LIÇÃO Nº 3 – A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

INTRODUÇÃO

– Na sequência do estudo deste trimestre sobre Bibliologia, analisaremos a inerrância das Escrituras.

– A Bíblia é inerrante.

I – A INFALIBILIDADE E A INERRÂNCIA DA BÍBLIA SAGRADA

– Sendo, como o é, a Palavra de Deus, temos que a Bíblia, além de ter a suprema autoridade em matéria espiritual, é inerrante, ou seja, algo que não tem qualquer erro, que não apresenta qualquer equívoco, como também infalível, ou seja, algo que não pode ser sujeita a qualquer falha, a qualquer erro, ou seja, que tudo quanto afirma, inevitavelmente ocorreu ou ocorrerá.

Como a Bíblia foi comunicada diretamente pelo Espírito Santo a homens que estavam em comunhão com Ele, não há como ter havido qualquer erro, falha ou equívoco na transmissão da mensagem e na sua redução a escrito.

– A inerrância e a infalibilidade da Bíblia Sagrada, além do mais, são sustentadas pelo Espírito Santo ao longo dos séculos, pois, como sabemos, não existem originais do texto sagrado, visto que os textos primeiramente recebidos pela “inspiração verbal plenária” foram, pelo próprio poder de Deus sobre o povo,

reconhecidos como autoritários e, a partir de então, copiados geração após geração, conforme as técnicas e os meios existentes naquele tempo, como o são hoje em dia, como podem testemunhar não só as bíblias impressas aos milhares diariamente, como também as bíblias lançadas, a cada dia, pelos mais sofisticados e avançados meios telemáticos.

– Pode alguém dizer: como podemos crer que não tenha havido erro nas cópias feitas ano após ano, década após década, com tanta dificuldade e em condições tão precárias, como na Antiguidade? Como podemos aceitar que o texto bíblico que temos em nosso poder, em pleno século XXI, era o mesmo texto revelado a Moisés no Sinai mais de mil e quinhentos anos antes do próprio nascimento de Cristo?

– Por primeiro, devemos observar que a inerrância das Escrituras não é matéria que se possa provar por meio da razão.

Assim como o conteúdo da Bíblia deve ser apreendido pela fé, de igual maneira, somente pela fé podemos crer que o conteúdo da Bíblia é inerrante e tem sido mantido e sustentado pelo Senhor ao longo da história, até porque é promessa Sua velar pelo cumprimento da Sua Palavra e este zelo impõe, primeiramente, a manutenção da mensagem tal qual ela foi revelada a cada um dos escritores.

– “…Que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido. Deus, na Sua Palavra, é testemunha concernente a Si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus deposita toda sua confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentar. Aquilo que ele não entende, aceita por fé. Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não pode estar sujeita a provas e argumentos.

Apresentamos algumas provas da Bíblia como A Palavra de Deus, não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é divina.

É satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências daquilo que cremos internamente — no coração.

Não precisamos provar que ela é a Palavra de Deus. Já cremos nisso. Os inimigos é quem terão de provar que ela não é a Palavra de Deus.…” (GILBERTO, Antonio. Manual da Escola Dominical. 5. ed. melhorada e aumentada, p.48).

– Como afirma a Declaração de Chicago de 1978 sobre a inerrância bíblica em seu introito: “…As Escrituras

Sagradas, sendo a própria Palavra de Deus, escritas por homens preparados e supervisionados por Seu Espírito, possuem autoridade divina infalível em todos os assuntos que abordam: devem ser cridas, como instrução divina, em tudo o que afirmam; obedecidas, como mandamento divino, em tudo o que determinam;

aceitas, como penhor divino, em tudo que prometem.…” (http://www.monergismo.com/textos/credos/declaracao_chicago.htm Acesso em 06 nov. 2021)

– A despeito de a fé ser a única forma pela qual possamos aceitar a inerrância das Escrituras, o Senhor tem feito o homem descobrir e verificar vários fatos e episódios que são indicadores seguros e irrefutáveis de que a Bíblia Sagrada não é um livro comum, mas uma obra totalmente distinta de tudo quanto tem se produzido pela humanidade.

– Assim, por exemplo, em 1947, quando se descobriram os famosos manuscritos do Mar Morto, textos bíblicos quase quinhentos anos mais antigos que os manuscritos mais antigos até então conhecidos, se revelou como havia uma incrível e intensa semelhança entre os textos,

inclusive com a superação de diversas “contradições” ou “suspeitas” que se levantaram com relação a textos da versão grega da Bíblia, que se mostrou perfeitamente consonante com estes textos encontrados nas cavernas próximas ao Mar Morto. Temos, então, aí, uma comprovação científica de que como o texto bíblico foi mantido praticamente intacto durante meio milênio.

– Se isto se dá com o Antigo Testamento, é inegável que o Novo Testamento é o documento antigo de maior confiabilidade da humanidade, porquanto seus manuscritos mais antigos, datados de apenas décadas dos textos originais, igualmente apresentam uma semelhança e uma irrelevância nas variações que não se encontram em qualquer outro texto conhecido.

