiritual de todos os crentes.

Não é o portador do dom que se beneficia com ele, mas antes, o portador é apenas um instrumento para o aprimoramento espiritual de toda a igreja.

Precisamos de portadores do dom de discernimento dos espíritos e, por isso, busquemos este dom, a fim de que todos nós tenhamos mais uma ferramenta deixada à disposição do Senhor para não nos deixarmos ser enganados pelo inimigo.

-Busquemos, pois, o dom do discernimento dos espíritos, pois, conquanto seja o Espírito quem distribui os dons conforme o Seu querer (I Co.12:11), Ele necessita de pessoas bem dispostas para que efetue a Sua obra (Lc.1:17 “in fine”).

-Se todos nos pusermos à disposição do Senhor, certamente escolherá alguns para que todos nós sejamos ricamente abençoados e evitemos ser tragados pelo engano destes dias difíceis em que vivemos.

-Conhecendo a Palavra, tendo o discernimento do homem espiritual e sendo complementados pela manifestação do dom do discernimento dos espíritos, certamente saberemos descobrir todas as ciladas do inimigo ao longo do caminho e, a exemplo de Esdras e daquele povo que o seguia, chegaremos sãos e salvos a Jerusalém (Ed.8:31,32), não a Jerusalém terrena, mas a celestial, “adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap.21:2 “in fine”).

 Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/11330-licao-13-perseverando-na-fe-em-cristo-i

Glória a Deus!!!!!!!