Como comparação, as obras de Platão, que são as que mais se conservaram no mundo antigo, têm seus manuscritos mais antigos com diferença de alguns séculos com os escritos originais. A propósito deste tema, sugerimos que se assista aos vídeos “Podemos confiar no Novo

Testamento?”dopastoradventistaearqueólogoRodrigoSilvanoYouTube
(https://www.youtube.com/watch?v=AQi6htE63ps e https://www.youtube.com/watch?v=TSrTizbZXUY ).

– Como se não bastasse isso, as profecias bíblicas revelam sua extrema veracidade, pois diversos episódios preditos com séculos de antecedência cumpriram-se fielmente, não se tendo exemplo algum de profecia bíblica que não tenha se cumprido. Ou a profecia já se cumpriu ou ainda não se cumpriu, mas nenhuma profecia bíblica foi desmentida até hoje pelos fatos. Como, então, não reconhecer a sua infalibilidade?

– É um filósofo da ciência, Karl Popper (1902-1994), que diz que a ciência deve considerar como verídica toda e qualquer teoria enquanto ela não for desmentida. Por que, então, há esta recusa de se admitir a infalibilidade (ou pelo menos, a verdade provisória, como diz Popper) das Escrituras?

– Por fim, dia após dia, pessoas têm sido regeneradas e mudado completamente de vida por causa de sua crença em Deus segundo as Escrituras.

Enquanto outros escritos sagrados têm, quando muito, tornado algumas pessoas em devotas e religiosas exemplares, a Bíblia Sagrada, bem ao contrário, tem reconstruído vidas, restaurado lares, modificado, inclusive, cidades e países inteiros.

A Bíblia mostra que não é apenas uma explanação teórica a respeito do homem, mas um poderoso instrumento de transformação do ser humano. Assim, as promessas constantes de seus textos têm se cumprido e se concretizado na vida de milhões de pessoas, sem qualquer desmentido, a provar que ela é infalível.

– Entretanto, temos de entender que a inerrância e a infalibilidade estão relacionadas diretamente com a inspiração das Escrituras e, portanto, dizem respeito à mensagem originariamente transmitida aos homens inspirados pelo Espírito Santo e que foram sendo copiadas e transmitidas geração após geração.

– Evidentemente que, num ou outro manuscrito, há, e têm sido encontrados, um ou outro erro de cópia, erro, porém, que, contrastado com outro número de manuscritos, é perfeitamente identificado e mesmo, em muitos casos, perfeitamente explicado.

Tais descobertas, que abrangem, em grande número de casos, elementos absolutamente secundários do texto bíblico, são verdadeiras comprovações do zelo que o Espírito Santo tem para com a Bíblia Sagrada, algo que jamais se encontra em quaisquer outras obras.

– Não nos esqueçamos de que a cópia de um texto é algo feito pelo homem, e um homem que não está sob a inspiração verbal plenária, e que, por isso mesmo, neste ato de copiar não estão envolvidos os conceitos de inerrância nem de infalibilidade.

Entretanto, na descoberta dos equívocos e na pesquisa meticulosa e extremamente detalhada que, ao longo da história, milhares de estudiosos fazem para manter ou comprovar a inerrância e infalibilidade do texto sagrado, vemos a evidente atuação do Espírito Santo, a zelar pela integridade da Palavra de Deus.

– Outro fator que não está sob o império da inerrância e da infalibilidade é o da tradução e versão da Bíblia. Aqui, também, não temos a atuação da “inspiração verbal plenária” e, portanto, tais atividades podem ter erros ou equívocos, como também necessitam, de tempos em tempos, de revisões e atualizações, pois são ações humanas e, como tal, sujeitas ao tempo e ao espaço.

– A primeira versão da Bíblia Sagrada em língua portuguesa a ser levada para a imprensa, a de João Ferreira de Almeida (1628-1691), que continha o Novo Testamento, ainda antes de ter sido lançada, teve, pelo próprio tradutor apontados cerca de 1.000 erros de tradução.

Aliás, é por isso que esta Versão, após terem sido feitas as correções, é conhecida como Almeida Revista e Corrigida, ou seja, foi objeto de uma correção e, se foi corrigida, é porque continha erros. Sua publicação se deu em 1681.

O Antigo Testamento foi traduzido por Almeida até Ez.48:21, tendo sido completa pelo pastor holandês Jacobus op den Akker (1647-1731) e publicado apenas em 1751.

A Bíblia toda só foi publicada em 1819, mas a edição que alcançaria divulgação seria a de 1898, sempre pela Sociedade Bíblica Britânica. Desde então, já foram feitas quatro edições pela Sociedade Bíblica do Brasil: 1949, 1969, 1995 e 2009.

– Na década de 1940, a Sociedade Bíblica do Brasil efetuou uma atualização desta Versão que, feita no século XVII, se encontrava extremamente defasada e era de difícil compreensão da população da metade do século XX, surgindo, então, a Versão Almeida Revista e Atualizada, que só foi publicada em 1959.

– A Versão Revista e Atualizada, por sua vez, sofreu nova atualização e, em 2017, surgiu a Nova Almeida Atualizada, que se tornou, juntamente com a Versão Almeida Revista e Corrigida, versão oficial das Assembleias de Deus em 2019.

– Tudo isto é possível e até necessário porque versões e traduções são obras humanas, feitas segundo a vontade de Deus, no sentido da tarefa da Igreja, mas sem a “inerrância e infalibilidade”.

OBS: “…Antes que saísse do prelo sua tradução, em 1º de janeiro de 1681, Almeida publicava uma lista de mais de mil erros em seu Novo

Testamento, e Ribeiro dos Santos afirma serem mais. Estes erros eram devidos ao trabalho de revisão feito por uma comissão holandesa que procurou pôr a tradução de Almeida em harmonia com a versão holandesa.

Algumas razões levam-nos a crer sido esta uma versão pobre, no dizer de Ribeiro dos Santos. O texto grego do qual ele traduziu não era bom, embora fosse o melhor do seu tempo.

Sua linguagem não era boa, não só por haver deixado Portugal bem cedo, mas também porque tentou fazer uma tradução literal, seguindo muito de perto a versão holandesa de 1637 e a castelhana de Cipriano de Valera de 1602.

Também o trabalho de revisão, feito por seus colegas holandeses, piorou ainda mais o seu trabalho.…” (P. JÚNIOR, Isaías L. A história da tradução da Bíblia em português. Disponível em: http://jbbiblia.blogspot.com/ Acesso em 26 out. 2006).

– Devemos, portanto, ver quais são os limites da inerrância e da infalibilidade das Escrituras, não acolhendo os entendimentos da chamada “teologia liberal”, que tem negado veementemente a infalibilidade e inerrância das Escrituras, algo que é inadmissível, mas também não elevando atividades meramente humanas, ainda que dirigidas pelo Espírito Santo e do agrado do Senhor, a uma infalibilidade e inerrância que somente a ação divina possui.

Assim agindo, certamente não seremos enganados pelos falsos doutores destes dias finais da dispensação da graça nem tampouco nos decepcionaremos com a nossa fé quando encontrarmos erros e problemas que não são das Escrituras mas do trabalho de abnegados servos do Senhor na divulgação da Bíblia Sagrada.

– O Salmo 119, praticamente o meio da Bíblia Sagrada, fala dela própria. Este salmo tem como tema as próprias Escrituras e nos revela de forma sublime o valor da Palavra de Deus e a necessidade que temos de colocá-la como nosso guia, como a lâmpada para nossos pés, como luz para o nosso caminho, como a preciosa joia que devemos esconder em nossos corações para não pecarmos contra o Senhor.

– Esta Palavra que temos prazer em estudar em cada Escola Bíblica Dominical, esta Palavra que temos a graça divina de ouvir, meditar e seguir, este tesouro que o Senhor nos dá de dia e de noite, deve ser cada vez mais valorizada em nosso meio, pois num mundo onde os fundamentos se transtornam, onde não há mais absolutos, verdades ou certezas, somente aqueles que conhecem e praticam a Palavra de Deus poderão ter esperança, a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a justiça.

II – A BÍBLIA É NOSSA REGRA INFALÍVEL

– Ao verificarmos o item 1 do Cremos da Declaração de Fé das Assembleias de Deus diz que a Bíblia é “nossa
única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão”.

– Queremos aqui dar destaque à palavra “infalível”. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa,

“infalível” é “que não comete erros, que nunca se engana ou se confunde; indefectível”; “que não pode deixar de produzir o resultado esperado; “que não se pode evitar; fatal, impreterível”; “que não deixa de comparecer; garantido”; “que marca o tempo com exatidão (diz-se de relógio ou similar)”.

– O mesmo dicionário, ao analisar a origem desta palavra, a sua etimologia, diz que vem do prefixo “in”, que significa “contrário” e do elemento mórfico “falec”, que, por sua vez, vem do verbo latino “fallo”, verbo impessoal que significa “enganar, escapar a”. Assim, etimologicamente falando, “infalível” é aquele que é “incapaz de enganar, de escapar a algo”.

– Assim, diante de todos estes significados, que queremos dizer quando afirmamos que a Bíblia é nossa regra infalível?

– Por primeiro, estamos a dizer que a Bíblia “não comete erros”. A Bíblia não erra. Ela é a Palavra de Deus,
“a revelação de Deus à humanidade”, a “definição canônica mais curta da Bíblia”, como afirma o pastor
Antônio Gilberto. Ora, Deus não comete erro e, portanto, a Sua revelação igualmente não tem qualquer erro.

– Por isso mesmo, uma das ações mais correntes dos inimigos da Bíblia e, portanto, inimigos de Deus é procurar erros nas Escrituras Sagradas, pois, se encontrassem algum, certamente feririam de morte a credibilidade da revelação divina. Sabemos que isto é impossível, mas é sempre este o esforço feito por parte daqueles que estão a serviço do inimigo do Senhor, do príncipe deste século.

– A Bíblia não erra. Tudo quanto fala é verdadeiro. O Senhor Jesus mesmo a chama de “verdade” (Jo.17:17), pois, sendo a revelação de Deus que é a verdade, ela somente poderia ser verdadeira e verídica. Como afirma o teólogo Michael J. Kruger, “…De forma simples, a doutrina da inerrância é a crença de que a Bíblia é verdadeira.…”

– Como afirma a já mencionada Declaração de Chicago, em seu artigo XI: “…Afirmamos que as Escrituras, tendo sido dadas por inspiração divina, são infalíveis, de modo que, longe de nos desorientar, são verdadeiras e confiáveis em todas as questões de que tratam.

Negamos que seja possível a Bíblia ser, ao mesmo tempo infalível e errônea em suas afirmações. Infalibilidade e inerrância podem ser distinguidas, mas não separadas.…” (end. cit.)

– Os diversos “erros” apontados na Bíblia Sagrada, ao longo dos séculos, jamais foram comprovados, sendo, no mais das vezes, distorções do que efetivamente se encontra no texto sagrado. Ao contrário, diversas

“teorias” ou “hipóteses” apresentadas, que contrariam o texto bíblico, têm sido cabalmente desmentidas ao longo da história.

– A Bíblia é infalível, porque ela é “incapaz de enganar”. Tudo quanto ela fala é verdadeiro. Os fatos por ela narrados realmente ocorreram ou ainda vão ocorrer.

As orientações que ela dá podem e devem ser seguidas e tudo quanto ela afirma sucede. Como dizia o saudoso pastor Severino Pedro da Silva (1946-2013), “nem todos cumprem a Palavra de Deus, mas ela se cumpre na vida de todos”.

– Como não deixar de observar, por exemplo, os textos do profeta Isaías a respeito da vida de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que se cumpriram cabalmente apesar de terem sido escritos com mais de 700 anos de antecedência?

Textos estes, aliás, que se mostraram preservados num período de mais de 500 anos, como se constatou nas descobertas dos manuscritos do Mar Morto?

– O texto bíblico nunca se engana nem se confunde. Tanto isso é verdade que os adversários das Escrituras buscam incessantemente encontrar “contradições”, “dificuldades bíblicas”, a fim de tentar desmentir o livro sagrado, numa demonstração clara de que é ela a Palavra de Deus, uma vez que simplesmente não se vê qualquer preocupação em fazer-se isto com qualquer outro escrito religioso ou sagrado ou com outra obra de algum famoso escritor, cientista ou filósofo.

– Pois bem, ao longo dos séculos, muitas “contradições” e “confusões” têm sido levantadas a respeito do texto bíblico, todas inexitosas. Transcrevemos aqui algumas destas passagens problemáticas, recolhidas pela Igreja Batista Redenção, situada em São Paulo/SP e vinculada à Convenção Batista Brasileira, em texto a respeito da inerrância: “…PASSAGENS PROBLEMÁTICAS

A Bíblia tem algumas dificuldades. Elas, na verdade, não constituem erros, mas “aparentes” discrepâncias que são solucionadas quando analisadas com cuidado. Também lembramos que cremos na inspiração da mesma forma que cremos na divindade: pela fé. Mesmo quando os homens tentam provar que Deus não existe, nossa fé fica inabalada.

Do mesmo modo, diante de dificuldades na Bíblia nossa fé mantém nosso conceito sobre a inerrância, pois cremos que as Escrituras nos foram dadas por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.21).

1) As ‘duas narrativas’ da criação

Enquanto Gn 1.11-12 diz que as plantas foram criadas no terceiro dia, Gn 2.5 dá a entender que não havia plantas antes da criação do homem, o que só ocorreu no sexto dia.

Na verdade, Gn 2.5 não fala de todo tipo de planta, mas das que precisam ser “lavradas” ou “cultivadas” pelo homem, de modo que Gn 2.5 é um complemento do que foi dito em Gn 1.11-12. Do mesmo modo, foi dito em Gn 1.27 que Deus criou “homem e mulher”, cujos eventos depois foram detalhados no relato de Gn 2.18-23.

2) A esposa de Caim

A pergunta é: se só existia a família de Adão, onde Caim encontrou sua esposa? A resposta está no texto de Gn 5.4 que diz que Adão gerou filhos e filhas.

A esposa de Caim, assim como a de Sete, foi uma das suas irmãs. Tal casamento não gerou nenhum tipo de anomalia (como é arriscado acontecer hoje) porque os genes defeituosos que produzem esses tipos de mal não estavam presentes na criação de Deus.

Antes de ficarmos chocados com isso, devemos lembrar que esse tipo de casamento voltou a acontecer depois do dilúvio entre os netos de Noé, quando o casamento de parentesco mais distante possível era entre primos. O próprio Abraão se casou com sua “meio-irmã” (Gn 20.12). Só mais adiante Deus proibiu esse tipo de relação (Lv 18.6).

3) ‘Nm 25.9’

Moisés disse que a praga que seguiu a adoração de Israel a Baal-Peor matou 24 mil pessoas, enquanto Paulo diz que foram 23 mil (1Co 10.8).

A diferença dos dois relatos está no fato de Paulo dizer que 23 mil morreram “em um só dia”. As outras mortes provavelmente ocorreram depois. Outra possibilidade que não afeta a inerrância seria o arredondamento por parte dos dois autores, assim como nós fazemos ao nos referirmos a uma viagem de 1.500 quilômetros, quando, na verdade, a distância correta era de 1.523 quilômetros.

4) Quem fez Davi contar os israelitas? (‘2Sm 24.1’; ‘1Cr 21.1’)

Um texto diz que foi Deus e outro diz que foi Satanás. Na verdade, Deus, soberanamente, usou Satanás para cumprir seu plano do mesmo modo que o fez para manter a humildade de Paulo por intermédio do “espinho na carne”, o qual Paulo chamou de “mensageiro de Satanás” (2Co 12.7).

5) Quem matou Golias? (‘2Sm 21.19’; ‘1Sm 17.50’)

Quem matou Golias foi Davi ou Elanã? Nesse caso, o problema é de cópia. Comparando com 1Cr 20.5, percebemos que o copista errou ao copiar 2Sm 21.19, cuja provável mensagem seria: “E Elanã, filho de Jair (ou Jaaré-tecelão), feliu a Lami, irmão de Golias”.

6) Certos números apresentados em ‘2Sm 24’ e ‘1Cr 21’

a) O texto de 2Sm 24.9 registra 800 mil em Israel e 500 mil em Judá, enquanto 1Cr 21.5 apresenta 1,1 milhão em Israel e 470 mil em Judá.

No registro de 2Sm 24, o número não inclui o exército permanente de 288 mil (1Cr 27.1-15), nem os 12 mil especificamente destacados para Jerusalém (2Cr 1.14), que, somados aos 800 mil, dá exatos 1,1 milhão. Já os 470 mil de 1Cr 21 não incluem os 30 mil do exército permanente de Judá (2Sm 6.1);

b) O de castigo pela contagem é de 7 anos em 2Sm 24.13 e de 3 anos em 1Cr 21.12. Esse é mais um erro de cópia. Isso se deve à semelhança entre as letras hebraicas usadas para grafar os números 3 e 7. O correto é que eram 3 anos e, por causa disso, a versão NVI traduz 1Cr 21 desse modo.

7) As medidas de ‘2Cr 4.2’

As medidas do mar de fundição não batem, pois diz que o diâmetro dele era de 450 cm. Porém, quando diz que a circunferência era de 13,5 m, percebemos que essa não é a circunferência de um círculo cujo diâmetro mede 450 cm, mas sim, 430 cm.

Há uma discrepância de 20 cm. Entretanto, o v. 5 desfaz essa impressão ao dizer que a espessura da borda era de 10 cm. Ou seja, o mar de bronze de circunferência interna de 13,5 m, cujo diâmetro era de 430 cm, tinha de diâmetro “total”, incluindo 20 cm da espessura das duas bordas externas, exatos 450 cm.

8) Levar o bordão (‘Mc 6.8; Lc 9.3’)

Jesus permitiu ou não levar o cajado? Na verdade, Jesus permitiu que os discípulos levassem um cajado que possuíssem. Contudo, caso não tivessem, não deveriam levar um na viagem.

Chegamos a essa conclusão ao observar Mt 10.9-10, que diz que tais coisas não deveriam ser “adquiridas” para a viagem, não que não pudessem ser usadas. É o caso de não poder levar duas sandálias, podendo, contudo, levar uma: a que ia no pé. A intenção de Jesus era que os discípulos “não fizessem provisão especial para essa missão”.

9) A semente de mostarda (‘Mt 13.32’)

Jesus disse que a semente de mostarda era a menor das sementes. Porém, sabe-se que há sementes menores. Mas, quando Jesus falou isso, disse que era a semente “que um homem plantou no seu campo”. Fica claro que Jesus apelou para a experiência dos judeus, que, das espécies cultivadas, tinha a mostarda como o exemplar de menor semente.

10) Os cegos de Jericó (‘Mt 20.29-34’; ‘Mc 10.46-52’; ‘Lc 18.35-43’)

Eram um ou dois cegos? Como já vimos, eram dois e Mateus está certo em sua afirmação. Porém, Lucas e Marcos se concentraram em um só deles. O motivo disso é que, provavelmente, ele era muito conhecido e isso justifica eles terem citado seu nome: Barjesus.

11) O pai de Zacarias (‘Mt 23.35’)

Zacarias era filho de Beraquias (Zc 1.1) ou de Joiada (2Cr 24.20)? Na verdade, esses dois Zacarias são pessoas diferentes.

O Zacarias de 2Cr 24.20-21 viveu antes do cativeiro babilônico e foi apedrejado. O outro Zacarias é o profeta autor do livro que leva seu nome.

Ele viveu no período posterior ao exílio e era filho de um homem chamado Beraquias. Apesar de as Escrituras não falarem que ele foi martirizado, esse é a quem, provavelmente, Jesus se referiu, citando corretamente o nome do seu pai e usando um profeta dos tempos do encerramento do AT, traçando uma linha do início ao fim da história registrada no AT ao dizer “de Abel a Zacarias”.

12) Zacarias ‘versus’ Jeremias (‘Mt 27.9-10’)

Mateus cita Jeremias a respeito de um texto que encontramos em Zc 11.12-13. Esse pode, tanto ser um erro de cópia, como um modo de os judeus pós-exílio se referirem às Escrituras. Jeremias é o primeiro livro do Talmude Babilônico e o profeta era proeminente na mente dos judeus dos tempos de Jesus (Mt 16.14).

Assim, Mateus pode ter se referido às Escrituras citando Jeremias, além de ter em mente os eventos relacionados à casa do oleiro registrados em Jr 18 e 19.

13) Isaías ‘versus’ Malaquias (‘Mc 1.2-3’)

Marcos cita um texto de Malaquias dizendo ser de Isaías. Provavelmente, Marcos usa Isaías com a intenção de associá-lo não àquele texto em particular, mas ao assunto como um todo que era a pessoa de Cristo, a quem ele acabara de mencionar.

Nesse caso, o profeta Isaías é notável, pois fala muito do Messias, principalmente em Is 53, texto esse conhecido como “o servo sofredor”. Devemos lembrar que a óptica sob a qual Marcos apresenta Jesus em seu Evangelho é a de Jesus como “servo”.

14) Abiatar ‘versus’ Aimeleque (‘Mc 2.26’)

Marcos diz que Davi comeu os pães da proposição nos dias de Abiatar, mas 1Sm 21.1-6 diz que o sumo sacerdote era Aimeleque, pai de Abiatar (1Sm 22.20). Contudo, Jesus não se referiu a Abiatar como sendo o sumo sacerdote, mas disse “nos dias de Abiatar”.

Na sequência do relato histórico, Saul mandou matar Aimeleque e os seus, mas Abiatar conseguiu sobreviver, tornando-se sumo sacerdote durante todo o reinado de Davi, sendo deposto apenas no início do reinado de Salomão (1Rs 2.27). Assim, o fato histórico em questão realmente aconteceu “nos dias de Abiatar” e não necessariamente enquanto ele exercia o sumo sacerdócio.

15) A morte de Judas

At 1.8 diz que Judas “precipitou-se, rompendo-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram”, enquanto Mt 27.5 diz que ele “foi enforcar-se”. Os dois relatos se completam. Judas tentou se enforcar e, devido a algum imprevisto como a ruptura da corda ou do galho, ele caiu de um lugar alto, o que causou os danos citados em At 1.8.

16) Problemas em ‘At 7’

Atos 7 apresenta um discurso de Estevão ao Sinédrio que apresenta algumas dificuldades. Nesse caso, mesmo que Estevão tivesse errado, Lucas registrou corretamente suas palavras. Contudo, as dificuldades apresentadas no discurso de Estevão não precisam necessariamente estar erradas.

Em At 7.6, Estevão diz que o cativeiro durou 400 anos (assim como Gn 15.13), enquanto Ex 12.40 menciona 430 anos.

Se observarmos bem, o texto de Ex 12.40 diz que o povo “habitou” no Egito por 430 anos. Estevão, por sua vez, falou que a “escravidão” durou 400 anos.1

Outro problema está em At 7.14 onde Estevão diz que a família de Jacó tinha 75 pessoas, enquanto Gn 46.27 diz que eram 70. Estevão deve ter se referido ao texto da Septuaginta, o qual registra, em Ex 1.5, o número de 75 pessoas, o que inclui o filho e o neto de Manassés e dois filhos e um neto de Efraim.…” (Estudo 8 – A Inerrância das Escrituras. Disponível em: http://www.igrejaredencao.org.br/ibr/index.php?option=com_content&view=article&id=760:estudo-8-a-inerrancia-da-biblia&catid=37:teologia-basica&Itemid=147 ).

– Como se pode verificar, portanto, a Bíblia é infalível porque não se engana nem se confunde. É por isso, aliás, que não se pode considerar como canônico o Segundo Livro dos Macabeus, pois seu autor, ao término do livro, assim afirma:

“…Por isso, aqui ponho fim à minha narrativa. Se o fiz bem, de maneira conveniente a uma composição escrita, era isso que eu queria; se fracamente e de modo medíocre, é o que consegui fazer.

De fato, é desagradável beber somente vinho ou somente água, ao passo que vinho temperado com água produz um prazer delicioso. Assim, o enredo da narrativa deve encantar o ouvido daqueles que venham a ler a composição. Aqui, porém, termino.”

– Neste ponto, aliás, é de se observar que a inerrância não significa exatidão quanto a aspectos alheios ao propósito do texto bíblico. Como bem afirma a Declaração de Chicago, em seu artigo XIII:

“…Afirmamos a propriedade do uso de inerrância como um termo teológico referente à total veracidade das Escrituras. Negamos que seja correto avaliar as Escrituras de acordo com padrões de verdade e erro estranhos ao uso ou propósito da Bíblia.

Negamos ainda mais que a inerrância seja contestada por fenômenos bíblicos, tais como uma falta de precisão técnica contemporânea, irregularidades de gramática ou ortografia, descrições da natureza feitas com base em observação, referência a falsidades, uso de hipérbole e números arredondados, disposição tópica do material, diferentes seleções de material em relatos paralelos ou uso de citações livres.…”

– Não se pode, portanto, querer que o texto bíblico seja julgado à luz de conceitos alheios ao tempo de sua elaboração. Quando Josué pede a Deus que detenha o sol e a lua, não se tem qualquer “engano” do texto bíblico, pois, para o líder de Israel, quem se movimentavam era o sol e a lua e foi isto que ele pediu.

Querer dizer, com isto, que a Bíblia nega a teoria heliocêntrica, descoberta milênios depois por Nicolau Copérnico (1473-1543), é ir muito além do texto.

O que o texto afirma é que Josué pediu para que o tempo parasse e o tempo parou e isto efetivamente ocorreu. É esta a mensagem dada pelo texto, que não é nenhuma teoria astronômica mas uma narrativa histórica.

– A propósito, quando se afirmou que, em cálculo feitos pela NASA, a agência espacial dos Estados Unidos da América, descobriu-se que havia a falta de um dia no tempo e alguém, diante de tal constatação, lembrou 1 Na verdade aqui entendemos que o período de 430 anos é o período entre a chamada de Abrão e a entrega da lei ao povo de Israel conforme Gl.3:17.

Abrão foi para o Egito no mesmo ano que chega a Canaã, depois que saiu de Harã, episódio mencionado pelo próprio Estêvão em seu sermão. Flávio Josefo diz que o tempo de permanência dos filhos de Jacó no Egito foi de 215 anos (Antiguidades Judaicas, II, 6. In: História dos hebreus. Trad. Vicente Pedroso, v.1, p.61), dado que é perfeitamente compatível com as idades dos patriarcas conforme vemos no texto sagrado.

Que a Bíblia Sagrada explica esta falta deste dia em dois episódios, o da guerra de Israel contra Ai, ora mencionada em Josué, e o da cura do rei Ezequias, logo passaram a divulgar que nunca havia feito tal contagem e que tudo não passou de uma “invenção”, ou, para usar expressão muito atual, de “fake news”…

OBS: Sobre esta história, recomendamos a leitura deste texto: https://iqc.pt/evangelizacao/irreligiao/agnosticismo/4430-cientistas-da-nasa-comprovam-a-autenticidade-da-biblia- Acesso em 03 nov. 2021).

– Por isso, não se pode também admitir a tese de que a Bíblia apresenta apenas uma “verdade religiosa”, como alguns têm defendido ultimamente, como que a admitir que a Bíblia pode ser desmentida por descobertas ou teorias científicas. Como bem afirmou a Declaração de Chicago, em seu artigo XII:

“…Afirmamos que, em sua totalidade, as Escrituras são inerrantes, estando isentas de toda falsidade, fraude ou engano. Negamos que a infalibilidade e a inerrância da Bíblia estejam limitadas a assuntos espirituais, religiosos ou redentores, não alcançando informações de natureza histórica e científica.

Negamos ainda mais que hipóteses científicas acerca da história da terra possam ser corretamente empregadas para desmentir o ensino das Escrituras a respeito da criação e do dilúvio.…” (end.cit.)

– Evidentemente que, como já dissemos, a Bíblia não se propõe a trazer teorias científicas, mas é também claro que a ciência jamais desmentirá as Escrituras Sagradas. Como dizia o saudoso Sérgio Paulo Gomes de Abreu (1948-2018), fundador do Portal Escola Dominical: “se a ciência, eventualmente, contraria a Bíblia

Sagrada, não nos preocupemos, um dia a ciência descobrirá que está atrasada e errada e se adequará à verdade e à realidade”.

– A própria teoria do “Big Bang”, formulada por um astrônomo belga que era padre, Georges Lemaître (1894-1966), que teve praticamente sua comprovação com a experiência realizada em 2012 com o Grande Colisor de Hádrons, em nada desmente o texto bíblico, como, aliás, bem demonstrou em duas de suas obras o saudoso pastor Ailton Muniz de Carvalho, antes o confirma, pois não se pode deixar de reconhecer que o “Big Bang” nada mais é que o “Haja luz” de Gn.1:3.

– Ao mesmo tempo, as diversas teorias da evolução não passam de teorias, uma vez que, até a presente data, não se confirmou a existência de um só elo entre as diferentes espécies de seres vivos, o que é fundamental para que se tenha a evolução de uma espécie para outra, a demonstrar que, como afirmam as Escrituras, Deus criou os seres cada um “segundo a sua espécie” (Gn.1:11,12,21,24,25).

Enquanto isto, muitas das chamadas “descobertas de hominídeos” que confirmariam a evolução têm se revelado fraudes ao longo dos anos, como o episódio do “homem de Nebraska” ou do “homem de Piltdown” (veja: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_de_Nebraska e https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_de_Piltdown ).

– Outro suposto “erro” das Escrituras seria o de dizer que a Terra teria apenas seis mil anos de existência.

Aqui, o que se faz é incluir no texto sagrado o cálculo cronológico efetuado pelo arcebispo de Armagh (Irlanda), James Ussher (1581-1656) que acabou sendo incluído como notas de rodapé em algumas edições de Bíblias, dando, assim, a impressão de que era a Bíblia quem isto afirmava, o que, evidentemente, não é o caso.

Aliás, já em 1890, o professor William Henry Green, da Universidade de Princeton, afirmou, em um artigo que: “Concluímos que as Escrituras não fornecem dados para um cálculo cronológico anterior à vida de Abraão; e que os registros mosaicos não fixam e não pretende a intenção de fixar a data precisa do Dilúvio ou da criação do mundo…” ( Cf. James Usher. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/James_Ussher Acesso em 06 nov. 2021).

– A Bíblia é infalível, porque “não pode deixar de produzir o resultado esperado”. Como atesta a

Declaração de Fé das Assembleias de Deus: “…São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o próprio Deus e expressar a Sua vontade à humanidade (…).

Tudo o que precisamos saber sobre Deus e a nossa redenção está suficientemente revelado em Sua Palavra. Ela é o manual de Deus para toda a humanidade, e suas instruções visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social de todos os seres humanos [II Tm.3:16,17].” (DFAD I.3, pp.27/8).

– Pois bem, quando vemos as pessoas que têm acesso à Bíblia, verificamos que ficam elas, sem sombra de dúvida, cientes de quem é Deus e do que é necessário para que alcançar a redenção. Mostra ela, assim, que é infalível, pois produz o resultado que se espera com ela, qual seja, o de trazer ao conhecimento da humanidade a Deus e a Sua proposta de salvação na pessoa de Jesus Cristo.

– Ao longo da história, a Bíblia tem cumprido eficazmente seu papel. Quando alguém se levanta contra Deus e a Sua Palavra, procurando destruí-la, impedir que as pessoas a ela tenham acesso, como fizeram homens como o imperador romano Diocleciano (243?-305),

que mandou cunhar uma moeda comemorando a vitória de ter destruído todas as Bíblias existentes no Império Romano, está simplesmente confirmando que é a partir das Escrituras que as pessoas se convertem, passam a seguir a Jesus Cristo e a servir a Deus, comprovando que ela realmente é infalível, produz o resultado pela qual foi revelada ao ser humano.

– “…A Bíblia é, portanto, a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo…” (DFAD I.6, p.29).

Sempre que vemos pessoas que se salvam por ouvir a mensagem da salvação contida na Bíblia Sagrada, observamos a transformação nelas operada, a provar que a Bíblia é infalível.

– “…Nenhum outro livro tem tal poder de transformar pessoas e influenciar nações para o bem. Até os inimigos da Bíblia reconhecem que nenhum outro livro em toda a história da humanidade teve tamanha influência para o bem. Reconhecem seu efeito sadio na civilização.

Mostrai-me outro livro com tal poder de influenciar e transformar indivíduos, famílias e nações! Vede a diferença entre aqueles que amam e praticam os ensinos da Bíblia e os que a recusam. É a Bíblia o modelador do verdadeiro caráter. Seus ensinos simples e ao mesmo tempo profundos, são o verdadeiro guia de qualquer moço ou moça, para uma vida bem sucedida e feliz. A mocidade precisa saber disso.…” (GILBERTO, Antonio. op.cit., p.51).

– A Bíblia é infalível porque “não se pode evitar; fatal, impreterível, não deixa de comparecer; garantido, marca o tempo com exatidão”. Aqui temos o papel profético das Escrituras. Por serem elas a verdade, tudo quanto afirma sucede. Como não verificar o cumprimento exato de todas as profecias bíblicas?

– Tudo tem o seu tempo determinado debaixo do sol (Ec.3:1), mas a Bíblia indica tudo quanto vai ocorrer. O cumprimento das profecias com relação ao Senhor Jesus é uma das eloquentes demonstrações disto, como também os fatos relacionados à história de Israel.

– A propósito, em meados do século XIX, havia muitos, inclusive sedizentes cristãos, que zombavam daqueles que, sendo “literalistas”, indicavam que o povo judeu retornaria a constituir um Estado, a fim de que cumpram as profecias escatológicas e os zombadores viram, sobressaltados, o renascimento de Israel em 1948.

– Muitos também zombam quando se afirma que será reconstruído o templo em Jerusalém e os judeus já estão a mostrar terem prontas todas as peças sagradas para tal edificação e já há até governos árabes que estão a admitir tal reconstrução…

– Os sinais preditos pelo Senhor Jesus, poucos antes de Sua paixão e morte, em Seu sermão escatológico, estão se cumprindo literalmente, e a pandemia do COVID-19 veio apenas lembrar a humanidade disto. Como não crer, então, na infalibilidade das Escrituras?

– Amados irmãos, ante tamanhas constatações, não procedamos como a maior parte da humanidade que seguem a conduta dos fariseus e se tornam os cegos que veem e que, por isso, permanecem no seu pecado (Jo.9:39-41). Que creiamos na Bíblia, que a consideremos nossa única regra de fé e prática, e, deste modo, seremos salvos desta geração perversa e guardados da hora da tentação que, mui brevemente, assolará este planeta.

Pr. Caramuru Afonso Francisco

Fonte: https://www.portalebd.org.br/classes/adultos/7005-licao-3-a-inerrancia-da-biblia-i

Glória a Deus!!!!!!!